The New Girl

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Maya Bishop Pov

E mais um dia patético e entediante se iniciou, eu levantei, fiz minha higiene matinal, coloquei minhas roupas e tênis de corrida na sacola com o logotipo da equipe e desci as escadas para tomar meu café da manhã. Mas como em todos os dias ao chegar ao pé da escada eu ouvi os gritos...

- Você é uma estúpida! Já lhe falei que odeio açúcar no café, será que não consegue ser útil uma vez e fazer as coisas certas?!

Era a voz de meu pai. Todos os dias eram assim, meu pai gritava com minha mãe, mesmo que ela fizesse tudo que ele pedisse, ele sempre gritava e ela apenas ficava em silêncio. Mason as vezes tentava se impor, mas falhava miseravelmente, meu pai o humilhava e era nítido que Mason buscava uma fuga para tudo aquilo, a fuga de meu irmão era pintar, ele era um artista incrível... Mas nosso pai dizia que aquilo era coisa de fracassado e foi quando Mason resolveu entrar para equipe de corrida, ele fez aquilo pra ver se amenizava a implicância de nosso pai com ele, mas era nítido que ele não gostava daquilo.

Já eu, bom... Eu procurava agradar meu pai, ele gritou comigo algumas vezes, eu juro que senti todos os meus músculos ficarem tensos enquanto ele gritava. Foi quando eu passei a tentar agradar ele, comecei a me dedicar as corridas, entrei pra equipe e corria como ninguém, aos 15 anos ganhei uma medalha olímpica e isso foi motivo de orgulho para ele, mas ainda sim, quanto mais parecida eu buscava me parecer com ele, mais eu sentia que estava perdida de alguma forma.

E com relutância eu desci as escadas aos poucos até ter a atenção de meus pais. Observei e Mason tomava seu café em silêncio, minha mãe ao me enxergar abriu um sorriso, disfarçando a situação, meu pai apenas se virou e continuou me encarando.

- Bom dia querida. – ele disse.

- Bom dia pai... – eu respondi.

- Fiz as torradas que você gosta minha filha, coma antes que esfriem... – minha mãe se aproximou com um sorriso gentil nos lábios.

- Obrigada mãe. – sorri fraco e me sentei em meu lugar, de frente para Mason que apenas comia um cereal em absoluto silêncio.

Nossos pais logo se sentaram e começaram comer também, mantinham absoluto silêncio, como se nada tivesse acontecido. Como se meu pai não tivesse brigando com minha mãe minutos atrás... Sinceramente eu já estava acostumada com aquilo, essa era minha vida.

Quando estávamos indo em direção ao meu carro meu pai parou eu e Mason.

- Não se esqueçam de treinarem hoje até quebrarem seus recordes. Sábado vocês tem a corrida e não quero que percam. Entendido? – ele disse com sua voz firme e ríspida, vi Mason se encolher e assentir como minha mãe fazia, então eu apenas sorri fraco. - Faremos isso papai... – eu disse e ele sorriu e saiu indo em direção ao próprio carro.

...

- Eu não sei se consigo continuar fazendo isso Maya... – meu irmão disse enquanto corríamos. - Do que está falando? – perguntei. - São muitas voltas, eu to cansado, você também tá exausta e mal comeu no café da manhã. Precisamos comer algo e descansar... – ele disse suspirando.

- Mason, temos que quebrar nosso recorde, você ouviu o papai. – eu disse com a voz nervosa. - Faremos o seguinte, vamos parar e ir para o vestiário tomar um banho e comer algo depois... Jogue a culpa em mim, diga que eu falei que ia havíamos corrido o suficiente, Maya olhe pra você, está exausta... – ele disse segurando em meu ombro. - Irmã, confie em mim, vamos... – e me dando por vencida eu apenas assenti e fui com ele.

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