Harry
- Cheguei! – a Gemma exclama mal atravessa a porta de entrada – Onde está a mãe? – ela pergunta, ao entrar na sala e só me avistar a mim.
- Disse que se tinha esquecido de não sei o quê para o jantar, por isso saiu a correr para ir à mercearia antes que feche. – explico – Onde está o teu namorado? Não é hoje que, finalmente, o vou conhecer?
- Sim, é hoje. Mas ele ainda não saiu do trabalho e eu aproveitei para vir mais cedo, porque quero falar contigo. – ela afirma, sentando-se ao meu lado.
- Não gosto nada quando dizes que queres falar comigo... Sai sempre bomba. – comento, revirando os olhos.
- És tão exagerado. – ela suspira – Quero falar sobre a Olivia, saber como estão as coisas entre vocês. Tenho tido imenso trabalho, por isso nem a tenho visto.
- As coisas estão... A andar, acho eu. – respondo, sem saber bem o que dizer – Não sei muito bem em que pé estamos, para te ser sincero. Ontem, ela veio procurar por mim, porque disse que estava pronta para ouvir o que eu tinha a dizer. Então, estivemos imenso tempo a falar. Ela fez todas as perguntas que tinha, eu dei-lhe todas as respostas e foi isso.
- E como é que ela reagiu? – a minha irmã mais velha pergunta.
- Melhor do que eu esperava, sabes? Senti que ela me compreendia. – afirmo – E foi bom voltar a sentir o abraço dela.
- Se houve um abraço, é porque as coisas estão no caminho certo. – Gemma observa, sorrindo.
- Espero que sim, mas também não quero pressioná-la a nada. Sei que a magoei muito e sei que quebrei a confiança dela em mim, por isso... Vou deixar que seja ela a comandar. – digo.
- Acho que fazes bem. Tens de lhe dar tempo para assimilar tudo isto. – a minha irmã relembra-me e eu assinto.
- Entreguei-lhe hoje a carta que escrevi para ela. – conto-lhe – Ela pediu-me se a podia ler e eu disse que sim.
- Pensei que não querias que ninguém lesse as coisas que escreveste nessa altura... - a minha irmã diz.
- E não quero, mas acho que a Liv precisa de ler, quem sabe para me poder compreender melhor. – respondo. Passados alguns segundos em silêncio, pergunto – Gem, achas que ela me vai perdoar?
- Perdoar acho que sim. Esquecer é outro assunto. – a minha irmã responde com sinceridade – Tu conheces a Liv tão bem ou melhor que eu. Tu sabes que ela não esquece as coisas que a magoam. Não guarda rancores, mas saber que aquilo aconteceu vai sempre deixá-la de pé atrás. Contudo, eu acho que isso não significa que as coisas não voltem a resultar entre vocês.
- Quem me dera que tenhas razão... É difícil imaginar um futuro sem a Liv. – suspiro.
- Não te vale de nada sofreres por antecipação. Dá-lhe tempo e as coisas resolver-se-ão. E não te esqueças de que está nas tuas mãos voltares a reconquistá-la. Tenho a certeza de que ainda há uma oportunidade para vocês. – Gemma afirma.
- Sim, tens razão. Acho que agora preciso de lhe dar tempo e espaço. Mas farei tudo ao meu alcance para a ter de volta. – digo, convictamente.
- E eu acredito que a vais ter de volta. Vocês foram feitos um para o outro. – a minha irmã afirma, sorrindo, e logo depois abraça-me – Estou muito orgulhosa de ti. Vais ver que, daqui em diante, as coisas só vão melhorar.
Espero que estejas certa, penso. Tudo o que eu mais quero, neste momento, é endireitar a minha vida. Sinto que, aos poucos, as coisas vão melhorando e vão entrando nos eixos. Já consegui retomar alguma da normalidade na minha vida, voltei a escrever e consegui uma vaga como professor assistente na Holmes Chapel Comprehensive School, o que me vai permitir alugar um apartamento e sair de casa da minha mãe. Neste momento, quero poder recuperar a confiança da Liv e, quem sabe, a nossa relação, porque sinto que é a peça que está a faltar na minha vida para eu me poder sentir verdadeiramente bem comigo mesmo e com os que me rodeiam. Nunca a forçarei a perdoar-me ou a deixar-me fazer parte da sua vida, novamente, mas espero que ela vá percebendo que eu estou aqui, disposto a lutar por ela e por nós.
Estou já deitado na cama, após um animado jantar em que conheci o namorado da minha irmã, quando recebo uma mensagem. Espreito o ecrã e, ao ver o nome da Liv, não penso duas vezes antes de desbloquear o telemóvel para ler o conteúdo da mensagem.
«Durante todo o dia, tenho tentado procurar as palavras certas para expressar o que senti ao ler a carta. Ainda não as encontrei. Foi... avassalador. Foi assustador perceber o que sentias, a forma como olhavas o mundo. Quem me dera ter estado lá...! Sinto que esta carta me permitiu compreender-te um pouco melhor. E obrigada por ma teres deixado ler. Agora, preciso apenas de tempo. Para processar tudo, para tentar ultrapassar e seguir em frente. Eu perdoo-te, Harry. Mas preciso de tempo. E espero que mo possas dar.
Boa noite.»
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Don't Give Up On Me | Harry Styles ✔️
RomanceI'm not givin' up I'm not givin' up, givin' up, no, not me (not me) Even when nobody else believes (believes) I'm not goin' down that easily So don't give up on me ************************ Harry & Olivia. Uma história de amor, de amizade, de confia...