capítulo 8

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Luke's pov:

Encarei o pequeno, mas aconchegante, prédio onde Sara morava. Haley me passou o endereço no domingo, quando me convenceu a dar carona para a garota.
Sendo muito sincero, eu estava nervoso. Não via a menina à 3 anos, e não sabia qual seria a minha reação ao vê-la novamente.
Mesmo que por pouco tempo, Sara foi minha primeiro paixão. Eu tentei namorar, mas nenhuma garota se comparava a ela. Não que não fossem incríveis, mas não eram ela.
Contei até três e desci do carro. Andei até a portaria, que era bem pequena e possuía paredes verdes claro, e me dirigi a um senhor, que estava sentado dentro de uma salinha.
-Bom dia.- falei, me aproximando do vidro, e ele me olhou.
-Bom dia. O que deseja?
-Eu...-mordi os lábios- Eu queria que o senhor avisasse para Sara Davis, do apartamento 10, que Luke Dunphy chegou para buscá-la.
-Não sabia que a senhorita Davis estava namorando.- o senhor sorriu, e eu tentei conter a vergonha.
-Não, não.- me esquivei- Ela é amiga da minha irmã, e eu me ofereci para dar uma carona até o casamento dela.
-Ah, claro.- ele sorriu e pegou um telefone. Discou algo e esperou- Bom dia, senhorita Davis, estou bem sim. A minha mulher está melhor da perna, e agradeceu muito pelos biscoitos que você fez para nós ontem.- sorri involuntariamente ao escutar as palavras do homem. Podia perfeitamente imaginar Sara fazendo biscoitos e levando para uma senhorinha com problema na perna.
"Tem um homem aqui fora te esperando.- ele tampou o telefone e me perguntou- Qual seu nome mesmo?"
-Luke Dunphy.- respondi.
-Luke Dunphy.- ele disse e esperou um pouco antes de falar- Digo para ele sim. De nada, senhorita Davis, até mais.- ele colocou o telefone no gancho e se virou, sorridente, para mim- Essa garota é tão doce e gentil.
-Ela é mesmo.- sorri.
-Ela mandou você esperar um pouco que já desce.
Agradeci e caminhei até o carro. Me encostei e puxei um cigarro de meu bolso. Precisava fumar um pouco para aguentar o nervosismo.
Esperei uns minutos, até que escutei risadas na portaria. Eu involuntariamente sorri. Sabia bem de quem era aquela risada.
-Oi.- a dona dela apareceu na portão, parecendo tranquila, em contraste a mim, que estava suando frio.
Meu coração estava a mil por hora. Eu me sentia novamente naquela noite fria de ano novo, olhando ela partir.
Ela estava tão linda. Não havia mudado quase nada, talvez tivesse crescido alguns centímetros. A única coisa diferente era que seu cabelo, antes rosa e preto, agora era inteiramente vermelho.
Ela usava uma regata branca, um shorts jeans comum e um all star surrado. Os óculos escuros em formato de coração estavam em sua cabeça, enroscados em um coque feito as pressas.
-Você fuma agora?- ela perguntou, apontando para minha mão. Estava tão entretido em sua beleza que me esqueci do cigarro em meus dedos.
-Não conte para minha mãe.- implorei e o joguei na calçada, pisando nele.
-Tudo bem.- ela sorriu- Mas só se você dividir comigo, o meu acabou e eu esqueci de comprar.
Acenti e um silêncio se instalou.
-Que ajuda?- perguntei, apontando para a pequena mala amarela em seus braços.
-Claro.- ela estendeu a bolsa para mim e eu a peguei.
Guardei no porta malas e encarei a menina.
-Podemos ir?- perguntei.
-Deixa só eu ver se peguei tudo.- ela abriu sua bolsa marrom e começou a mexer nela- Merda!- exclamou, frustrada- Eu esqueci meu óculos. Vou buscar. Já volto.- ela se virou para entrar novamente, mas eu segurei seu braço. Um arrepio percorreu meu corpo, como todas as vezes que eu tocava nela.
-Que que eu vá junto?- perguntei, me censurando mentalmente logo em seguida.
-Tudo bem.- respondeu, com as sobrancelhas levemente arqueadas, e se virou para o prédio, entrando novamente.
Entramos no elevador, que parecia bem velho, e, assim como todo o prédio, era verde claro.
There's Is a Light That Never Goes Out começou a tocar.
-Eu amo the smiths.- Sara comentou sorrindo.
-Oi?- perguntei, já que não havia escutado direito o que ela havia dito.
-Eu disse que amo the Smiths.- ela falou, chegando mais perto de meu rosto-"To die by your side is such a heavenly way to die".- cantarolou, me causando arrepios.
O elevador abriu e ela saiu. Corri atrás dela, que andou até a porta no fim do corredor.
-Só não repara na bagunça.- comentou, enquanto destrancava a porta, que foi aberta lentamente, produzindo um rangido agudo.
-Esse prédio está bem velho.- comentou, fazendo careta e entrando no apartamento.
Acho que se me dissessem para adivinhar quem morava ali, eu diria Sara na hora.
O local exalava o cheiro de morango da garota que me hipnotizava.
O apartamento era pequeno. Logo de cara pude observar o hall de entrada. Ele era simples, apenas com uma prateleira na parede com alguns livros, um cabide com dois casacos e um guarda-chuva.
-Quer sentar na sala?- perguntou, e apontou para o cômodo da frente.
-Claro.- respondi e andei até a sala.
Havia um sofá azul escuro encostado na parede. A sua frente, uma Televisão grande repousava sobre um hack marrom claro. Havia uma mesa de centro, com alguns livros espalhados e um controle remoto. Na parede atrás do sofá, havia cinco prateleiras, uma em baixo da outra, cheias de livros. E ao lado, havia três pôsteres, um de "Clube da Luta", um de "Sociedade dos Poetas Mortos" e um de "O Iluminado". No canto, entre a parede e o sofá, tinha uma vitrola grande, com alguns discos apoiados.
Pelo vidro, observei a varanda, que era regada de plantas e possuía uma rede laranja.
-Desculpa a demora.- a menina disse, me dando um susto. Estava tão entretido observando a maravilhosa sala que nem me toquei do tempo que passou.
-Não sabia que tinha tanto bom gosto.- sorri e ela também.
-Obrigada.- respondeu, chegando mais perto de mim.
Seus olhos castanhos e grandes eram hipnotizantes. Eu não sabia da falta que eu sentia de seu olhar até contemplá-lo novamente.
-Luke?- acordei do meu transe.
-Oi?- perguntei, piscando rápido.
-Eu perguntei se podemos ir.- ela respondeu.
-Ah, sim, claro.- caminhei, apressado, até a porta.
Saímos do prédio novamente, mas não antes de Sara conversar mais um pouco com o senhor da recepção, que descobri se chamar Stan.
Depois de uma longa conversa, fomos para o carro e, finalmente, saímos da cidade.

Finalmente apareci!!! Tava sumida gente, mas é porque eu comecei a trabalhar no mercado, e sinceramente, não tenho mais tempo pra nada. Enfim, vou tentar postar mais capítulos nos meus dias de folga, ou até no trabalho.
Espero que gostem da referência a 500 dias com ela, eu sinceramente amo esse filme.
Aproveitem o capítulo e beijos da autora!!

18- Luke Dunphy (Reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora