Sábado - 1 da manhã

A noite estava do jeito que ela gostava. Movimentada, barulhenta e cheia de luzes, com uma fraca garoa caindo do céu e um vento forte e gélido soprando.
Ela olhava para baixo com um sorriso no rosto, pronta para atingir o seu alvo.

Alguns minutos se passaram, até que lançou seu corpo contra o chão e antes que pudesse machucar seus pés com a aterrisagem, um fio negro sai de seu braço e se prende na parede do prédio ao lado. Ela, pendurada no prédio, desce tranquilamente até o chão e vê os olhos azuis a fuzilarem com ódio. O fogo vermelho iluminava seu rosto coberto pelo seu capacete e o homem quase rosnava

- O que você quer com o meu filho?!  - Ele grita, deixando a descrição, de sua possível descoberta, de lado

Houve alguns segundos de silêncio, com a garota processando as palavras, até que se ouve uma risada

- Filho? Qual deles? - O homem treme de raiva - Eu gosto de todos sabe...

Uma chama vermelha vem em direção do rosto da garota, porém, ela desvia facilmente, como se já soubesse que isso iria acontecer

Não há mais diálogos entre eles, apenas Enji, gritando de raiva, enquanto joga sem parar bolas de fogo na garota mascarada, que desvia, com graça e calma.

Ela ria, se divertindo com o olhar raivoso do homem em sua frente.

- Sabe... sempre achei que você fosse um lutador melhor... 

Ela fala e começa a se afastar, seus costas estão quase encostando na parede do prédio, e assim como desceu, ela subiu até o telhado com o mesmo fio negro a puxando pra cima.
Enji a olhava com raiva e não demorou nem um segundo para pegar impulso e subir para o telhado também. Ele havia cansado de perde-la de vista toda vez que a garota resolve subir em telhados e sair correndo.

- Você não vai fugir dessa vez - Ele fala enquanto range os dentes

- Não vou? - E ela começa a correr

A perseguição não dura muito tempo, Enji era rápido e a garota sabia o quanto a sua situação era arriscada agora. Porém, fazia parte do plano.

Com um tropeço falso, a mascarada cai do telhado, convenientemente em um beco, Enji a segue e assim que esta prestes a descer para encurralar a garota, ele vê um vulto preto, com algumas mexas de cabelo brancas saindo por de baixo da máscara, correndo pra fora do beco e subindo no telhado do prédio do outro lado da rua.
E Enji, obviamente, segue a fugitiva.

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Sábado - 1:20 da manhã

Shoto estava andado pelo bairro. Não era comum pra ele tal situação, porém, seu pai havia mandado uma mensagem para ele há exatos 20 minutos, exigindo, de uma maneira bem grosseira, que ele saísse de casa, por 10 minutos.
Ele considerou não obedecer, porém era estranho seu pai lhe pedir esse tipo de coisa tão especifica, ainda mais em uma hora dessas, então, resolveu não se incomodar.

Era só 10 minutos afinal, o que daria errado?

Ele andava olhando para os lados, vendo as poucas luzes acesas de seu bairro.
Seu casa ficava em um bairro antigo, só com casarões tradicionais, não havia muita "vida" de madrugada ao contrario do resto da cidade.

Ele olhava para os lados, entediado. Até que, de repente, sente um corpo se chocando contra o seu.

Os dois caem no chão e Shoto já se vira de barriga pra cima e se prepara para atacar, porém, percebe após alguns segundos, que aquela pessoa que o derrubou era familiar

O Sangue do ódioOnde histórias criam vida. Descubra agora