Capítulo 10:

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Quando voltou aos Estados Unidos, Alexander foi imediatamente à Moonlight visitar Isabelle. A culpa por ter curtido o tempo que passara na Inglaterra com Gwen, somada à excitação de sua nova vida com Magnus, fez seu estômago se apertar quando entrou no quarto da irmã. O cabelo preto de Isabelle estava preso com um elástico, e a blusa de algodão cor-de-rosa ostentava uma mancha causada por uma porção de seu almoço que havia errado o alvo.

— Oi, linda — disse Alexander, se sentando em uma cadeira ao lado de Isabelle, que olhava pela janela.

A garota lhe ofereceu um meio sorriso, era tudo o que conseguia depois do AVC. Seus olhos se iluminaram em reconhecimento, e ela ergueu o braço bom, que Alexander segurou firme.

— S... Saudade. — Isabelle arrastava as palavras.

— Eu também fiquei com saudade.

Alec havia perdido apenas um dia de visita, mas sabia que Isabelle ficava na expectativa. Sua irmã não tinha muito estímulo para tirá-la da cama de manhã.

— Já comeu? — Alexander perguntou.

— Sim — disse ela, mas a cabeça balançou em negação.

Uma das coisas que Alexander havia aprendido era a interpretar a linguagem corporal de Isabelle, mais que suas palavras. Estas não saíam facilmente, e muitas vezes não combinavam com os pensamentos de Izzy.

As expressões faciais e os gestos eram a chave para entendê-la.

— Quer me ajudar com esta carne chinesa? É do Golden Wok, seu restaurante favorito.

Izzy sorriu.

— Gosto de lá.

— Eu sei. Eu também.

Alexander abriu a caixa de isopor, e o cheiro de carne picante se espalhou pelo ar. Depois de fixar uma bandeja na frente da irmã e colocar sobre ela um prato de comida, Alexander pôs o garfo na mão de Isabelle. Ela odiava que a alimentassem. Mesmo que tivesse de batalhar para levar a comida à boca, Izzy gostava de fazer isso sozinha.

— Eu... eu vejo... humm... eu vi... — Isabelle se esforçava para encontrar as palavras.

— Quem você viu?

Alexander deu uma garfada em seu almoço tardio e se deu conta de que não havia comido o dia todo. Ele e Magnus tinham chegado na madrugada anterior e dormido até tarde. Antes do almoço, seguiram caminhos diferentes — Magnus para o escritório, Alexander para a clínica. Ele não havia sequer pensado em comida. Os sabores tentadores explodiram em sua boca, e seu estômago roncou, satisfeito.

— A mamãe.

O garfo de Alexander parou no ar. Isabelle anuiu com a cabeça. Alexander baixou o garfo.

— Querida, a mamãe morreu faz tempo.

Isabelle franziu o cenho, como se procurasse uma lembrança.

— À noite. Vi à noite.

— Em um sonho?

— É — Isabelle balançou a cabeça. — À noite.

Alexander estava confuso. Isabelle tinha visto alguém que parecia a mãe deles? Talvez uma nova funcionária da clínica? Ou havia sonhado com a mãe e os sinais se cruzaram em seu cérebro?

— Eu também penso nela às vezes — disse.

— Sinto falta dela — disse Izzy.

Alexander colocou a mão no joelho da irmã e concordou:

Casado até quarta - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora