2 anos depois

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Penelope teve um sono agitado; as cobertas pesavam sobre seu corpo, deixando-a sensível e quente demais. Ela ficou se virando na cama, e acordou com gotas de suor no peito enquanto um fio descia pelo seu decote.

No sonho, ela vira Benedict e Colin. Ela estava em pé sobre uma terra seca e árida, os pés grudados no chão enquanto seus garotos fugiam dela, até que eram apenas figuras minúsculas a distância.

Ela gritou para que eles a esperassem, mas eles não a ouviram. Ela tentou correr, mas sentiu a terra desmoronar sob seus pés sem conseguir fazer nenhum progresso. Sentiu-se eternamente em movimento, estando no mesmo lugar.

- Não... - começou a chorar, tentando alcançá-los, observando através de uma cortina de lágrimas enquanto eles se afastavam no horizonte vermelho.

As pernas dela falharam, seu corpo desabou no chão quente e seco, e ela bateu os punhos contra o solo, suas lágrimas caindo na terra seca.

- Penelope - ouviu a voz de Colin, e no sonho ele virou, parando de andar quando notou sua forma no chão. - Penelope, está me ouvindo?

- Volte - ela estava vagamente ciente do seu sonho sendo invadido pela realidade, a imagem de Colin e Benedict desaparecendo na névoa da sua consciência.

- É só um pesadelo, querida. Acorde - ela podia sentir a palma fria de Colin acariciando seu rosto e piscou, tentando abrir as pálpebras pesadas.

- Estou acordada agora? - ela não conseguia diferenciar realidade de imaginação, estendendo uma mão para Colin, que tentava acalmá-la.

- Está - ele respondeu. Havia uma nota de divertimento em sua voz. - Quer um pouco de água?

Sentou-se, os olhos adaptando-se à penumbra. Seu coração martelava no peito.

- Sim, por favor - ela olhou para o despertador; o brilho vermelho e borrado dos números indicava uma da manhã.

- Aqui, beba um gole - ele disse suavemente, levantando o copo até os lábios dela, os olhos escuros enquanto ela engolia o líquido frio.

Penelope deixou a água umedecer sua boca, sentindo-se refrescada à medida que o líquido descia pela sua garganta.

- Desculpe por tê-lo acordado.

- Ainda não tinha ido dormir - Penelope admitiu. - Estava tentando terminar umas coisas para o trabalho.

Um olhar para a roupa dele foi suficiente para ver que ele estava falando a verdade.

A camisa de algodão estava desabotoada e as mangas arregaçadas, revelando antebraços fortes e seus pelos. Ele tinha soltado a camisa das calças, e ela caía livremente pelos seus quadris, amassadas após uma longa noite de trabalho.

- ouvi chamando meu nome. Achei que devia estar tendo um sonho bom - ele estava sorrindo. - Imagine minha surpresa quando descobri que o sonho era um pesadelo.

Penelope fechou os olhos, tentando apagar a imagem dos seus garotos tão longe.

- Você estava correndo de mim - ela engoliu, ainda sentindo o gosto da árida poeira em sua boca. Colin, sentindo sua necessidade, ergueu o copo aos seus lábios outra vez.

- Eu nunca vou correr de você - a voz dele estava embargada de emoção. - Só por isso você deveria ter percebido que era um sonho.

Lágrimas arderam nos olhos de Penelope, acumulando-se no canto dos olhos e enevoando sua visão. Colin estendeu uma mão para alisar seu cabelo, os dedos gentis enquanto acariciava seu pescoço, descendo para seus ombros nus.

- Você está me deixando louco - ele confessou, traçando pequenos círculos na pele dela. - Você toda.

Ela prendeu a respiração. Imagens do início da noite voltaram à sua mente; lembretes vívidos de como eles tinham chegado perto de consumar o relacionamento florescente deles.

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