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Os filmes nos enganam.
Pensamos que quando estamos apaixonados ficamos loucos e sairemos de nossas casas, pegaremos um avião e iremos até o outro lado do país para fazer uma grande declaração. Eu, particularmente, acho romances calmos e sem drama, mais fáceis de acontecer, mais românticos. Porém, a uma linha tênue entre esses dois mundos, uma linha que Shoto se encontra no meio.

Não poderiam esperar de um aspirante a herói, que ele se contentasse com o tédio da monotonia, porém a calmaria em seu corpo se encontrava todas as vezes em que olhava para os olhos de Kira, era valiosa pra si. Ele adorava os momentos calmos e parecia estar em uma calmaria eterna quando estava com ela, até mesmo quando os dois lutavam. Ela o fazia se sentir em paz.

O problema começou, quando, misteriosamente, o garoto começou a se envolver com a vigilante. Seu mundo pareceu se dividir e ele estava confuso com isso.
Amava a calmaria que Kira fazia seu coração sentir, mas, quando a vigilante encapuzada invadiu seu quarto naquela manhã de domingo, seu coração nunca acelerou tão rápido.

Suas mãos tremiam, sua respiração ficou ofegante e borboletas poderiam facilmente terem invadido seu estômago inteiro. Ele ficou ansioso, feliz e um pouco receoso, não sabia o que fazer, e principalmente, não sabia o por que de ter gostado dessa sensação.

Será que era muito masoquista da parte dele ter gostado do sentimento de euforia?
Seria irresponsável uma parte do seu subconsciente torcer para que essa visita vire um drama enorme?

Afinal, não seria emocionante fazer parte de um enorme e confuso drama?

Suas pernas tremiam, e enquanto ele decidia o que fazer com a intrusa em seu quarto, seu coração lhe sussurra que gostou daquela intromissão repentina.

Havia se passado apenas uma semana do primeiro encontro deles, porém, vendo a criminosa ali, pareceu a primeira vez que Shoto a viu, estava tão nervoso quanto na primeira vez.

Shoto sem dúvida pegaria um avião e iria até o outro lado do país só para ver a garota de novo.
Ele estava TÃO intrigado, mas ao mesmo tempo, sentia falta da calmaria que sentia com Kira.

- Todoroki? - A voz modificada fez o garoto sair do transe de pensamentos confusos em que ele estava.

- O que você esta fazendo aqui? - o garoto ainda estava um pouco na defensiva

Ela ri um pouco e se encosta na parede.
Shoto não sabe se ela está olhando pra ele, mas, mesmo se não estiver, ele fica nervoso com a possibilidade do olhar dela.

- Relaxa... Não quero te fazer mal - o garoto relaxou os músculos que nem percebeu que estavam tensos - Só vim buscar uma coisa que deixei aqui da última vez que vim

A ideia parecia meio ilógica, porém, ele não contestou, apenas concordou com a cabeça, enquanto seus olhos focavam em casa músculo do corpo da garota

- Seu pai está em casa?

- Sim.
Ela suspira, e ele, mesmo não vendo o rosto dela, tem certeza que a mesma revirou os olhos.

- Ok, então eu volto de noite

Ela começa a se virar para a janela, e um desespero dentro de Shoto começa a crescer, ele não entendia ao certo, mas tinha a sensação que iria perder toda a emoção do seu dia se a deixasse ir embora. E, por algum motivo desconhecido, Shoto estava faminto por emoção naquela manhã.

- Espere! - Ela parou - Eu posso procurar pra você, só me diz o que é, que eu procuro - Ele quase a implora com o olhar.

Ela parece hesitar um pouco, pensando se aquilo realmente valia a pena, a final, só se deu conta de que perdeu seu anel dias depois de se refugiar na casa de Shoto, e ainda tinha muitos lugares que ainda não tinha procurado.

O Sangue do ódioOnde histórias criam vida. Descubra agora