ㅡ Er... Eu não sei cozinhar nada bem. ㅡ Gabriel admitiu enquanto me observava lavar as mãos. Apenas confirmando que Dafine disse aquilo para nós deixar sozinhos. O que também deixa claro que eles nos shippam... Por que nos shippam?
Os últimos minutos foram tão estranhos! Eu sempre fui muito tímida na escola e isso as vezes era interpretado como falta de educação para algumas pessoas. Então, pessoas me odiavam por me achar mal educada, quando na verdade eu só tinha vergonha de dizer um simples bom dia. Também já fui chamada de metida por isso. Resumindo: nunca fui uma garota de quem as pessoas gostavam de cara. Muito menos tinha amigos que me shippavam. Estar nessa situação era algo muito esquisito.
ㅡ Pode me ajudar a cortar as carnes que vou colocar no feijão? ㅡ Perguntei secando a minha mão.
ㅡ Acho que isso eu consigo fazer. ㅡ Ele foi lavar as mãos também.
ㅡ Como é... Isso? ㅡ Abri a geladeira para pegar os ingredientes. A primeira coisa que peguei foi um pedaço de bacon.
ㅡ Isso o que? ㅡ Ele franziu a testa confuso quando me virei para ele e coloquei o bacon sobre a tábua de cortar carne. Me apoiei no balcão da pia ao seu lado.
ㅡ Isso de ser personagem de um livro. De várias pessoas, possivelmente, estarem lendo sobre sua vida nesse momento. ㅡ Expliquei enquanto o observava curiosa.
ㅡ Ah... Sobre várias pessoas, possivelmente, estarem lendo sobre como fui humilhado pela Michele? Ou sobre como fui o único do bonde que continuou encalhado? É... Legal. ㅡ Ele forçou um sorriso que me fez rir. O encarei esperando que dissesse a verdade, até que ele bufou. ㅡ Foi terrível. Virei motivo de piada na minha casa e entre uns amigos meus.
ㅡ Ah, o que é a vida sem desilusões amorosas? ㅡ Falei como se já tivesse passado por muitas, quanto na verdade nunca nem namorei.
ㅡ É boa? ㅡ Ele sugeriu. Acabamos rindo juntos.
Eu não ia fazer o almoço naquele momento, já que ainda era cedo, mas decidi deixar tudo pronto para ficar mais fácil. Deixei tudo cortadinho e separadinho. Quando terminamos, saímos juntos da cozinha. Devo admitir que fiquei admirada com duas coisas: com o fato de eu ter conseguido falar mais de cinco palavras com uma pessoa que não conheço direito. Isso é muito incrível para mim. No geral fico torcendo para o papo acabar e eu me isolar no meu quarto, mas conversei de boa com o Gabriel. Não foi nem um pouco desconfortável. Não sei se era pelo fato de meio que " conhecê-lo " através do livro. Talvez isso tenha ajudado para que eu não ficasse tão tímida.
A segunda coisa que me admirou foi ele mesmo. Quando li o livro, o imaginei bem parecido com o que ele é, mas ele é bem mais bonito pessoalmente. Do tipo de cara que eu jamais chegaria para conversar.
ㅡ Então, você vai morar aqui todo o tempo que estiver fazendo faculdade? ㅡ Gabriel perguntou enquanto subíamos a escada para voltar às suítes.
ㅡ Eu não sei, são dois anos de curso, eu não queria ficar aqui de favor esse tempo todo. Por mais que eu meio que esteja " trabalhando " para ficar aqui, preferia alugar um apê ou coisa do tipo. Depois que eu já puder trabalhar em outro lugar. ㅡ Seguimos na direção dos quartos. Dali, além da vista para a pousada, com a piscina, churrasqueira e tudo mais, era alto o suficiente para que tivéssemos vista para o mar. ㅡ E você? Não me lembro de ter lido sobre o quê você fez depois da escola. Está fazendo faculdade ou trabalhando?
ㅡ Isso aí e um maior vagabundo. ㅡ Pedro apareceu na porta do quarto onde eles estavam. Gabriel o encarou com uma careta.
ㅡ Olha quem fala! Fica em casa o dia inteiro enchendo o meu saco e quer chamar os outros de vagabundo. ㅡ Pérola apareceu ao seu lado. ㅡ Não escuta o Pedro, não, Loirinha. Ele é lesado.
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As Ondas do Amor Vol. 2
Roman d'amour[ 2 TEMPORADA DE AS REGRAS DO AMOR ] " Se antissocial fosse uma pessoa, essa seria eu. " Meu nome é Marina e no momento estou vivendo uma das maiores mudanças da minha vida. Nascida e crescida na cidade de Itaboraí no Rio de Janeiro, pela primeira...