Saliem 1825

Akiro Nakamura.

"-Kiro"

Ela desperta e se vê em meio a raízes, como se tivesse crescido uma planta por anos em cima de si, mas sem prestar muita atenção nisso, ela levanta rapidamente relembrando o que tinha lhe acontecido.

- NOAH!!! - Akiro grita enquanto olha seus arredores.

"-KIRO " - ela ouve Noah e se pergunta se ele a chamou por seu antigo e esquecido apelido ou se não ouviu todas as vogais de seu nome.

- Noah?! - ela corre até aonde acha que o som pode estar vindo e acaba se aproximando de um penhasco.

- KIRO-CHAAAN!!!! - ela rapidamente olha pra trás buscando a voz familiar. "Não é o Noah." Ela pensa ao perceber a diferença entre suas vozes.

Seu corpo treme só de ouvir a voz chamando seu nome.

- Ko....Kotaro..? - sua voz quase não sai ao ver seu conhecido de pele pálida correr em sua direção.

- Eu não acredito que você tá bem... - ele a abraça forte

- Mas... você... não estava... no Japão...? - responde sem devolver seu carinho.

- Quando eu soube que você estava desaparecida a tantos anos, eu vim por mim mesmo te procurar.

- A-ANOS?? - ele a solta e olha em seus olhos.

Agora Akiro vê algo que não notou de primeira, mas seu irmão está mais velho.

- O-O que aconteceu??? A quanto tempo eu tô aqui dentro??

- Dez..anos...

- o que...? Mas....e o Noah...?

- Você se refere aos outros desaparecidos?...

- Sim! Onde eles estão???

- Ah Kiro-chan...- ele a abraça novamente - Sinto muito. Depois de procurarem por tanto tempo, seu caso foi encerrado e ninguém mais quis investigar. Eu não aguentei sequer pensar em você não voltar nunca mais pra casa... - suas lágrimas descem - eu senti tanta a sua falta irmãzinha...

- Se eu sobrevivi os outros também sobreviveram!!!! - ela empurra ele e volta correndo para onde tinha acordado.

Do lado de um pequeno buraco feito pelo peso de anos do corpo de Akiro tinham três esqueletos ao redor, alguns resquícios de cabelo e algumas balas vazias.

"Não são eles." Ela pensa e logo começa a examinar a causa da morte, começando pelo maior corpo: na região mais acima de seu crânio, tinha um rombo feito propositalmente por alguém "Bateu algo em sua cabeça até a morte."
Examinando o mais comprido ela não encontra nada muito evidente, mas ao olhar sua caixa torácica, ela encontra um pequeno arranhão "uma facada talvez".
O último era mais fino, tinha apenas um buraco na região onde seria sua testa. "Um tiro...". De repente as memórias voltam em sua mente, uma luta entre os quatro, o motivo? Não se lembra qual, só se lembra que todos estavam enlouquecidos de ódio, menos a própria Akiro.
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- GENTE!!! ACORDEM!!!! - ela gritava enquanto a criatura ia embora.

Cecile abre os olhos, mas algo está diferente...suas pupilas estão menores.

- Eu vou MATAR VOCÊ ETHAN! - ela saca sua arma.

- Eu já esperava isso de alguém tão patético como você Cecile. - Ele puxa sua faca.

Ela tenta atirar em Ethan mas ele avança antes e segura seus braços com uma de suas mãos, pois a outra empunha a faca que entra diretamente na barriga de Cecile. A garota grita de dor.
Noah chega tentando intervir.

- GENTE VOCÊS PRECISAM PARAR-

- VOCÊ É O PRÓXIMO - Ethan grita ainda segurando Cecile para não escapar, mas acaba afrouxando e então ela tenta atirar.

Cecile, não acerta Ethan, ele se esquiva e então sua bala perdida acerta diretamente a testa de Noah, que lentamente morre em sua frente e cai sem vida no chão.

- Não...- Akiro solta em choque.

Cecile se enfurece mais, empurra Ethan com tudo e o derruba no chão. Quando o garoto tenta se levantar, percebe que prendeu seu pé em uma toca de algum animal. A garota então se aproveita, pega uma pedra um pouco maior que sua mão e começa a bater repetidas vezes em sua cabeça.
Akiro, tentou interferir diversas vezes, mas a criatura a olhava de longe, e por algum motivo ela não conseguia se mover. Sem conseguir controlar seus próprios movimentos, ela começa a ir pra trás, até tropeçar e bater com tudo as costas no chão. Ela fica sem ar e sem conseguir se mexer.
E assim os três corpos de seus amigos caem ao seu lado e a criatura a olha uma última vez antes de sua visão apagar.
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Não...aquele monstro...o que ele fez com meus amigos...? - ela se ajoelha no chão e começa a chorar.

- Kiro-chan...pelo menos eu estou com você agora...vai ficar tudo bem. Nada mais importa ok? - ele a abraça e beija sua testa.

Akiro se afasta e o olha indignada e extremamente vermelha.

- Por que você fez isso?!

- O que?

- O b-beijo!! Você nunca fez isso!!!

- Porque eu amo a minha irmãzinha ué! Isso não é óbvio?

Ela se levanta e olha ao redor.

- Ai meu deus...eu ainda tô dormindo!!!!

- Do que você tá falando?! - ele tenta se aproximar.

- SAI DE PERTO DE MIM!!!!

- Kiro-chan, se acalma!

- CALA A BOCA!!!

A terra começa a tremer.

- Akiro, presta atenção, você precisa acreditar em mim ou você vai se arrepender.

- Eu sabia... É tudo uma ilusão daquele demônio não é?! Meus amigos estão vivos SIM! E o meu irmão está no Japão! E ele NUNCA me beijaria!!! Isso é só o que eu queria que ele tivesse feito!! Dizer que me ama??? Ele nunca fez isso!!! Ele foi embora sem nem me dizer um tchau!!! Então não tenta me enganar seu monstro esquisito! Eu NUNCA VOU ME DEIXAR ENGANAR ASSIM!!! - Ela chuta o irmão com tudo e então o mundo a sua volta escurece.

- Você é inteligente de mais...

A mesma voz de antes, que ecoava pela floresta, ressoa novamente.
Akiro sente uma terrível dor em seu corpo inteiro, mas pior ainda em seus braços e panturrilhas.

- Acorde para o meu presente, minha criança. Você merece.