Andrew Narrando
Novamente eu estava em meu quarto tudo estava exatamente como eu havia deixado a alguns minutos atrás
- não se meta em confusão, vou estar sempre por perto- falou Geovane desaparecendo
olhei em volta, e me assustei com meu irmão que estava sentado na minha escrivaninha com a boca aberta, eu sabia que ele tinha visto alguma coisa, isso estava explicito no rosto dele
- Luigi, por favor eu posso explicar - falei levantando as duas mãos impedindo que ele saísse dali correndo
- co-como que aquele homem desapareceu daquele jeito ?, o que ele é ?
- bom, aquele homem é um fantasma e é amigo de um amigo meu- falei abaixando a cabeça
- Bom, isso e tecnicamente estranho, mas não te julgo, já eu morro de medo de fantasmas
nesse momento Charles aparece na porta do meu quarto
- primo, a sua mãe quer conversar com você lá embaixo- falou ele entrando em meu quarto
sai do meu quarto e desci as escadas, e minha mãe estava sentada no sofá assistindo jornal na televisão, me sentei ao lado dela, e dei um leve abraço
- por que o abraço ?- perguntou ela curiosa
- não sei, apenas estava afim de fazer isso
- então, amanhã, antes de eu ir trabalhar, eu vou na sua escola resolver a questão da matrícula dos meninos, provavelmente, eles começaram os estudos amanhã mesmo, eu vou pedir para que você cuide do seu irmão, ajude ele a arrumar amigos, por que eu sei que sozinho ele não vai conseguir- falou ela dando um meio sorriso
- mãe, não se preocupe, eu vou fazer com que ele arrume alguns amigos, nem que seja meus amigos mesmo. Mas mãe apenas uma pergunta, se o Charles vai passar apenas alguns meses aqui, por que que ele vai estudar ?- perguntei curioso
- a sua tia me disse que pode ser que ela demore mais do que o normal para voltar, ou seja, podem ser mais de quatro meses que ela vai ficar fora
- entendi agora
dei um beijo na bochecha de minha mãe, e logo subi as escadas, entrei em meu quarto, e o Charles estava conversando com o Luigi, e pelo jeito a conversa estava. Caminhei até minha escrivaninha e peguei meu celular, olhei a tela principal e tinha algumas mensagens do grupo.
Mensagem
Abelha rainha: gente alguém sabe do Moisés, já está escurecendo, e a mãe dele ligou aqui para casa tentando saber onde ele está, diz ela que ele não voltou para casa desde mais cedo
A menina da grana: eu também queria saber, já tentei ligar no celular dele agora, mas ele não atende de nenhum jeito
Dinossauro humano: gente, o que acha de sairmos para procurar ele ?
Abelha rainha: Andy, o que você acha ?
Andrew: não precisam ir atrás dele, eu acho que já sei onde ele está
Dinossauro humano: onde ?, como você sabe ?
Andrew: um tempo atrás, o Moisés me falou sobre o lugar favorito dele, ele deve estar lá com toda certeza
Abelha rainha: Sim, vá atrás dele, e leve o celular para a gente poder ficar sabendo de tudo que acontecer
Andrew: até daqui a pouco pessoal
Fim da mensagem
coloquei o celular em cima da escrivaninha novamente, meu irmão e meu primo estavam conversando e rindo, era perceptível que dali saia alguma coisa, apenas nenhum dos dois está sabendo disso
- meninos, eu preciso de um pequena ajuda, vou precisar sair, e como está ficando um pouco escuro, a minha mãe não vai deixar se eu for sozinho - falei interrompendo a conversa deles
- mas você vai onde ?- perguntou Charles me encarando
- tenho que ir atrás de um amigo, que deve estar bêbado e jogado por ai
Bom, as vezes o Moisés bebia, mesmo ele sendo menor de idade, eu já tinha reclamado com ele varias vezes, mas ele dizia que fazia isso para suportar a dor de seus problemas
- vamos, eu falo para a tia que vou dar uma volta para conhecer a cidade - falou Charles se levantando e puxando Luigi junto com ele
saímos do quarto e descemos as escadas
- tia, eu vou sair com os meninos para conhecer um pouco dos arredores, mas não vamos demorar prometo - falou Charles sorrindo de orelha a orelha
- está escurecendo, mas acho que não tem problema vocês darem uma volta, apenas não demorem
- obrigado tia - falou Charles dando um beijo na bochecha da minha mãe
saímos de casa, e comecei a andar pela rua, com os meninos me seguindo. Depois de tanto andar chegamos na pracinha principal de onde eu morava, mais a frente avistei Moisés sentado em um dos bancos, lentamente me aproximei dele, e me sentei ao seu lado, o cheiro de cachaça exalou tomando conta do meu nariz.
Charles e Luigi se sentaram no banco ao lado, e ficaram assistindo o banco em que estava sentado
- Moisés, por que não foi para casa ?, a sua mãe está preocupada com você- falei chamando a sua atenção
- não vou voltar para casa, vou ficar nesse banco até você me querer - falou ele se concentrando para não embolar as palavras
- Moisés, você sabe que nós não daríamos certo - falei olhando para o lado
- daríamos certo sim, você não me quer por que está apaixonado por aquele garoto. Andy, eu não aguento mais ficar escondendo isso de você, eu preciso ter você, ter seus lábios, seu corpo, tudo
acabei ficando vermelho, nunca me imaginava tendo um relacionamento com Moisés, mas não sabia se poderia, por que eu estava apaixonado pelo Arty
- Moisés, você está bêbado, não esta falando nada com nada - falei revirando os olhos
- sim, eu até posso estar bêbado, mas o álcool faz a verdade ser dita
- Moisés, vamos fazer o seguinte, Eu vou te colocar em um ônibus e você vai me prometer que vai voltar para casa, quando chegar lá, toma um banho, e me manda mensagem para mim saber se está bem - falei me levantando e puxando ele pela mão
seguimos até o ponto de ônibus, e no caminho, vez outra Moisés passava a mão em minha boca ou mordia o lábio inferior. Coloquei ele dentro do ônibus, e virei vendo meu irmão e meu primo de braços cruzados
- quer explicar para a gente agora, ou mais tarde ?- perguntou Charles me encarando
- eu não sou gay, não sei muito bem a minha sexualidade, estou confuso - falei andando na frente
- o que eu presenciei não tinha nada de confusão
- ai Charles, para de pegar no meu pé, o Moisés sempre foi apaixonado por mim, mas eu não sei se sinto a mesma coisa - falei olhando para o céu
- ok, deixa o menino quieto Charles, quando ele descobrir a sexualidade ele vai nos contar - falou Luigi sorrindo para mim
- assim espero - falou Charles semicerrando os olhos
seguimos de volta para casa, jantamos, e cada um foi para seus devidos quartos. E claro que Charles tinha mudado o seu jeito de me tratar, mas eu até entendia o lado dele. Arrumei minha cama e deitei, Charles deitou ao meu lado, e Luigi no colchão no chão, fechei meus olhos e acabei adormecendo.
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Paixão Fantasma
Non-FictionAndrew vive com sua mãe em uma pacata cidade, o pai do garoto acabou falecendo quando o menino tinha apenas seus seis anos de idade. Andrew doce e delicado, e desde criança cisma que tem um amigo imaginário, e assim ele cresce até que esse amigo des...