CAPÍTULO 1
No qual nosso herói se apaixona.
Dois meses antes.
Ao contrário da maioria dos homens que conhecia, Gregory Bridgerton acreditava em amor
verdadeiro.
E seria um tolo se não acreditasse.
Porque seu irmão mais velho, Anthony; sua irmã mais velha, Daphne; e seus outros cinco
irmãos - Benedict, Colin, Eloise, Francesca e Hyacinth - eram todos - todos - perdidamente
apaixonados por seus cônjuges.
Para a maioria dos homens, esse fato apenas os faria revirar os olhos e querer vomitar, mas
para Gregory - que havia nascido com uma animação excepcional, ainda que (de acordo com sua
irmã mais nova) às vezes pudesse ser bem irritante - isso significava apenas que ele não tinha
escolha além de acreditar no óbvio: o amor existia.
Não era um fruto insignificante da imaginação, inventado para que os poetas não morressem
de fome. Podia não ser algo visível, palpável ou perceptível pelo cheiro, mas existia, e era apenas
uma questão de tempo até ele também encontrar a mulher de seus sonhos e se casar, procriar e se
dedicar a passatempos desconcertantes como fazer esculturas de papel machê e colecionar
raladores de noz-moscada.
Embora, para ser mais específico - o que parecia quase impossível para um conceito tão
abstrato -, seus sonhos não exatamente incluíssem uma mulher. Bem, ao menos não uma em
particular, com atributos pré-definidos. Gregory não sabia nada sobre essa mulher que deveria
mudar sua vida por completo, transformando-a no exemplo perfeito de tédio e respeitabilidade.
Não fazia ideia se ela seria baixa ou alta, de cabelos negros ou louros. Gostava de pensar que ela
seria inteligente e teria um fino senso de humor, mas como poderia saber? Poderia ser tímida ou
direta. Poderia gostar de cantar ou não. Talvez fosse uma amazona, com a tez corada por ficar
muito ao ar livre.
Realmente não sabia. No que dizia respeito a esta incrível, maravilhosa e, por enquanto,
inexistente mulher, só o que ele tinha certeza era que, quando a encontrasse...
Ele saberia.
De alguma forma, ele saberia. Algo tão importante, tão grandioso e capaz de mudar sua vida
não surgiria despercebidamente. Chegaria com força total, como um furacão. A única questão era
quando.
E, enquanto aguardava sua chegada, Gregory não via nenhuma razão para não se divertir.
Afinal, um homem não precisa se comportar como um monge enquanto espera o amor
verdadeiro.
Gregory era, sem dúvida, um homem bem típico de Londres, com uma confortável -
embora de maneira nenhuma extravagante - mesada, muitos amigos e um senso de
responsabilidade bom o suficiente para saber quando deixar uma mesa de jogo. Era considerado