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— Depois de muita insistência, eu consegui convencê-lo a ir descansar um pouquinho. – minha mãe me informou, acariciando meu rosto com as pontas dos dedos. — Ele passou a noite toda segurando sua mão. Ele realmente te ama, querido. – seu tom era conspirador e seu rosto estava iluminado, numa emoção diferente. Acho que ela estava feliz por mim.

— Meu caipira. – suspirei como um bobo apaixonado. — A Kiara...

— Ela escolheu seu desfecho, te proíbo de se culpar, está me ouvindo? – havia deixado seu tom sério de repente, me repreendendo com seu olhar, mesmo em meio a toda ternura.

— Podemos entrar? – Hobi questionou, batendo na porta e, para a minha surpresa, estava acompanhado de Jimin.

— Vou aproveitar e ligar para o seu pai, ele já me telefonou umas vinte vezes, só no último minuto. – minha mãe beijou minha testa, os cumprimentou com um abraço e saiu porta a fora.

— Como se sente? – Hoseok se aproximou de mim, se sentando ao meu lado na cama, segurando minha mão com leveza, como se eu fosse de vidro.

— Melhor do que eu mereço. – minha voz estava extremamente baixa ao falar.

— Fala logo, Jimin. – O Jung olhou para trás, encarando o outro, que parecia uma estatua viva no quarto.

— Desculpa. – a voz de Jimin era tão baixa que mal se caracterizava um sussurro e a distância de mim não ajudava em nada.

— Ele não te ouviu. – Hobi murmurou sarcástico e alternou a atenção entre nós dois.

— Desculpa. – consegui ouvir e orgulhoso como Jimin era, sabia que estava sendo difícil para ele admitir que errou. — Eu fui um idiota e me deixei influenciar pela Kiara, sinto muito. – se aproximou mais um pouco e surpreendendo-o, segurei sua mão, o encarando.

— Está tudo bem, Ji. – murmurei e fiquei feliz quando ele me abraçou, deixando bem claro que não estava mais magoado, assim como eu.

Hoseok e Jimin me fizeram companhia por horas e durante esse tempo, contei tudo sobre o sequestro e os momentos de terror proporcionados por Kiara, e quando foram embora, acabei voltando a dormir e só acordei horas depois, sorrindo intensamente ao ver meu caipira sentado em uma cadeira ao lado da cama. E estava lindo com aquela camisa xadrez, jeans azul marinho e cinto de couro preto. Só faltavam as botas, o chapéu e estar montado na Espada.

— Oi, burgayzinho. – só a última palavra fez um rebuliço no meu corpo todo, depois de todo o caos, revê-lo era reconfortante. — Eu comprei jujubas e seu chocolate caro, mas a chata da enfermeira não me deixou entrar aqui com eles. – sempre tão fofo. Ou quede sempre. — Você está bem?

Se aproximou de mim e se sentou ao meu lado na cama, segurando minha mão e entrelaçando nossos dedos.

— Agora estou. – e todo desajeitado, consegui beijar aquela boquinha linda, sentindo seus braços em volta de mim. — Amo você, caipira. Amo muito. – seus lábios ainda estavam sobre os meus quando falei e quando ele mordeu de leve o inferior, senti estremecer lá em baixo.

— Amo você também e a Espada, vocês dois moram no meu coração. – disse extremamente divertido e eu o empurrei, mas o puxei de volta pela gola da camisa.

— Sério que tenho que disputar seu amor com aquela égua? – meu tom era quase ameaçador, chegou bem perto disso, e percebi quando ele riu alto.

— Ih! Não fala mal da bichinha, acredita que o Arthur, o cavalo do papai, engravidou ela? Cavalo safado da porra. – pronunciou indignado e foi minha vez de rir alto, vendo ele rolar os olhos para mim.

— Você não existe. – apertei suas bochechas fofas e voltei a beijá-lo. — Tae, aproveitando a oportunidade, você bem que podia morar comigo, nem precisa me pedir em casamento, sim?

— Não sou tão fácil, preciso pensar na sua proposta. – afirmou num tom sério, me deixando apreensivo. — Pronto, pensei e claro que eu quero morar com você, burgayzinho. Mas a Espada pode ir junto?

De novo essa égua no meu caminho?

— Não sei se lembra, mas eu moro num apartamento, e não não numa fazenda. – disse sarcástico.

— Eu ‘tava brincando, coisa fofa. – foi sua vez de apertar minhas bochechas e rimos um para o outro, aproveitando o pequeno momento de calmaria. — Fica bom logo ‘pra eu te levar ‘pra casa e cuidar muito bem do meu bebê. – então senti os braços dele envoltos nos meus ombros. Ele sempre teria o melhor abraço do mundo.

[...]

Passaram-se seis meses desde que Kiara cometeu suicídio e eu fui envenenado por ela, mas tive sorte e recebi o antídoto a tempo. De lá para cá muitas coisas mudaram, e a principal delas é estar morando com meu caipira, e ele tem sido um ótimo companheiro.

A cada dia, o amo mais.

A mãe dele ainda me detesta, mas tolera minha presença em seus jantares de família, e até me dirige a palavra às vezes. Já o marido é bem diferente, e acho até que estou conquistando o seu carinho aos poucos. Taetae se dá super bem com meus pais, mas quem não gostaria de um ser fofo com aquele?  Fofo e safado na cama, coisa que sempre apreciei nele, que entrou para a equipe de natação da Universidade, um dos melhores, até medalhas de ouro já ganhou em competições. E é claro que todas, o mozão dedicou a mim... E a Espada, sempre ela.

Estamos muito bem e de férias na casa da minha avó, lugar onde nos conhecemos.

Agora, sentado em seu colo, ambos apreciando o pôr do sol, olho para o mesmo lugar onde eu o encontrei há alguns meses.

— Foi bem ali que eu achei que tivesse morrido. – apontei com o indicador, chamando sua atenção para mim.

— E foi bem ali que eu me aproveitei disso. – disse todo descarado e me deu um selinho. — Não faria nada diferente... – arqueei as sobrancelhas para ele. — Tirando a parte que eu te empurrei da janela, meu amor.

— E eu não teria mentido por achar que seu sonho era ser pai. – só a lembrança já me deixava mal. — Mas quer saber? Se não tivesse acontecido tudo como aconteceu, não estaríamos aqui agora, juntos e com muitos planos de uma vida feliz pela frente, meu amor. E a única certeza que eu tenho é que eu te amo, caipira safado.

— Também te amo, burgayzinho. – e me beijou, trazendo toda a tranquilidade que eu precisava.

Nossa história foi bem louca, tivemos momentos bons, e outros muito ruins. Mas se tivesse acontecido de outra forma, uma forma “normal”, digamos assim, não seria a nossa história. Não seria “O Caipira”.

×××

Mais seis capítulos e a história, por fim, acaba.

Próximo capítulo estará na visão do Taehyung. Espero vocês na próxima <3

O Caipira ★ TAEGIOnde histórias criam vida. Descubra agora