Nicholas me deu a mão e me ajudou a levantar com cuidado, caminhamos a passos lentos até o seu quarto, onde ele me ajudou cuidadosamente a tirar a roupa. A medida que seus olhos percorriam meu corpo, ele deixava suas lágrimas rolarem, e as limpava rapidamente de modo que eu não visse, e eu fingi não ver.
Ligou o chuveiro e se certificou que água não estivesse tão quente para não arder demais os hematomas que estavam distribuídos pelo meu corpo. Após me colocar debaixo da água, adentrou o ambiente sem ao menos retirar sua roupa, molhando tudo que estava vestindo.
A medida que a água caía do chuveiro, aproveitava o momento para chorar ainda mais, assim os pingos se confundiriam com as minhas lágrimas e ele não as notaria, era o que eu desejava.
Nicholas pegou o sabonete em sua mão e o deslizou pelo meu corpo educadamente e sem segundas intenções alguma. Com os dedos ele fazia o contorno de cada marca que Henry havia deixado.
Lavou o meu cabelo gentilmente, fazendo até mesmo uma pequena massagem que me fazia desejar estar em uma cama para dormir.
Apoiei minha cabeça em seu peito e o senti grudar seus lábios no topo da minha cabeça e o deixá-lo por segundos assim. Encarei seus olhos em busca de alguma respostas para as dúvidas que haviam dentro de mim, e ali, naquele chuveiro eu entendi que o que havia entre nós dois era amor.
Era um amor que não poderia ser dito por ambas as partes. Que ninguém estava disposto a confessar.
Nicholas me ajudou a me secar, colocou uma calcinha em mim, uma das maiores e mais confortáveis que achou na gaveta. Resolveu me emprestar uma camisa grande e larga sua, que ficaria bastante folgada em meu corpo.
— Vamos secar um pouco seu cabelo. — Pediu ao ligar o secador e secar um pouco meu cabelo.
Assim que deitei em sua cama, ele sem hesitar, deitou-se ao meu lado, passando seu braço por debaixo da minha cabeça. Seus dedos rapidamente passaram a acariciar meu cabelo.
Sua cabeça abaixou e assim uni nossos lábios. Foi um beijo calmo, sem muito esforço, apenas duas bocas coladas.
— Não quero que você trabalhe mais no aplicativo. — Pediu.
— Você só precisa me dizer o que eu preciso ouvir, então eu saio. — Afirmei.
— Eu não posso. — Nicholas falou encarando o teto.
— Nós dois sabemos que sentimos o mesmo um pelo outro, eu só preciso escutar de você. — Insisti.
Nicholas forçou seus olhos a se fecharem e em seguida me encarou.
— Eu não posso dizer, porque a partir do momento que eu te falar, você irá embora a qualquer momento. — Falou chateado. — E eu não vou suportar perdê-la também.
— Eu estou aqui, eu não vou a lugar algum sem você. — Insisti segurando seu rosto com as duas mãos. — Nicholas, eu te amo, só diz que isso é recíproco.
Nicholas me abraçou apertado, mas não disse uma palavra sequer e eu sabia o que isso significava. Ele não estava disposto a ficar comigo com medo de me perder, mas eu não poderia esperar pelo seu amor.
Estava sem forças para ir embora e deixá-lo naquele momento, mas eu iria embora. Na verdade, no trajeto até a casa deles a vontade de voltar a morar com meus pais já estava adentrando minha mente novamente, e então ele chegou lá acompanhado de Victoria, e agora simplesmente não conseguia dizer o que sentia por mim, eu definitivamente precisava ir embora.
Durante o café da manhã Austin avisou que Nicholas havia saído de casa para resolver uma questão no banco. Por conta disso ele não estava ao meu lado quando acordei, o que tornou bem mais rápido o processo de colocar todas as minhas roupas que estavam em seu guarda-roupa em minha mala novamente.
Parei em frente a porta do escritório e bati algumas vezes até que os rapazes dissessem que eu poderia entrar.
— Austin e Elliot, estou indo embora. — Falei. — Agradeço a oportunidade que me deram, mas infelizmente, eu achei que poderia aguentar qualquer coisa, mas eu não sou forte o suficiente para isso.
Eles se entreolharam chateados e em seguida levantaram caminhando até onde eu estava. Elliot foi o primeiro a me abraçar e pedir desculpas dezenas de vezes no meu ouvido pelo episódio da noite anterior.
Austin me fez prometer que manteria contato e que viria novamente preparar um almoço ou janta para eles. Na promessa sobre voltar aqui eu havia mentido, não tinha certeza se aparecia novamente nessa casa.
— O Nicholas já sabe que você está indo embora? — Elliot perguntou.
— Não. — Neguei. — Eu não conseguiria ir se tivesse que me despedir olhando em seus olhos.
— Hanna, ele ficará desolado. — Austin afirmou.
— Ele tem dois melhores amigos que darão a maior força para ele e agora tem a Victoria, garanto que estará em boas mãos. — Afirmei.
Os dois fizeram questão de me levar para meu apartamento, embora eu houvesse insistido que não haveria necessidade.
Um último abraço fora dado em frente a portaria do prédio e senti como se uma parte do meu coração estivesse indo com eles assim que adentraram o carro e partiram.
"Deixe meu quarto pronto, por favor. Voltarei para casa amanhã." Hanna
Mamãe não precisaria de mais detalhes, ela sabia um pouco sobre Nicholas, brevemente sem muitos detalhes, afinal, eu não precisava dizer exatamente o que estávamos fazendo. Mas ela sabia que quem havia me salvado de Anthony era ele, então para ela nada mais importa. Para ela ele sempre seria aquele que me salvou da escuridão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Atração
RomanceHanna se vê perdida ao descobrir a traição de sua melhor amiga com seu namorado. "Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a...