Revelações

412 40 1
                                    

Fernando estava voltando aos poucos, ele passou as mãos nos cabelos e aceitou o copo de água que Maiara lhe ofereceu, alguns pequenos goles o deixaram um pouco mais tranquilo. Havia sido um sonho ruim, e acabou. Ele ergueu sua cabeça e olhou para mulher parada a sua frente enrolada pelos braços, com doces olhos preocupados. Em seu pescoço havia algumas marcas, ele franziu a testa e percebeu que só podia ter sido ele mesmo quem fez isso.

Fernando: Eu machuquei você? – Se levantou apressado tentando se aproximar dela, que recuou dois passos o fazendo parar. – Fui eu quem fez isso aí? – Apontou para as marcas.

Maiara: Está tudo bem, você estava fora de si. Não se sinta culpado. E só uma noite ruim. – Forçou um sorriso. – Que será aliviada com uma boa xicara de chá. Vou preparar um para você.

Aquilo era impossível. Ele gritou com ela, a maltratou e depois de tudo isso, ela iria lhe preparar um chá? Isso não está certo, isso é impossível. Aquilo não era a forma natural que devia seguir as coisas.

Maiara saiu do quarto e Fernando ficou ali sozinho olhando em direção à porta onde ela acabara de sair. Ele se levantou caminhou em direção ao closet, vestiu uma cueca e um short e desceu atrás dela.

A encontrou na cozinha de costas esquentando a água, nem se deu conta de como sua camisola estava transparente. Ele se escorou na entrada da porta e ficou ali alguns minutos a observando. Tinha habilidades na cozinha, ela logo se deu conta de que ele estava ali a olhando.

Maiara: Qual você quer? Camomila ou erva doce? – Mostrou os saquinhos em mãos.

Fernando: Camomila. – Sorriu entrando e sentando-se em uma das banquetas da ilha.

Maiara: Boa escolha. Acalma os nervos depois de um pesadelo. – Abriu os armários um a um até achar duas canecas grandes e por sobre a ilha. Jogou os saquinhos dentro e em seguida a água quente. Tudo com uma calma e leveza. – Aqui, espero que goste. – Deslizou uma das xicaras sobre o granito em direção a ele que logo capturou e inalou aquele cheiro suave.

Fernando: Obrigado. – Soprou fechando os olhos onde tomou um gole e suspirou. – Está ótimo.

Maiara: Se sente melhor? – Sentou-se de frente a ele.

Fernando: Não. Mas vou ficar, eu sempre fico.

Maiara: É muito ruim pesadelo. – girou a xicara com as mãos onde seus pensamentos foram longe.

Fernando: Você fala como se tivesse muitos pesadelos. – deu mais uma golada.

Maiara: Tive muitos, hoje nem tanto.

Fernando: Pode me contar? – A olhou.

Maiara: Bobagens, coisas de um passado esquecido. Que nem sei o que é verdade e o que é imaginação. – Forçou um sorriso.

Fernando: Se você compartilhar o seu eu posso compartilhar o meu. Uma troca justa não acha?

Pronto ali estava o CEO manipulador, Maiara sorriu e revirou os olhos, suspirou forçada, aquelas lembranças de seu passado a atormentava muito, quantas noites seguidas após chegar da Grécia ela acordou com o colchão banhado pelo suor do medo.

Maiara: Tudo bem, é uma troca justa. Mas já vou avisado não tem nada de interessante nisso não viu. – O olhou.

Fernando concordou com um aceno de cabeça e a fitou esperando que começasse a se abrir.

Maiara: Bem, não sei se você sabe. Mas almira e Cesar não são meus verdadeiros pais. – o Olhou por cima dos cílios onde a cara de Fernando não passou despercebida.

Amor ImprovávelOnde histórias criam vida. Descubra agora