Atração

21

Abri o box lentamente tentada a não olhar para baixo, precisava pegar os recipientes de shampoo e condicionador que estavam depois dele.

— Você pode me alcançar o meu shampoo e condicionador? — Pedi.

Nicholas fingiu não me escutar, colocou a cabeça de baixo da água, espirrando um pouco de água na minha cara.

Entrei na ponta dos pés, e quando fui dar mais um passo, senti meu pé deslizar e quando estava me preparando para dar com a bunda no chão, senti braços segurarem minha cintura, fazendo com que eu fosse com roupa e tudo para de baixo do chuveiro.

Meu rosto estava preso no pescoço de Nicholas, afinal eu era mais baixa que ele. E senti minhas pernas bambearem por medo de cair.

— Obrigada. — Agradeci, tentando voltar o raciocínio do que eu estava prestes a fazer minutos antes.

Nicholas balançou a cabeça positivamente e aos poucos foi me soltando ao se certificar que eu já estava com os pés firmes no chão.

— O que você está fazendo? — Perguntou.

— Vou tomar banho no chuveiro do corredor, estou atrasada. — Respondi.

— Pode ficar aqui, já estou de saída. — Afirmou ao sair de baixo do chuveiro.

Como ele já havia terminado seu banho, deu espaço para que eu permanecesse ali.

— Obrigada mesmo. — Agradeci sorridente.

A minha real vontade era que ele permanecesse no banho de baixo do chuveiro comigo, mas isso não aconteceu. Ele estava irritado demais para continuar ali.

Se ele estava com ciúmes era só dizer, eu havia começado nisso agora e não sabia muito bem como lidar com tudo. Embora meu coração ainda estivesse muito machucado por conta de Anthony, algo simplesmente não me deixava tirar Nicholas dos pensamentos.

Três semanas depois

Meu corpo estava exausto e latejava pelo sexo violento. Minhas pernas tremiam por conta da velocidade e eu mal conseguia ficar em pé sem quase cair.

Eu estava em um encontro com Henry, ele não havia especificado que coisas desse tipo aconteceriam. Só conseguia olhar para as minhas pernas e coxas e enxergar sua marca. Seus dedos estavam cravados em cada espaço de pele possível, fora a minha bunda que eu não conseguia ver estando sentada.

Meus seios latejavam e as marcas dos chupões eram visíveis neles.

— Já deu meu horário, tudo bem se eu for? — Perguntei sem conseguir olhá-lo. Ele ainda estava deitado ao meu lado ofegante.

— Existe alguma maneira de repetirmos a noite? — Perguntou ao se sentar.

— Na verdade não, o contrato on-line que você assinou explica quando você adquire o pacote. — Respondi terminando de colocar minhas roupas.

Eu estava muito longe para ir até meu apartamento, então, quando adentrei o carro do uber que havia chamado, agradeci mentalmente por ele estar dirigindo na região e ter chegado rapidamente.

No momento em que deu a partida em seu carro, lágrimas passaram a escorrer pelo meu rosto. Tentei chorar baixinho e soluçar menos possível para não chamar a sua atenção.

Assim que pisei na sala, avistei Austin de longe na cozinha e no sofá estava Kaylee sentada. Como sentia falta da minha melhor amiga, que seria para ela que correria para conversar em momentos assim, rapidamente me aproximei.

— O que aconteceu com você? — Perguntou preocupada se ajeitando no sofá. — Por que sua boca está assim?

Toquei minha boca com os dedos e só então percebi o inchaço e o pouco sangue saía do lábio inferior. Se eu já estava nervosa apenas com as marcas que eu havia visto, imagina quando me olhasse no espelho.

Cai em lágrimas novamente, agora recebendo um abraço e um olhar assustado de Kaylee. Ela me abraçava apertado e dava pequenas batidinhas em minhas costas. Austin veio correndo assustado para ver o que estava acontecendo, como sempre muito atencioso comigo.

— Quem fez isso com você? — Austin insistiu.

— O cara do encontro. Não que ele tenha me batido, foi durante o sexo. — Falei em meio aos soluços.

Austin correu ao escritório e veio acompanhado de Elliot todo assustado. Seus olhos demonstravam preocupação e ao mesmo tempo culpa.

— Não imaginava que ele faria algo assim, se não jamais teria aceitado o seu perfil. — Elliot falou ajoelhado ao meu lado, erguendo minha calça de moletom para ver minhas pernas.

Ouvimos a porta da frente bater e ao levantar os olhos vi Nicholas e Victoria entrando rindo. Assim que seus olhos encontraram os meus e toda a cena que estava ocorrendo ali na sala, sua fisionomia mudou drasticamente.

— O que está acontecendo? O que aconteceu com você? — Os olhos de Nicholas estavam marejados e a medida que seus dedos tocavam meu rosto machucado, fechava os olhos com seu toque que vinham seguidos de gemidos de dor.

— O Henry, o cara do encontro fez um sexo muito violento. — Elliot explicou.

No instante em que suas palavras saíram da sua boca, Nicholas o pegou pelo colarinho da camisa e o empurrou na parede, fazendo com que Austin se levantasse assustado e fosse tentar separa-los.

— É sua culpa! — Nicholas esbravejou. — Culpa de vocês dois que insistiram nessa merda, ela não deveria nem ter começado nessa loucura para começar.

— Por favor rapazes, parem! — Pedi em meio ao choro. — Só preciso de um banho e dormir.

Nicholas soltou Elliot e caminhou até Victoria que assistia tudo assustada.

— Eu preciso que você vá embora, desculpe, outra hora marcamos algo. — Pediu, falando dessa vez mais calmo. — Eu preciso ficar com a Hanna agora.

Todos se entreolhavam surpresos com sua atitude. Afinal, nesse quase um mês que se passou passamos a manter distância, o que o fez se aproximar ainda mais de Victoria, mesmo que isso afetasse a relação dele com os rapazes que não estavam gostando nada dessa amizade.