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Kai deixou Hunter e dirigiu até sua casa. Seu sangue grosso em suas veias, o coração batia forte no peito. Droga, ele tinha ido lá pra obrigar Hunter a ir embora, e agora tinha que cuidar daquele babaca. Mas ele era assim, não poderia deixá-lo sozinho, por mais babaca que tivesse sido, Kai não poderia deixá-lo ali, doente.

Entrou em casa quase correndo, desceu direto pro sótão, onde sua casa ficava. Sim, ele morava com a família no sótão da casa dos pais, e não era porque não podia ter uma casa própria, mas porque ele e Angel, sua esposa, amavam morar com a família.

Angel estava sentada no sofá lendo, ela ergueu os olhos na direção dele e ele parou abruptamente. Ele não iria conseguir mentir para a esposa, droga, não pensara nisso antes.

— Amor.. — Ela disse fechando o livro. — Você está bem?

Ele caminhou até o armário e começou a pegar alguns remédios, mas sentia o olhar de Angel queimando suas costas.

— Estou bem.. — Disse ele jogando os remédios na mochila que carregava, então sentiu a mão delicada de Angel em seu braço, os olhos cheios de amor lhe atingiram forte quando ele a olhou.

— E esses remédios??

Ele virou-se devagar na direção da esposa, beijou sua testa e tocou em sua enorme barriga, sentindo os pequenos chutes do menino ali.

— Posso te contar quando voltar??

— Não, — Ela disse cruzando os braços acima da barriga, — Quero saber agora.

— Querida..

— Kai Evans.. — O negócio tava ficando ruim pra ele ali, porque quando a esposa lhe chamava assim, significava que ele estava entrando em águas perigosas.

— Tudo bem, mas é segredo.. — Ele disse, Angel franziu a testa.

— Alisson sabe?

— Deus, não.. ela não pode saber disso. Nunca.

— Bom, não sei se quero saber então, não quero esconder nada da minha melhor amiga. — Angel falou, e soltou um suspiro baixo. — É algo que vai machucar ela se ela souber? — Kai assentiu devagar, ele também não queria mentir pra irmã, mas aquilo lhe destruiria. Saber que Hunter estava ali tão perto, ela sentiria toda a dor novamente. — É algo muito ruim?

— Amor.. é algo bem ruim. — Ele disse, sua cabeça começava a latejar, ele em breve precisaria de um remédio também. — Eu preciso ir agora, — Ele beijou os lábios dela delicadamente e encostou a testa na dela, — Volto logo, me liga se sentir alguma coisa, certo? — falou ele tocando novamente a barriga dela, ela assentiu e ele saiu rapidamente.

🍰☕⛸🏒

Alisson jogou algumas compras no porta malas do carro, ela havia dedicado a manhã pra comprar algumas coisas pro café. Ela evitada ir naquela rua, pois bem em frente ao supermercado que ela estava, ficava a antiga casa de Hunter, então, ela só ia ali quando não havia o que precisava em outro lugar. Quando ela deslizou pra dentro do carro, ela viu o carro de Kai parando em frente a casa e o irmão pulou pra fora andando rapidamente pra dentro da casa. Alisson franziu o cenho enquanto observava a cena. Havia algo muito errado ali.

Ela mordeu o lábio inferior, ela sempre fazia isso quando estava preocupada. O que o irmão estava fazendo ali? Não havia nada naquela casa pra ele, será que ele havia comprado a casa? Mas porque diabos ele compraria aquele lugar, Kai odiava Hunter. Porque ele iria querer morar justo naquela casa? E porque diabos ele iria querer sair do meio da família? Não fazia sentido nenhum aquilo. Então ela foi contra todos os seus sentidos, tudo nela a mandava ligar o carro e ir embora. Correr dali. Mas ela era teimosa como uma mula. Pulou pra fora do carro e atravessou a rua com o coração na boca. Sentia-se fraca quando suas mãos trêmulas viraram a maçaneta. Mas nada no mundo poderia lhe preparar pra o que ela viu ali, nada lhe preparou pra ver Hunter. Hunter Roosevelt estava deitado no sofá, dormindo. Ela sentiu o chão se abrir bem debaixo de seus pés naquele momento.

— Espero que você fique bom logo.. — A voz do irmão lhe atingiu com força, ela o olhou já sentindo as lágrimas nos olhos, — Alisson.. — Kai falou balançando a cabeça rapidamente, — Me deixa explicar...

Alisson não conseguia respirar direito, ela sentia o corpo tremer, Hunter estava ali, ele estava ali. Perto. Muito perto dela. Ela sentia o mundo girar, estava tonta, se sentia traída por Kai. Meu Deus. O coração se partiu, doeu, sangrou. Então, Hunter levantou rapidamente do sofá e ela foi atingida por seus olhos. Agora ela não pôde mais se segurar, ela queria gritar com ele, o ofender. Queria machucá-lo. Mas tudo que conseguiu fazer foi chorar.

Lar, doce lar.Onde histórias criam vida. Descubra agora