— Não encosta em mim! – rosnei, assim que ele tentou segurar minha mão, me afastando dele o máximo que pude, ainda que eu não tivesse forças para me mover com a agilidade corriqueira.
— Me deixe explicar, Burgayzinho, por favor.
Seu tom suplicante só me enfureceu mais, tanto que precisei me segurar para não acertar aquele rosto bonitinho dele.
— Não me chama assim e fica longe, ou eu sou capaz de te dar um soco. – balbuciei exasperado, sentindo-me pesado como se naquele instante eu segurasse o peso do mundo sobre os ombros.
Cheguei em casa e nem consegui subir as escadas.
Estava destruído.
Me acomodei no sofá, e como fazia muito frio, me cobri com um lençol, pensando que a vida tinha acabado de me dar uma rasteira e tanto.
Pensar em Taehyung casado com alguém, que não fosse eu, era tortuoso demais, como se eu pressentisse que dali em diante eu não seria mais feliz. Saber que se casaria com uma mulher me deixava ainda pior. Já estava quase cochilando quando ouvi um barulho vindo da porta, e ao erguer a vista, vi ele ultrapassando o pedaço de madeira.
— Só vim pegar as minhas coisas. – justificou, embora o apartamento fosse nosso e ele não me devesse qualquer explicação.
Fingi não ter ouvido e comecei a mexer no celular, ouvindo seus passos no instante em que ele subia as escadas.
Não demorou até que ele estivesse novamente na sala, e o fato dele sequer se despedir de mim me deixou possesso.
— Espera! – saí desembestado atrás dele, ficando na frente da porta. — Não pode se casar com ela, Taehyung. Se me ama, não faz isso. – tentei fazer ele mudar de ideia, engolindo meu orgulho goela abaixo.
— Eu amo você, mas eu preciso fazer isso pelo bem da minha família. – tentou se justificar e minha irritação com ele se elevou ao cubo, ele estava agindo como um idiota e demonstrava não ter noção disso.
— Então vai se casar por dinheiro? – minha voz vibrou sobre ele, que sacudiu a cabeça negativamente, colocando a mala no chão.
— Se prefere ver as coisas assim, eu não me importo, Yoongi. – retrucou, evitando me olhar nos olhos.
— Você vai ser infeliz, ela vai ser infeliz, eu vou ser infeliz, porque você gosta de homem e sabe disso! – pronunciei aos berros, já que o resquício da minha paciência havia acabado. — Você gosta de mim!
— Não importa a minha felicidade, e para de ser egoísta, Yoongi. – voltou a formar um hiato entre nós dois; ter noção que estava perdendo ele deixava a minha mente anuviada.
— Eu egoísta? – ricocheteei, sentindo algo amargar minha garganta. — É você que está abrindo mão da gente para se casar com uma riquinha e eu que sou o egoísta?
— Já disse que preciso fazer isso, por que é tão difícil entender isso? – questionou irritado, só não estava mais irritado que eu. Precisei me controlar para não falar várias merdas.
— Porque eu te amo, seu idiota! – proferi contra ele, o segurando pela gola da camisa, invadindo sua boca de forma urgente, sem me importar em parecer desesperado, porque eu realmente estava. — Não me deixa, por favor, Caipira. – o abracei forte, torcendo para que ele mudasse de idéia, mesmo que no fundo eu soubesse que sua decisão já estivesse tomada.
Naquela noite dormimos juntos, abraçadinhos, como na maioria das noites. Acordei várias vezes durante a madrugada com medo de acordar sozinho e foi exatamente o que aconteceu.
Ao despertar, por volta das sei da manhã, ela já não estava na cama. Não estava em lugar algum, assim como suas roupas e objetos pessoais.
Ele foi embora.
Constatei, após procurá-lo na casa toda, sentindo uma dor terrível no peito. Piorando o que já era suficientemente ruim, assim que abri a porta do apartamento para ir à faculdade, dei de cara com a Sra. Kim.
— Achou mesmo que ia se livrar de mim, Min Yoongi?
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O Caipira ★ TAEGI
Fanfiction▸ Esta história é uma ADAPTAÇÃO; a obra original pertence a GaoShiDe, que concedeu autorização. ≛ ָ࣪ ❝Onde Min Yoongi, um 'burgayzinho', vai ter que aturar Kim Taehyung, vulgo 'o caipira', durante um feriado inteiro e, se não se matarem, já será luc...