Alguns dias depois...
Depois de muita hesitação, eu finalmente decido tocar à campainha da casa de Anne. Confesso que me causa alguma tristeza estar aqui, por diferentes motivos. Esta rua foi aquela onde eu cresci, onde está a casa onde cresci e onde a minha mãe viveu até aos seus últimos dias de vida (e que, entretanto, vendemos), que era ao lado da de Anne, e foi na casa de Anne que vivi muitas das minhas memórias de infância. Contudo, a Anne sempre foi uma excelente ouvinte e conselheira e, neste momento, acho que preciso de um ombro amigo, mesmo que ela seja a mãe do Harry.
- Olívia! – ela exclama, sorridente, mal abre a porta, puxando-me para um abraço apertado – Que bom ver-te, minha querida.
- Também é bom vê-la. – eu sorrio, seguindo-a até ao interior da casa que tão bem conheço e sentando-me ao seu lado no sofá – Andava há uns dias a ganhar coragem para vir cá, devo confessar.
- Independentemente de tudo, quero que saibas que és sempre bem-vinda aqui e tens sempre aqui uma família, Liv. – a Anne declara – Eu sei que os últimos meses têm sido terríveis para ti e espero que saibas que eu estou sempre aqui para te apoiar, minha querida.
- Eu sei que sim, Anne. Desculpe ter-me afastado. – suspiro – Ao que parece, afastei-me um pouco de toda a gente. Foquei-me tanto em resolver os problemas que foram surgindo, que me esqueci de tudo o resto.
- Até de ti. – Anne completa e eu assinto, concordando – Mas, antes de conversarmos, que me dizes de eu preparar um chá para nós?
- Parece-me ótimo. – eu sorrio, concordando e seguindo-a até à cozinha, sentando-me num dos bancos da bancada enquanto a Anne prepara o chá – Ele está cá? – pergunto, quase num sussurro.
- Não. Saiu pouco antes de chegares para ir dar uma volta. – Anne responde-me – Eu não queria tocar neste assunto, porque imagino que seja algo sensível para ti, mas quero só dizer-te que eu não sabia mesmo. Ter-te-ia dito, se soubesse.
- Eu sei. – digo, sinceramente. Sei que, se soubesse, a Anne me teria contado onde e como estava o Harry, porque ela viu como eu fiquei sem ter noticias dele.
- Lamento muito o que ele fez... Mas ele teve os seus motivos, mesmo que não os compreendamos. – afirma a Anne, obviamente desculpando o filho.
- Eu sei. – repito, não querendo falar sobre o Harry agora.
- Bem, vamos beber o nosso chá no jardim? Hoje, o dia está bonito. – ela sugere e eu concordo, seguindo-a até às traseiras da casa, onde tantas vezes passei a tarde a brincar ou a conversar – Podia perguntar-te como estás, mas essa tua carinha diz-me o suficiente para perceber que não estás nada bem...
- O regresso do Harry fez-me refletir muito sobre os últimos meses da minha vida... Foi quase um gatilho, sabe? – começo – Não saber nada dele durante dois anos foi duro, muito difícil mesmo, e eu sentia constantemente que tinha uma pedra a esmagar-me o peito. E o regresso dele fez com que essa pedra saísse do meu peito, mas isso só me fez perceber que há outras mais pequeninas lá, que se foram acumulando com o tempo, e eu não vou conseguir respirar em condições enquanto não as tirar de lá.
- Isso é normal... A tua vida não tem sido nada fácil nos últimos tempos. Não é preciso ser um génio, basta olhar para ti e perceber que pouco há aí da Olívia que eu sempre conheci. – Anne observa – Os teus olhos estão tristes, vazios, a tua pele está amarelada e tens umas olheiras gigantes... Tu paraste de cuidar de ti para cuidar de tudo o resto à tua volta.
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Don't Give Up On Me | Harry Styles ✔️
RomanceI'm not givin' up I'm not givin' up, givin' up, no, not me (not me) Even when nobody else believes (believes) I'm not goin' down that easily So don't give up on me ************************ Harry & Olivia. Uma história de amor, de amizade, de confia...