Quando os sentimentos se transformam

Karaokê

Carmem acordou antes de Paula, ainda não acreditava na noite em que tiveram, foi tudo lindo, perfeito!

Elas se entregaram ao amor e ao desejo de uma forma sem igual. Ela já amava sua morena, mais depois dessa noite, seu amor aumentou de uma forma que nem ela sabia explicar.

Ficou um bom tempo ali, admirando a amada dormir tranquila, com um semblante calmo e feliz. Fazia carinho em seus cabelos, em seu rosto, era sim a mulher mais linda do mundo!
As vezes dava uma leve levantada no lençol, não conseguia segurar a vontade de olhar cada pedacinho daquela deusa.

Seus corpos encaixavam perfeitamente, talvez pelo fato da loira ser maior que a morena, oque fazia o toque ser mais especial.

Carmem olha o relógio - É melhor ir embora antes que alguém acorde e entre aqui! - pensou ela. Começou a dar pequenos beijos no rosto da morena que desperta com um lindo sorriso - Bom dia liebling! - dando um beijo em seus lábios - Preciso ir embora, logo alguém acorda e como explicar que dormi aqui com você? - falava isso e ao mesmo tempo se agarrava mais ainda a Paula.

- Bom dia amor! - se espreguiçando rápido para voltar a posição em que estava - Não queria que fosse embora, mais ainda está cedo para contarmos a todos! Quero curtir mais essa emoção de namorar escondido!

- Estamos namorando então?

- Coisa linda, não me faça pergunta óbvia a essa hora da manhã! Não vamos brigar! - ria enquanto falava e se sentava no colo de Carmem dando-lhe um beijo apaixonado.

- Quem diria Carmem Wollinger e Paula Terrare namorando! Nem nos meus melhores sonhos pensava em ser correspondida por vc Paulinha, nem neles! - acariciava as pernas da amada que rodeavam seu corpo.

- Você sonhava comigo cascacu? Fazendo o que com você posso saber? - a morena estava com uma carinha danada, não deixaria Carmem ir embora daquela maneira. Começando então a dar-lhe beijos apaixonados e cheios de desejos - Antes de você ir, quero te sentir dentro de mim outra vez - suas palavras saíram quase que como uma súplica no ouvido da loira que se arrepiou toda de desejo. Assim se amaram uma vez mais antes de Carmem deixa-la.

.....

O dia no escritório foi movimentado, quase não conseguiram se falar. Nem almoçar deu tempo.

- Mãe, tem um tempinho pra mim? - perguntava Ingrid já entrando em sua sala.

- Lógico filha, senta aqui! Oque houve?

- Vim te fazer um convite. Hoje é o lançamento do 1º clipe da banda e vamos todos a um karaokê na Tijuca, quero você lá! Diz que vai, por favor?! - Ingrid tinha um sorriso maroto no rosto como se estivesse aprontando. Puxara esse sorriso da mãe.

- Que horas é isso filha? Estou cheia de coisas aqui p resolver... - apontava para sua própria mesa com um amontoado de papéis. Olha pra filha, percebe um ar de desapontamento e fala - Eu vou! Vou direto daqui mais vou, só não sei que horas!

- Obrigada mãe! Te amo! - Ingrid abraça a mãe, abraço apertado e feliz e continua já saindo da sala - Ia esquecendo, o Gabriel chamou a cobra Vollinger pra ir também, não tem problemas pra você né?

- A cascacu vai? - uma corrente elétrica percorreu seu corpo lembrando de seus beijos - Tudo bem! Aproveito e pego uma carona com ela então, não sei quando meu carro vai ficar pronto.... - falou fingindo não se importar.

Ingrid já tinha saído quando Paula pega o telefone e começa a digitar:
Amor, Ingrid acabou de me chamar para o tal karaokê dos meninos da banda, disse que Gabriel também te chamou. Vamos juntas! Não vejo a hora de sentar na sua garupa novamente e sentir minhas pernas ao redor do seu corpo. Beijos!

Ela só poderia estar ficando doida! Doida de amor pela cobra! Mais era uma cobra tão linda....gostosa, como era gostosa! Paula lembrava do corpo nu da loira e se esquecia da vida. - Oque essa cascacu está fazendo comigo?

.....

- Amor, vamos? Paulinha? Tá na hora! - Carmem entra na sala de Paula

- Já?! Nossa, nem vi o dia passar hoje! - levanta e da um beijo na namorada. Era muito bom estar com ela, pensava.

......

- Até que enfim vocês chegaram! - Gabriel é que as recebe. A banda estava no palco cantando alguma música que elas não conheciam, mais até que o som era bom! - Aqui tem a lista das músicas, fiquem a vontade para escolher oque vão cantar! Porque lógico que vocês vão! - ria enquanto falava. Sabia que sua mãe, a grande Carmem Wollinger nunca subiria naquele palco, NUNCA!

- A sua mãe eu não sei Gabriel, cobras não sabem cantar né?! Mais eu vou! Com certeza! - deu uma piscada para a loira e começou a folhear o caderno. - Pronto achei a música! Vou cantar essa pra você coisa linda! - Paula falou baixinho no ouvido dela. - Coloca a número 222! - Já subindo no palco toda animada.

Já não tenho dedos pra contar
De quantos barrancos despenquei
E quantas pedras me atiraram
Ou quantas atirei
Tanta farpa, tanta mentira
Tanta falta do que dizer
Nem sempre é "so easy" se viver

Hoje eu não consigo mais me lembrar
De quantas janelas me atirei
E quanto rastro de incompreensão
Eu já deixei
Tantos bons quanto maus motivos
Tantas vezes desilusão
Quase nunca a vida é um balão

Mas o teu amor me cura
De uma loucura qualquer
É encostar no seu peito
E se isso for algum defeito
Por mim tudo bem
Tudo bem, tudo bem

O tempo pareceu parar, só existiam elas naquele lugar, seus olhos não desgrudavam em nenhuma sílaba, nenhum acorde. Paula estava se declarando para a amada!

Sem pensar, apenas sendo invadida pela emoção, Carmem se levanta e vai em direção ao palco, tomando a morena em seus braços e dando-lhe um beijo apaixonado!

Todos ficam espantados com o que aconteceu, menos Ingrid, que já estava com a pulga atrás da orelha. Essa batia palmas e gritava - MARAVILHOSAS! - se alguém pudesse estar mais feliz que o casal, essa pessoa seria ela!

As namoradas desceram do palco, um pouco envergonhadas mais de mãos dadas, não haveriam mais motivos para segredo.

Continua....