02_ Pousada Girassol.

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Caminhei por uns dez minutos até chegar na pousada do meu tio. A mesma era de frente para a praia da Vila e tinha suas paredes amarelas. As janelas e portas eram todas de madeira e haviam enfeites praianos pelas paredes. Era bem fofo.

Puxei minha mala para dentro do lugar após ler a placa: Pousada Girassol.

A recepção tinha todos os seus móveis de madeira escura, da mesma cor das janelas e portas. Também haviam enfeites e até umas pranchas de surf em pé numa das paredes. Uma televisão ligada na parede tocava pagode.

ㅡ Com licença? ㅡ Chamei pelo homem que estava em pé atrás do balcão. Ele se virou para mim com uma camisa havaiana bem florida de cor azul com laranja e um sorriso.

ㅡ Bom dia, senhorita. Em que posso ajuda-la? ㅡ De cara já era notável o quão extrovertido ele era. Seu tom de voz foi bem alto e animado. Não pude deixar de notar que sua pele era bem mais bronzeada que a minha. É claro, né. Ele mora na frente da praia e eu sou uma pessoa que nem sai de casa.

ㅡ O senhor é o Seu José? ㅡ Perguntei apoiando a mala em pé ao meu lado.

ㅡ Sim... ㅡ Ele me encarou com uma careta, como se me analisasse. ㅡ Marina? ㅡ Suas sobrancelhas se arquearam em surpresa.

ㅡ Sim. ㅡ Sorri tentando ser amigável. O homem saiu de trás do balcão e eu notei que ele vestia uma daquelas bermudas cheias de bolsos e um chinelo havaianas.

ㅡ Meu Deus, você está enorme! A última vez que te vi, você só tinha... 5 anos? ㅡ Pendeu a cabeça para o lado.

ㅡ Acho que sim. ㅡ Apertei a alça da ecobag que estava em meu ombro. Eu amava livros, mas eram tão pesados.

ㅡ Venha, vou te mostrar onde é seu quarto. Deixa que eu carrego isso. ㅡ O homem puxou minha mala e seguiu por uma porta ao lado do balcão. Ao segui-lo, notei uma área aberta com uma piscina média que tinha sua parte rasa e sua parte funda, cadeiras de praia, cadeiras e mesas de bares, guarda-sóis e o mesmo pagode tocava ali. Era domingo, então tinham cerca de cinco pessoas por ali.

Ao redor daquela área aberta estavam os quartos para a hospedagem, nos andares de cima e nos debaixo. Meu tio seguiu para a escada, o que me fez crer que meu quarto seria no andar de cima. Ao subir, seguimos por um corredor onde sua barra de proteção também era de madeira, as portas de duas abas seguiam por todo o corredor. Até que chegamos ao último.

Ao lado da porta tinha um vaso de planta. Notei que o quarto ao lado não parecia ter ninguém.

ㅡ É aqui. ㅡ Ele abriu uma das abas da porta e entrou com a minha mala. Entrei logo atrás dele e me deparei com um quarto médio, uma cama de casal enfeitava o canto, um rack com uma televisão estava encostado na parede, três quadros com desenhos de ondas estavam logo a cima da cama. ㅡ Eu comprei uma cômoda para você poder guardar suas roupas, deve chegar hoje ainda. ㅡ Explicou deixando a mala no chão e logo depois colocou as mãos na cintura. ㅡ Ali é o banheiro. ㅡ Apontou para a outra porta ao canto do quarto. Enquanto fui na direção dele, meu tio abriu a janela que ficava sobre a cama.

O banheiro era bem grandinho, para falar a verdade, era maior que o da minha casa. Uma pia com um armário embutido, um espelho médio na parede, um boxe com banheira e outra janela. E uma privada, óbvio.

ㅡ É tudo muito bonito. ㅡ Voltei para perto dele.

ㅡ Que bom. ㅡ Se virou para mim. ㅡ O trato que fiz com sua mãe era que você morasse aqui pelos anos que fosse fazer sua faculdade, mas com a condição de que fizesse o almoço para meus hóspedes. ㅡ Ele explicou. Concordei. ㅡ Eu estou sem cozinheiro e você está cursando gastronomia, certo? Sua mãe disse que você cozinha muito bem.

As Ondas do Amor Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora