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2 de janeiro

Harry

Nunca acreditei muito naquela coisa do ano novo, vida nova e sempre achei que estava nas nossas mãos mudar a nossa vida a qualquer momento – aliás, continuo a achar isso. Contudo, quis que este ano novo marcasse mesmo um ponto de viragem na minha vida, depois de os últimos dois anos terem sido um verdadeiro inferno. Por isso, escrevi as minhas resoluções e decidi pô-las em prática a partir do dia um, começando por arrendar o meu próprio apartamento. Bem, na verdade, essa resolução vinha do ano que terminou, mas só agora consegui efetivamente ter o meu próprio espaço e iniciar as mudanças.

- Nem acredito que vou voltar a ficar sozinha naquela casa. – a minha mãe suspira e eu gargalho.

- A Gemma passa lá a vida, nunca estás realmente sozinha. – relembro-a – E eu vivo a menos de 5 minutos de distância, mãe, por isso podes vir cá sempre que quiseres e eu também te vou visitar imensas vezes, não te preocupes.

- Eu sei, mas já sabes que sou uma mãe galinha. – ela sorri – Precisas de ajuda com mais alguma coisa?

- Não, mãe. Já tenho todos os caixotes aqui, as malas já estão no quarto e agora é só começar a arrumar as coisas, com calma. – afirmo – A casa já está limpa, por isso não é preciso mais nada.

- Pronto, vou então deixar-te com as tuas coisas. Ficas bem, filho?

- Claro que sim. Não te preocupes. – sorrio, deixando um beijo na sua testa.

Trocamos um abraço de despedida e logo depois fico sozinho naquela que é a minha nova casa. Como uma das minhas resoluções para este novo ano também foi destralhar as minhas coisas, não trouxe assim tantas coisas para a casa nova, por isso devo conseguir arrumar tudo em dois dias. Além disso, houve coisas que decidi que queria deixar em casa da minha mãe, porque não fazia sentido saírem de lá, quando é lá que estão todas as minhas memórias.

Começo pelo quarto, arrumando a minha roupa no armário, alguns livros na estante e uma ou duas peças de decoração. Depois, passo para a pequena divisão que será o meu escritório de trabalho, onde arrumo o resto dos livros e coisas de trabalho.

Quando dou por mim são praticamente oito da noite, já não há luz do dia na rua e eu não tenho absolutamente nada para jantar, porque ainda não tive tempo de ir às compras. Decido, então, sair para comer qualquer coisa.

Relembro-me, então, de outra das minhas resoluções para este ano – lutar pela Liv – e pego no telemóvel para lhe ligar. Como o som da chamada se prolonga por algum tempo, chego a acreditar que não vai atender, mas então ouço a sua voz do outro lado.

- Olá! Desculpa a demora a atender, estava a sair do duche. – ela desculpa-se e, por segundos, a minha cabeça perde-se e relembra os momentos em que a vi sair do duche, só envolta pela toalha de banho.

- Não tem mal. – volto à realidade – Na verdade, estava a ligar-te para te fazer um convite.

- Um convite?

- Sim... Mudei-me hoje para o apartamento novo e, como estive entretido a arrumar as coisas, não dei pelo tempo passar, por isso não fiz compras e vou ter de ir jantar a qualquer lado. Lembrei-me de te convidar-te. Se não tiveres nada para fazer, claro. – explico.

- Esse convite veio mesmo em boa altura. Estive a trabalhar até há pouco e, portanto, não tenho nada feito para jantar, nem tenho vontade de ir cozinhar. Por isso, vou aceitar. – Liv responde e um sorriso enorme cresce imediatamente na minha face – Preciso que me dês só 10 minutos para me arranjar, okay?

Don't Give Up On Me | Harry Styles ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora