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Depois de, ontem à noite, ter passado imenso tempo às voltas na cama, porque estava demasiado entusiasmada para adormecer, eu acordo bastante mais tarde que o normal. Passa das 10h30 da manhã quando me levanto. Tomo o pequeno-almoço, um duche rápido e visto uma roupa quente e casual.

Ontem, enquanto estava a tentar adormecer, passaram-me milhares de coisas pela cabeça. Coisas que tinha de fazer antes de começar a trabalhar, nomeadamente. E uma das coisas que eu pensei, quase de forma automática e inconsciente, foi tenho de contar ao Harry. Durante toda a minha vida, ele era a primeira pessoa a quem eu contava todas as novidades, fossem elas boas ou más. Ele sabia sempre de tudo antes do meu irmão ou da minha mãe, porque eu confiava-lhe a minha vida. E, curiosamente, apesar de tudo o que aconteceu entre nós, ele foi a primeira pessoa em quem eu pensei.

Costuma-se dizer que, na grande parte das vezes, os nossos primeiros instintos são aqueles que estão mais corretos, por isso, durante o banho, eu tomo a decisão de seguir o meu instinto. Eu disse a mim mesma que, primeiro, orientaria a minha vida e o meu futuro e, depois, iria tentar conversar com o Harry, para resolvermos as coisas. Por isso, acho que não foi por acaso que ele foi a primeira pessoa a quem eu quis contar esta novidade. Foi porque a parte profissional da minha vida está a resolver-se, está encaminhada. Agora falta a parte pessoal, no que a ele lhe diz respeito. Por isso, sim, ele vai ser a primeira pessoa a saber.

Saio de casa na direção de casa da Anne, sem saber realmente se o Harry está lá, mas decido ir sem pensar demasiado, para não correr o risco de me arrepender. O dia está cinzento e frio, mas, felizmente, não está a chover, por isso aproveito para desfrutar da caminhada pelo parque até ao meu destino. Antes de tocar à campainha, fecho os olhos e respiro fundo várias vezes, para me acalmar e mentalizar de que a conversa que se segue pode ser dura.

- Olivia, querida! – Anne exclama, assim que abre a porta, puxando-me para um abraço – Já não te via há uns dias... Como estás?

- Estou bem e a Anne? – pergunto, sorrindo.

- Também. Ando aqui a aproveitar o dia de folga para fazer umas limpezas. – afirma – Precisas de alguma coisa, querida?

- Hum... O Harry está? – questiono, sentindo-me mais nervosa a cada segundo que passa.

- Não, meu amor... Ele saiu, disse-me que ia correr. – Anne responde-me – Não sei se ele demora ou...

- Não tem mal. – sorrio, embora me sinta subitamente desanimada.

- Queres que eu lhe diga que vieste à procura dele? – a mais velha pergunta-me.

- Não, deixe estar. Eu volto noutra altura. Obrigada na mesma. – sorrio.

- Obrigada eu, por teres vindo procurar por ele. – ela hesita antes de voltar a falar - Tu provavelmente não queres ouvir isto, muito menos de mim... Porque não sou tua mãe, porque sou a mãe dele e isso pode significar que há logo uma predisposição da minha parte para o defender. Mas eu preocupo-me imenso contigo, Olivia, gosto muito de ti, como se fosses minha filha, e prometi à tua mãe que cuidaria tão bem de ti como cuido dos meus filhos. Por isso, mesmo que não queiras ouvir isto ou mesmo que não queiras seguir o meu conselho, eu vou dizê-lo na mesma. - Anne afirma - As relações reais envolvem muito perdão. Tu precisas de aceitar o facto de que o teu parceiro não é perfeito e que te vai magoar, desiludir-te e deixar-te chateada. Porque a verdade é que ninguém é fácil de namorar ou de lidar ou de agradar o tempo todo. Todos temos os nossos vícios, as nossas atitudes e uma maneira de fazer as coisas que nos tornam únicos. Tu nunca vais gostar de tudo acerca de uma pessoa, é impossível. A vida é assim e não tem a ver com encontrar a pessoa perfeita, isso não existe. Não existe viver com alguém um conto de fadas em que se é feliz para sempre. O que realmente importa é encontrar alguém por quem estás disposta a trabalhar e que está disposta a trabalhar por ti. É simples, em teoria, mas difícil de alcançar. A questão aqui é que tu tens de perceber se estás disposta a ultrapassar os altos e baixos com ele ou não, se estás disposta a trabalhar com ele e por ele. – ela conclui – Pensa sobre isto, está bem? – assinto – Não te prendo mais, vai lá.

Don't Give Up On Me | Harry Styles ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora