capitulo 2

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CAPÍTULO 2

Gregory era um cavalheiro, portanto disfarçou bem sua decepção quando ofereceu o braço a

Lady Lucinda e a acompanhou até a pista de dança improvisada. Ele tinha certeza de que ela

devia ser uma jovem encantadora e adorável, mas não era a Srta. Hermione Watson.

E ele esperara a vida inteira para conhecer a Srta. Hermione Watson.

Ainda assim, aquilo poderia ser bom para sua causa. Estava claro que Lady Lucinda era a

melhor amiga da Srta. Watson - a jovem falara com efusividade sobre ela durante sua rápida

conversa, enquanto Lady Lucinda olhava com ar perdido por sobre o ombro dele, aparentemente

sem ouvir uma palavra. Tendo quatro irmãs, Gregory sabia uma ou duas coisas sobre as

mulheres, e a mais importante era que é sempre uma boa ideia fazer amizade com a amiga, desde

que o que tivessem fosse mesmo amizade, e não apenas aquela coisa estranha quando as

mulheres fingem ser amigas e, na verdade, esperam apenas o momento perfeito para apunhalar

uma à outra.

Criaturas misteriosas, as mulheres. Se elas ao menos aprendessem a dizer o que pensam, o

mundo seria um lugar muito mais simples.

Mas, nos momentos em que Lady Lucinda não estava devaneando, as duas jovens tinham

dado todas as mostras de amizade e devoção. E, se Gregory queria saber mais sobre a Srta. Watson, Lady Lucinda Abernathy era a melhor fonte.

- A senhorita está hospedada em Aubrey Hall há muito tempo? - perguntou ele,

educadamente, enquanto esperavam a música começar.

- Só desde ontem - respondeu ela. - E o senhor? Não o vimos em nenhuma das reuniões até

agora.

- Cheguei hoje à noite - disse ele. - Depois do jantar.

Ele fez uma careta. Agora que já não olhava mais para a Srta. Watson, lembrou-se de que

estava com fome.

- Deve estar faminto! - exclamou Lady Lucinda. - Prefere dar uma volta no pátio em vez

de dançar? Podemos passar pela mesa de aperitivos.

Gregory quase a abraçou.

- Lady Lucinda, a senhorita é uma jovem incrível.

Ela sorriu, mas era um tipo estranho de sorriso, e ele não sabia dizer o que significava. Ela

havia gostado do elogio, disso ele tinha certeza, mas havia algo mais ali - uma certa tristeza,

talvez um pouco de resignação.

- A senhorita deve ter um irmão - sugeriu Gregory.

- Tenho - confirmou ela, sorrindo à dedução dele. - Ele é quatro anos mais velho que eu e

está sempre faminto. Era um espanto termos comida na despensa quando ele voltava da escola.

Gregory apoiou a mão dela na curva de seu cotovelo e, juntos, caminharam até o pátio.

- Por aqui - disse Lady Lucinda, puxando de leve o braço dele quando Gregory tentou guiá-

los na outra direção. - A menos que prefira doces.Gregory sentiu seu rosto se iluminar.

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