A Cachoeira.

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Os primeiros raios de Sol nascem no horizonte. Já são mais ou menos 5:00 da manhã e Noah continua acordado. Ficou atento a noite toda, não largando sua faca.
O fogo tinha se apagado várias vezes durante a noite, mas Noah o reacendeu.
Sua audição e olfato já tinham se acostumado com os sons e cheiros ambientes. "Vou esperar alguém acordar para ficar de guarda no meu lugar. Assim, posso pegar água, e tentar a sorte caçando algo para eles comerem." - Ele pensa - "Se eu quiser sair daqui, preciso da ajuda deles. Então nós temos que ficar fortes juntos, eu querendo ou não."
Assim que o Noah começa a pensar em uma armadilha para caçar algum animal, Akiro sai da barraca com os olhos quase se fechando.

- Bom dia Noah... - ela boceja. Por algum motivo sua voz não está alta como o ambiente.

- Ah Akiro! Você chegou na hora certa! - ele para por um momento - Bom dia pra você também. - ele coça a cabeça envergonhado por não tê-la cumprimentado. - Continuando, você pode ficar no meu lugar agora? Eu vou tentar caçar algo pra a gente comer.

- Claro.

- Obrigado. - ele estende a faca dele pra entregar a ela, mas ela recusa e puxa sua própria faca. - Ok, eu vou indo.

- Qualquer coisa grita. - Akiro diz enquanto se aquece na fogueira.

- Tudo bem. - ele começa a andar em frente, memorizando seus passos.

Trilhas sempre foram fáceis para ele, sempre saía com seus pais pra fazer caminhadas em montanhas e com eles, principalmente seu pai, aprendeu a se localizar e localizar qualquer coisa que queira na floresta.
Após se distanciar um pouco do abrigo, ele encontra rastros de algum animal "aparentemente um cervo" ele pensa e logo começa a seguí-las.

Crick* - um galho se quebra, Noah se esconde atrás de uma árvore empunhando sua faca. Ele espia, e muito longe dele está o cervo.

"Um cervo!!" - ele pensa animado, mas logo sua animação se desfaz: ele nunca tinha matado um animal antes. "Como eu faço isso? Eu tenho que correr atrás dele e...atacar? Ele... sempre dizia sobre acertar nas pernas mas...eu não tenho uma arma de longa distância! Será que eu consigo arremessar a faca? Eu nunca fiz isso antes...talvez eu só assuste ele se fizer isso, mas eu preciso tentar." - determinado, Noah mira sua faca na direção do cervo, mas antes que possa atirar, um sinalizador é disparado e o cervo cai.

- Cecile?

- Oi Noah, eu vim te ajudar! - Cecile diz ainda com seu olho esquerdo fechado, parecendo orgulhosa por ter acertado. Sua voz também não está alta como o ambiente.

- Obrigado Cecile, eu realmente estava precisando de ajuda. Você tem mais alguma arma com você?

- Só uma faca. - ela responde guardando seu sinalizador

- Espera... você tinha esse sinalizador o tempo todo e não avisou?!?

- Sim...? - responde confusa

- Cecile!! Talvez eles consigam nos achar desse jeito!!! O Jonathan e a Mell devem estar aquecendo agora na frente da casa!!!

- Mas se chamarmos eles não tem risco de eles ficarem presos também? - após essa frase de sua colega, Noah fica pensativo se é realmente uma boa ideia.

- Acho que talvez a gente deva tentar chamá-los esta noite quando chegar o horário de ficar na fogueira. Assim fica bem mais visível.

- Ok, vou guardar munição então.

Eles começam a se aproximar do cervo que está berrando de dor. Sua barriga ainda brilha com o sinalizador.

- Desculpa amiguinho. - Noah fecha os olhos com pena e Cecile se vira de costas. - Espero que não doa tanto. - Noah diz e logo depois pega sua faca e perfura a cabeça do animal.

Saliem 1825Onde histórias criam vida. Descubra agora