Capítulo 1

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— Eu preciso de uma esposa, Ragnor, preciso para ontem.

No banco de trás do carro, a caminho de um Starbucks, Magnus Bane olhou para o relógio pela décima vez em uma hora. O riso surpreso de Ragnor irritou até a última célula nervosa de Magnus.

— Então escolha qualquer uma e se case.

O conselho despreocupado de seu melhor amigo talvez tivesse algum mérito se Magnus pudesse confiar nas mulheres de sua vida. Infelizmente, não era o caso.

— E correr o risco de perder tudo? Você me conhece melhor que isso. Eu não preciso de emoções para atrapalhar algo tão importante quanto um acordo matrimonial.

Um acordo. Era exatamente disso que ele precisava. Um contrato. Um negócio que beneficiasse ambas as partes durante um ano. Depois, cada um poderia seguir seu caminho e nunca mais olhar para a cara do outro.

— Algumas mulheres com quem você anda não teriam problema algum em assinar um pacto antenupcial.

Ele já tinha pensado nisso. Mas havia trabalhado arduamente para conquistar sua reputação de canalha sem sentimentos, e não precisava estragar tudo fingindo estar apaixonado para que uma mulher – ou um homem - subisse ao altar com ele.

— Preciso de alguém que concorde com o meu plano, alguém por quem eu não sinta a mínima atração.

— Tem certeza de que esse serviço de namoro é o caminho certo?

— Compatibilidade, não namoro.

— Qual é a diferença?

— Eles não atendem aos seus interesses amorosos, atendem ao seu plano de vida.

— Que romântico. — O sarcasmo de Ragnor falava bem alto.

— Aparentemente, eu não sou o único nessa situação.

Ragnor riu e engasgou com a própria respiração.

— Na verdade — disse — eu não conheço nenhum outro homem com o seu título e a sua riqueza que tenha contratado uma estranha para lhe arranjar uma mulher.

— Essa mulher foi muito bem recomendada. É uma empresária que ajuda homens como eu em situações semelhantes.

— Qual é o nome dela?

— Ale Lightwood.

— Nunca ouvi falar.

O trânsito obstruía o cruzamento a dois quarteirões de onde Magnus marcara o encontro com a tal empresária. Os segundos se passavam rapidamente, ultrapassando o horário marcado. Droga, ele odiava se atrasar.

— Tenho que desligar.

— Espero que saiba o que está fazendo.

— O que eu faço é tratar de negócios, Ragnor.

Seu amigo bufou, em um tom desaprovador.

— Eu sei. É com relacionamentos que você estraga tudo.

— Vá se foder. — Mas Magnus sabia que seu amigo estava certo.

— Você não faz o meu tipo.

O motorista de Magnus deu uma guinada para poder avançar. Implacável, como seu chefe gostava.

— Vejo você à noite para tomarmos alguma coisa.

Magnus desligou o telefone, guardou-o no bolso do casaco e se recostou no banco. Muito bem, estava atrasado. Homens em sua posição podiam chegar com meia hora de atraso e ainda haveria pessoas brigando para fazer parecer que era culpa delas.

Casado até quarta - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora