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Dor. Era isso que Hunter sentia na manhã seguinte. 

Muita dor de cabeça, sentia seu corpo estremecer debaixo do cobertor. Seu nariz escorria, depois do temporal de ontem,ele com certeza pegara uma gripe. Nada mais poderia piorar, estava sozinho, doente e com um tumor no cérebro. Ótimo, pensou ele incapaz de levantar. Engoliu em seco, e isso também não foi uma boa ideia, a garganta parecia que tinha cacos de telhas.

O som de alguém batendo na porta lhe despertou,ele se remexeu na cama, sem conseguir levantar. A cabeça doía, ele se sentia um pouco tonto. Ele jogou os pés pra fora da cama e seu corpo inteiro protestou. O barulho na porta ficou mais intenso. Ele caminhou devagar, se segurando na parede e andou devagar até a porta, abrindo-a se deparou com Kai, que entrou sem pedir licença.

— Você vai arrumar suas coisas agora e vai embora.. — Berrou ele, Hunter sentiu uma pontada na cabeça tão forte que teve que usar toda a sua força pra não cair. — Está me ouvindo?

Ele estava, mas não sabia exatamente o que fazer naquela situação. Se soltasse a parede, com certeza cairia.

— Você vai pegar suas coisas.. — Kai se calou quando olhou pro velho amigo, — O que você tem?

— Nada.. — Hunter respondeu fechando o olho para ver se a tontura passava, precisava passar. Então, ele sentia mãos no seu ombro lhe virando.

— Algo está errado.. — Kai o puxou para o sofá, ele sabia que o velho amigo estava com raiva, mas conhecia Kai o suficiente para saber que mesmo ele estando com muita raiva dele, ele seria incapaz de deixá-lo morrer ali sozinho. — Você está ardendo de febre..

— Peguei a chuva de ontem.. — Hunter sussurrou baixinho.

— O que diabos você foi fazer na chuva? — Hunter conseguiu olhar em seus olhos, Kai entendeu o que ele falava apenas no olhar, — Eu a peguei.

— Eu sei. — Ele respondeu e deixou que Kai lhe ajudasse a deitar no sofá.

— Inacreditável... — Kai murmurou, — Eu vim aqui para te bater e agora tenho que cuidar de você para que não morra.

Hunter evitou sorrir, ele sabia que não era a hora disso. Então, ele fechou os olhos. Ainda se sentia tonto, a cabeça ainda doía muito.

— Desculpa.

Ele ouviu passos se afastando e depois barulho na cozinha, mexendo nos armários. Um minuto depois ele ouviu a voz de Kai.

— Você não tem nenhum remédio aqui?

— Na verdade,não. — Apenas o que ele estava tomando para sua outra doença,mas Kai não precisava saber, não ainda. — Não estava nos meus planos pegar um resfriado.

— Não estava nos meus planos cuidar de você, então.. — Kai falou voltando para sala, — Imprevistos acontecem.

— Claro. — Hunter falou.

— Vou pegar alguns na minha casa, — Kai falou pegando as chaves do carro, — Quanto antes você ficar bom será melhor. Assim, — Hunter o olhou atentamente, — Você irá embora mais rápido, e Alisson não precisa ter ver.

Na verdade, Hunter não sairia dali sem implorar pelo perdão de Alisson, mas Kai também não precisava saber disso. Pelo menos, não naquele momento, ou ele poderia muito bem bater em Hunter até ele perder a consciência e então lhe jogaria dentro de um avião e lhe enviaria para o mais longe que ele conseguisse.

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