• Capítulo 8

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Harry segurou mais firme a mão do outro, enquanto procurava palavras para se desculpar. Aquilo era uma coisa que nunca em sua vida, e nas próximas, iria esquecer.

- Me desculpa...- Draco o interrompeu.

- Por quê está se desculpando?- o loiro perguntou, mas logo seguiu o olhar para seu próprio peito e sorriu - Está tudo bem, Potter. Já passou. Então não precisa pedir desculpas. - Mesmo sendo as cicatrizes que o deixavam inseguro, ele não precisava falar isso ao moreno.

Harry o olhava como se tentasse pedir, ou melhor, suplicar para ser perdoado. E ele não parou de pedir desculpas - você me perdoa? - Ele perguntou.

- Harry... está tudo bem. - Draco sorriu tentando o tranquilizar -Como eu disse, tudo isso já passou. Éramos imaturos e não vamos agir como se eu não tivesse tentado lha atacar também. Mesmo que o Cruciatus doa bem menos do que aquilo... - Ele riu - confie em mim, já provei os dois e o segundo é horrível. - Brincou se lembrando de cada um.

- Você falou, mas não disse se me perdoa.

- E preciso? Harry, pare com isso. Me sinto desconfortável. - Ele desviou o olhar.

Todos que lhe pediram perdão, voltaram lhe machucar. Seus pais pediram perdão em situações diferentes, mas o machucaram o abandonando no mundo. Seu ex sempre pedia perdão quando ele terminava e via as lágrimas nos olhos de mercúrio.

Ou era depois da agressão física. Ou depois daquilo...

- Draco. - Harry o chamou, ele segurou seu queixo trazendo sua atenção de volta. - Ei, por quê está chorando? Está tudo bem se não quiser me perdoar, não tem problema. Não precisa chorar, está bem? - sua voz era calma, ele havia levantado e se sentado de frente para o loiro.

E antes que Malfoy dissesse algo para tentar o tranquilizar e fingir que estava tudo bem, Harry lhe puxou para cima o abraçando, fazendo leves carinhos nas costas do outro.

- Está tudo bem, eu estou aqui. Calma, eu odeio quando vejo você chorar desde aquele dia. Nada e nem ninguém te fará mau, eu lhe prometo isso. - Ele sempre imaginou como seria o loiro vulnerável, mas nunca pensou que odiaria tanto ver aquilo.

- Harry... Ele está aqui. - foi tudo o que disse e repetiu várias vezes. - Ele... eu o vi... pôr favor, não deixe ele me tocar. Eu não quero aquilo de novo! Me sinto sujo... e... - Potter o calou, colocando um dedo em seus lábios e voltou o abraçar. Ele não queria que o outro continuasse lembrando de tudo, Draco tremia em seus braços como um gato assustado.

- Fique calmo, Draco. Não vou deixar ninguém lhe tocar, já o disse que nada mais faria mau há você. - O apertou em seus braços novamente.

- Eu... - Ele parecia que iria confessar algo, mas sentia medo de como o outro estava se sentindo. Talvez seja desagradável demais ouvir aquilo.

- Continue, não pare. Mas faça isso só se quiser, nunca iria lhe forçar á fazer algo.

- Eu estou com medo.

Potter ficou chocado com aquilo, mas se sentiu bem por saber que ele era de confiança para contar essas coisas. - Não tenha medo. - Novamente aquela voz suavemente.

- Você está com pena de mim? Ou nojo de me encostar?

Por alguns milésimos de segundos, o moreno precisou para entender. Mas entendeu do que ele se referia ainda mais rápido, quando ele sentiu o outro querer sair de seus braços. - Nunca que sentiria nojo de você e também fui eu que o puxei para um abraço.

- Mas você... - Foi interrompido.

- Você foi a vítima, Draco. Vítimas não tem culpa. E se caso ele já tenha dito que só fez aquilo, porque você merecia. É mentira, está me ouvindo?

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