Saliem 1825

O Último Plano.

O grisalho finge dormir na cama de Beatrice quando nota que ela se aproxima.

"Quanto mais puder evitar essa mulher, melhor."

- Noah? - chama baixinho, ele não responde. - Que coisa... - escuta seus passos se afastando.

"Deve ter ido guardar a janta que a Sarah disse que estava preparando. Vou tentar levar um pouco pros dois quando Beatrice adormecer."

Um tempo depois ele escuta a madeira ranger novamente, então fecha os olhos em outra posição e aguarda. A bruxa se deita ao seu lado e adormece abraçada com ele.

"Maravilha, como eu saio agora?" - se afastando lentamente, sai de seus braços quentes.

- Noah...

"Merda!" - virando o corpo devagar a vê como havia deixado: dormindo.

- Não Noah... você não pode... - se mexe, falando sonolenta com o garoto de seus sonhos.

"Ela tá só sonhando... amém." - vai até a sua cômoda e pega seu moletom antigo com a logo de uma máscara de hóquei e sua calça jeans, agora rasgada nos joelhos graças às suas quedas. Vai até o banheiro e se troca.
Caminhando na ponta dos pés, chega na cozinha e pega a janta desse dia: sanduíches de frango com alface e tomates e também suco de laranja. Pega dois potes de vidro dos que usa na cintura e põe o suco nos dois, os prendendo bem no cinto. Colocando os oito grandes sanduíches enrolados em um grande pano, amarra e põe com cuidado dentro de sua mochila. Calça suas botas de couro e enfim sai da casa, correndo o máximo que pode.

- Garoto, se eu fosse você, diminuiria a velocidade. - diz uma voz masculina de dentro de sua cabeça.

- Por que? - na mesma hora, é atingido por uma dor aguda do topo de sua cabeça até os dedos de seus pés. - AI!!! - para e se apoia em uma árvore.

- Por causa disso.

- O que foi isso?!

- Bem, um detalhe que não te disse sobre os efeitos colaterais: enquanto você não usar meus poderes, seu corpo começará a agir como se houvesse uma doença dentro de você, colocando suas coisinhas protetoras para trabalhar muito sem motivo, te esgotando mais rápido. Quando você corre, seu coração bombeia esse sangue cheio das coisinhas superprotetoras, causando essa dor aguda. Tecnicamente seu corpo não está errado, porque tem um "corpo estranho" dentro de você modificando o seu físico rapidamente. Que coisinhas burras, não acha? Não conseguem nem mesmo identificar uma real ameaça de uma melhoria.

- Você só me diz isso agora?!

- Não pensei ser importante, huhuhu!

- Tem mais alguma coisa que não me disse por achar "não ser importante"?? - pergunta enfurecido.

- Hmmm.... - fica um tempo em silêncio - Naah!

- Tsc, acho bom mesmo. - diz sem colocar muita confiança. - Bem, vai doer mas eu preciso chegar logo.

- Posso soltar uma substância para que amenize seu sofrimento.

- Que tipo de substância?

- Um anestésico.

- Do que é feito esse anestésico?

- Você acha que eu estudo todos os líquidos que saem de dentro de mim? São muitos! Só sei falar sobre três deles: um é urina, o outro é lubrificante e o último é cheio de sabor huhuhu! - diz com malícia.

- Argh, credo. Guarde esses seus líquidos pra você.

- Bem, então eu lhe desejo boa sorte para aguentar a dor.