Piccolo sole Part 1

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6 meses Depois

Ainda tentava me adaptar a minha vida nova não tem sido fácil ainda mais quando simplesmente bloquei a maioria dos Bridgertons das minhas redes sociais, da minha mente e do meu coração.

Trabalhar com Michael Quinn O'Brien havia se tornado o desafio mais tentador de toda a minha vida. Afinal ele era um Escritor renomado, era um solteiro cobiçado. Todos da imprensa estavam tentando descobrir quem era a loira Desengonçada quem Michael fazia questão de levar a todos os eventos.

A música alta, as luzes piscando e a multidão eram demais para absorver. Uma sensação de sufocamento se apoderou do meu corpo. Eu precisava lutar contra ela a cada segundo.

Era só uma festa.

Mas, para mim, não era. Espaços lotados me sufocavam. Eu analisava todos ao meu redor e me sentia deslocada. Era como se eu fosse uma aberração em meio aos corpos definidos de pessoas que pareciam saídas de um comercial de vodca. Jovens felizes, bonitos, magros e descolados, sorrindo e bebendo noite adentro.

Tudo aquilo me embrulhava o estômago e aumentava minha vontade de desaparecer.

Tinha sido um erro. De repente me senti desconfortável nas roupas que havia escolhido mais cedo. Eu fora capaz de enxergar minha beleza escondida no provador, mas talvez tivesse sido apenas efeito do espelho e das luzes. O tecido pinicava e eu me sentia patética, tentando parecer sexy naquelas roupas que não eram para mim, cercada por meninas que não precisavam fazer o menor esforço para chamar atenção.

Eu vestia um vestido prata com uma sandália de salto alto preta enquanto meus cabelos agora loiros e curtos estavam presos em coque bagunçado.

Quando Michael me perguntou se eu estava bem, eu confirmei, embora meu desconforto fosse evidente. Ele pegou minha mão livre e a segurou.

Aproximando-se do meu ouvido, disse:

— Respira fundo.

Ao sentir a pele dele encostar na minha, um choque atravessou meu corpo.
Por um instante, achei que fosse só mais um efeito do pânico crescente, mas era mais que isso.

Fiz o que ele sugeriu. Inspirei, contei até cinco e soltei o ar lentamente. Repeti três vezes.

Eu me sentia mais próxima de Michael, por conta da convivência diária e das situações esdrúxulas em que tinha me enfiado, mas conseguia imaginar aquilo se transformando em amizade. Era muito mais do que eu achava que poderia existir entre nós.

Ele próprio havia se referido a mim como amiga, embora eu ainda tivesse dificuldade de acreditar nisso. Mas que outra palavra usar para definir alguém que se importa em saber como você está se sentindo ou puxa conversa até que seu desespero passe?

— Melhorou? — ele quis saber. Demorei alguns segundos até entender a que se referia. Estava tão absorta nele que até esqueci meu desconforto.

Fiz que sim com a cabeça.

— Hmmm.  — De alguma forma, o som não confirmado parecia ameaçador.

Ele me olhou como se a estudasse sob uma nova luz, pela primeira vez, sondando meu rosto, em seguida, caindo para o meu corpo, como se estivesse procurando por algo

— Michael eu realmente posso me cuidar então você pode ir se divertir por aí. A imprensa está doida pra ver você em ação com alguma garota.

— Se eu disse a Daphne que ia tomar conta de você, é porque vou.

— Você não tem muita escolha, né? Seus amigos sumiram famosos sumiram… e você é legal demais pra me deixar sozinha — falei, ao pé do ouvido dele, porque era a única forma de conversar com tanto barulho.

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