16

215 17 1
                                    


— Nunca mais faça isso, Alisson.. — A mãe dela falou quando ela entrou em casa, então a envolveu em um abraço apertado. — Está bem?

— Sim.

— Tem certeza?

— Mãe.. — Kai falou irritado, — Ela precisa descansar.

Então a mãe a soltou, o pai a abraçou em seguida e beijou o topo de sua cabeça murmurando um Eu te amo. Ela apenas assentiu, acontecera muita coisa, ela ainda não estava bem pra falar sobre nada. Angel não estava na sala com Bel, mas ela não se importou, passava das três da manhã, é claro que estariam dormindo. Pobre Angel, grávida de quase nove meses e tinha que lidar com as loucuras daquela casa.

Ela não protestou quando Kai a levou pro quarto, não se permitiu chorar até estar sozinha no banheiro e poder desabar em choro. A água caia forte em sua cabeça enquanto ela estava sentada no chão do banheiro, as pernas juntas ao corpo. Ela agradeceu por seu quarto não ficar perto do de seus pais, assim ela poderia chorar até morrer e ninguém iria se incomodar. E assim ela fez, uma hora depois, e quando viu que a cota de lágrimas de um ano, tinham sido atingidas, ela finalmente levantou e desligou o chuveiro. A conta da água viria cara aquele mês, ela também não se importou. Se envolveu em uma toalha e abriu a porta do banheiro. Encontrou Angel ali sentada na beira da cama, a cunhada sorriu docemente quando ela a encarou.

— Pensei que precisaria de uma amiga.. — Angel falou em um sussurro. — Não posso te oferecer meu colo, por conta da barriga, — Ela massageou a barriga enorme e Alisson sorriu, — Mas pode ser o ombro, o que acha?

— Acho ótimo. — Alisson falou já sentindo uma nova onda de lágrimas vindo. Então caminhou até a cama e sentou-se ao lado da amiga e cunhada.

— Quer falar?

— Só chorar por enquanto, pode ser?

— Com certeza.. chore o quanto precisar.

Ela não havia contado pra Kai sobre a doença de Hunter, ele não lhe pediu segredo, então ela contou pra Angel, e chorou ainda mais. Angel ficou em silêncio, apenas ouviu os soluços dela. Apenas ficou ali, mas isso era o suficiente pra Alisson. Enquanto ela chorava, Angel segurou a sua mão.

🏒⛸☕🍰

Na manhã seguinte, Alisson não foi trabalhar. O café poderia funcionar sem ela por mais um dia. Ela ficou na cama a manhã toda, pelas nove da manhã, a mãe levou o café da manhã dela, o qual ela não conseguiu engolir quase nada, comeu apenas o suficiente pra não morrer.

Na hora do almoço, Kai levou uma sopa, mas ela apenas provou, parecia errado comer. Ela não conseguia entender o porquê raios Hunter estava doente, não conseguia aceitar que ele iria morrer, que ele desistira de viver. Bel entrou no quarto acompanhada de Angel quando já era mais de três da tarde, ela correu em direção a tia com um sorriso puro nos lábios.

— Você está doente? — Perguntou ela assim que subiu na cama, Alisson trocou olhares com Angel, — Mamãe falou que você não se sente bem, então trouxe isso pra você.

Bel estendeu a mão e havia um bombom de chocolate com menta lá, Alisson sorriu recebendo o presente.

— Minha mãe diz que chocolate cura dores no coração, — A menina continuou, — É verdade?

— Vamos ver.. — Alisson respondeu abrindo o bombom e comendo um pedaço, — Parece que já me sinto melhor.

— Sério? — o rosto de Bel pareceu se iluminar com a resposta de Alisson, — Então, vou comer um todos os dias, assim, meu coração nunca vai doer.

Lar, doce lar.Onde histórias criam vida. Descubra agora