Capítulo 6:

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    Havia câmeras na sala de estar, na cozinha e nos dois quartos. Da linha telefônica, eles já sabiam. De acordo com os homens de Magnus, o carro de Alec estava limpo.

Merda! Alguém o observara enquanto ele se vestia, enquanto dormia... Alexander revelou a Magnus a conversa que tivera com Catarina, a única que continha alguma menção ao casamento fraudulento. Provavelmente as câmeras haviam sido plantadas pelos sujeitos que se passaram por técnicos da companhia telefônica, ou talvez alguém tivesse entrado enquanto ele fazia sua corrida matinal.

Depois disso, as conversas entre eles haviam sido todas pelo celular, e geralmente quando ele estava fora de casa. Mas não importava, eles só tinham falado sobre a recepção e as pessoas que ele iria conhecer. É verdade que conversavam como um casal, o que era surpreendente, considerando que mal se conheciam.

Magnus dirigia o carro, com Alec ao lado mostrando o caminho para a casa dele. Conforme se aproximavam, a realidade do que estavam fazendo se espalhava pelos membros de Alexander.

— Você está retorcendo as mãos — disse Magnus. — O que há de errado?

— Resposta sincera? — disse ele, sabendo o que ele diria.

— Sempre.

— Te beijar.

Ele o olhou rapidamente por trás dos óculos escuros e voltou os olhos para a rua.

— Me beijar é errado?

— Sim — ele deixou escapar. — Quer dizer, não.

Magnus riu.

— Qual dos dois?

— Ai... E se eu engasgar? E se eu não parecer convincente? — E se ele estragasse tudo, desse à câmera exatamente o que eles queriam e Magnus perdesse sua herança? Ele tirou uma das mãos do volante e colocou sobre as dele, que estavam frias.

— Alexander...

— Sim.

— Relaxa. Deixe-me assumir o controle.

Ele balançou a cabeça.

— Não estou acostumado a ter homens se encarregando da minha vida.

— Eu sei, mas pode confiar em mim.

Alec queria confiar nele, apesar de suas mãos continuarem tremendo quando pararam na entrada da garagem. Ele tirou a chave da ignição e virou para ele.

— Vamos entrar e começar a fazer as malas.

— Você vai me beijar assim que entrarmos? — Ele precisava saber, para poder se preparar.

Magnus se inclinou para frente e tirou os óculos escuros.

— Vem cá — sussurrou, olhando para os lábios dele.

Alec se aproximou, pensando que ele queria falar algo importante. Mas, em vez disso, ele se inclinou e pousou os lábios suavemente sobre os dele. O calor foi instantâneo e provocou um choque que desceu até os dedos dos pés. Alec fechou os olhos quando conseguiu relaxar. Então ele se afastou.

— Beijar vai ser a parte fácil — disse ele sobre os lábios semiabertos de Alec. — Parar vai ser muito mais difícil.

Magnus passou o dedão no lábio inferior de Alec antes de se voltar e abrir a porta. Alexander sentia as pernas bambas e permitiu que ele segurasse seu braço para apoiá-lo. Ele olhou em volta do quarteirão, com ar claramente desaprovador.

Casado até quarta - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora