- Finalmente acordou - É a primeira coisa que Touya escuta quando recupera a consciência

- ...... Estou com dor - Sua voz saiu fraca e rouca. sua garganta estava seca. 

- Claro que está! Seu pai só não quebrou nosso pescoço porque ele ja tinha jantado, porque senão... nós seriamos o jantar! 

Touya ouvia meio turvo, estava agoniado. Resolveu ignorar as provocações de Yokai 

- ..... Aonde estamos? 

- Sinceramente? nem ideia. Eu te carreguei por algumas horas, fiquei cansado e vim para esse beco. 

Touya olha em sua volta, a latas de lixo, sujeira espalhada pelo chão, estava escuro e havia coisas pichadas espalhadas por todas as paredes dali.
Pareciam que estavam em outra dimensão, o garoto ainda não tinha raciocinado o que tudo aquilo representava, o que havia acontecido e o que esse trauma poderia mudar na vida dele. 

- Como...Como vamos voltar?

- Voltar?

-É... Voltar pra...pra minha casa? - O silencio depois disso durou apenas 5 segundos, porém, para Touya, parecia horas. 

Yokai riu histericamente 

- Esta brincando ne? - Não ouve resposta, e yokai suspira enquanto coloca a mão na testa e massageia um pouco - Você é burro ou doente mental? Não entendeu o que aconteceu ontem? Não percebe que para o seu pai, você e um pedaço de bosta esmagada é a mesma coisa? 

E então, como se levasse um soco, Touya se lembra, e quase sente uma dor física em perceber que sim, Kai estava certo

- ...Ok...mas...e agora? 

- Agora vivemos a vida! podemos invadir uma casa abandonada e roubar comida por ai - O outro garoto fala de maneira relaxada, ele realmente não se importava em ser um mendigo 

Porém, quando estavam prestes a discutir sobre isso, um homem chega 

- Suponho que viver como mendigos não é apropriado para crianças especiais como vocês... - Os dois se calam, e observam. Yokai teve um mal pressentimento, enquanto Touya teve esperança. 

E Keigo, sozinho naquele quarto que um dia esteve cheio, é chamado para um treinamento especial, onde aprendeu a usar sua pena para perfurar o coração de um boneco de espuma.

~

Shoto estava viciado. 

Ele nunca tinha sentido algo assim, e nunca passou por sua cabeça que sentiria, parecia que o corpo dele pulsava em anseio, ele queria mais e mais, queria estar perto dela o tempo todo, queria sentir aquela sensação de novo. 
Não fazia sentido, parecia que ela tinha o drogado. 

Ele acordava pensando em ir rápido para a escola, só para vê-la. 
Esperava ansioso o termino da aula, só para treinar com ela.
Torcia para o treino diário com seu pai acabar rápido, só para conversar sobre coisas idiotas com ela pelo celular. 

Ele vivia pensando nos momentos em que estaria perto ou apenas falando com ela.
Isso é normal?

Já era final da tarde e seu pai havia mandado uma mensagem avisando que estaria muito ocupado com o vigilante, então não poderiam treinar. Obviamente, o homem havia o mandado treinar sozinho, porém o garoto ignoraria esse pedido com prazer, mas, quando estava prestes indo para o seu quarto para deitar, algo em seu cérebro apitou.

E se...

- Oi - Ele falou assim que ela atendeu 

- Lilás! oi! - Ela começou a chama-lo assim todas as vezes em que estavam sozinhos, Shoto gostou do apelido 

O Sangue do ódioOnde histórias criam vida. Descubra agora