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"O ódio é o prazer mais duradouro.
Os homens amam com pressa, mas odeiam com calma."

- Lord Byron

Não há nada pior para uma mãe, do que a dor de não ver seu filho. 
E não há nada pior para um filho, do que ver a sua mãe com dor. 

Fuyumi via isso, inclusive, com apenas 2 anos, pensava que era sua culpa esse sofrimento enorme. Porém, com os anos andando em frente, a mente mais madura e os ouvidos bem abertos, ela começou a entender um pouco mais. 

Dois meses antes de seu aniversário de 4 anos, ela acorda de madrugada com os gritos da sua mãe. 

- Faz quatro anos Enji, QUATRO ANOS! 

- Ele esta em um lugar bom 

- Lugar bom? Desde quando ficar em um lugar onde você treina todo dia e não vê a sua família é bom?!  

Fuyumi não entendia o contexto da briga, na verdade, ela nunca entendia. Porém, dessa vez, ficou interessada para saber por que daquilo. 
Então levantou e colocou o ouvido na porta, na esperança de ouvir melhor 

- Eu fiz isso para nos concentrarmos na Fuyumi, se ela não for a certa então ele voltará - Enji estava se controlando para não gritar 

- Você percebe o que esta dizendo?! Eles não são um brinquedo Enji, são nossos filhos! PELO MENOS UMA VEZ NA VIDA PODE ENXERGAR ELES COMO SERES HUMANOS? 

- ELES SÃO O MEU PROJETO - O autocontrole de enji nunca foi bom... 

Segundos de silencio se passaram e Fuyumi ja chorava , silenciosamente, óbvio. 

Ela não entendia porque ele havia sido tão mal. 
Ele era o papai não? O papai era o herói .... não é? 

- Se você não ir busca-lo, eu mesma irei - Rei, para a infelicidade dela, criou coragem para falar 

O que foi ouvido a seguir não foi uma resposta, um acordo ou um grito raivoso de Enji, e sim um barulho de tapa. Tão forte, tão agressivo que fuyumi deu um leve pulo para trás. 

O resto da madrugada foi silencioso, com fuyumi escondida entre as cobertas com medo de mais barulhos virem. A garotinha não dormiu. 

E, mesmo não sabendo o que exatamente aconteceu naquela noite, ela tinha certeza que foi algo ruim. Afinal de contas, um mês depois, Rei descobriu que estava grávida. 

~

Nove meses depois 

O professor abre a porta do quarto e encontra os três meninos deitados na cama do meio, sem camisas, conversando animadamente

- Touya - As atenções se voltam para o homem. 

Kai pula para a sua cama e se prepara para pegar uma faca que escondeu de baixo do travesseiro, Keigo vai para a sua e observa tudo, como um verdadeiro falcão, enquanto Touya se levanta e coloca as mãos para trás. 
Aquilo era um plano, mau planejado, de ataque, caso algo desse errado. 

- Precisa de algo, senhor?

- Seu pai esta aqui. Você irá para casa para ver seu irmão nascer - O corpo de Touya congelou 

- Endeavor esta aqui? Podemos cumprimenta-lo?! - O loiro ja se anima e sai da posição de ataque 

- Você vai ter mais um irmão? Credo - Kai se manteve firme na posição, mas é óbvio que ele iria fazer algum comentário.  

- Não, não podem - O homem  respondeu apenas o primeiro garoto - Não demore - Ele fala olhando de volta para Touya, que finalmente saiu do transe e começou a sorrir 

O Sangue do ódioOnde histórias criam vida. Descubra agora