Capítulo 7:

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    — Este lugar é incrível. — Jace deu um giro completo no meio da sala de estar de Magnus. — Não acredito que você não veio correndo morar aqui assim que vocês voltaram de Las Vegas.

— Não parecia certo.

— E agora parece? O que mudou? — Jace se jogou no sofá fofo e cruzou as pernas.

Alexander baixou a voz, embora a cozinheira estivesse ocupada preparando o almoço e a empregada estivesse lá em cima, fazendo sabe-se lá o quê. Magnus passaria o dia no escritório, o que deixara Alec com pouca coisa para fazer.

— Estamos ficando mais à vontade juntos, eu acho. Não posso ter em Tarzana a segurança que eu tenho aqui.

— Tem razão. Mas, se quer saber, aquele sujeito, o Jem, é meio assustador. — Jace havia conhecido o grandalhão quando ele fora buscá-lo no carro dele para acompanhá-lo até a entrada da casa.

— Ele não fala muito.

— Ele não me falou nada. Só ficou me encarando.

— O Magnus insiste em dizer que o Jem é inofensivo para quem não pisa na bola com ele.

Alexander afundou em uma das cadeiras Queen Anne, de frente para seu amigo. O conjunto de seda que Alec usava quase flutuava sobre sua pele e o fazia sentir como se não estivesse usando nada. Com tempo de sobra, Alec demorava mais para se vestir de manhã e passava mais tempo se arrumando. Quando Magnus acompanhou Alexander ao Moonlight, alguns dias antes, Alec teve que enfrentar toda a força de ser casado com um homem tão rico e bonito como ele. Magnus encantou os funcionários e ganhou mais do que alguns sorrisos de sua irmã.

Desde o acidente vascular cerebral de Isabelle, sua capacidade de expressar as próprias necessidades diminuía cada vez mais. Afasia expressiva era como os médicos chamavam seu distúrbio. Para evitar que sua irmã ficasse excessivamente ansiosa e frustrada, Alec muitas vezes terminava as frases de Isabelle. Magnus parecia entender a situação e se esforçou para fazer perguntas que pudessem ser respondidas com sim ou não, evitando assuntos com potencial para causar estresse.

Quando estavam saindo, Magnus foi atrás de um dos diretores e, como se tivesse um interruptor, desligou seu charme e acionou o lado homem de negócios. Ele queria saber sobre a segurança da clínica, como evitavam que estranhos entrassem no quarto de Isabelle e quem ficava com ela quando não era hora das refeições. Um rápido fluxo de perguntas, que ele poderia ter feito a Alexander, foi disparado e respondido antes que Alec pudesse interromper.

A sinceridade dele em relação aos cuidados e à segurança de sua irmã impediu Alec de se irritar com ele. No entanto, depois que saíram, quando ele começou a questionar a capacidade da clínica de cuidar corretamente de Isabelle, Alexander ficou na defensiva.

— É a melhor clínica para pessoas na situação da Isabelle. A maioria dos lugares é para idosos com Alzheimer. A Moonlight é especializada em pacientes mais jovens com problemas de desenvolvimento.

— Por que não cuidar dela em casa?

Claro, teria sido o ideal, mas Alexander não tinha como pagar esse tipo de atendimento domiciliar vinte e quatro horas por dia.

— Eu não podia.

Alec havia tentado cuidar da irmã sozinho, mas fracassara. Quando Magnus percebeu como essa conversa a perturbava, decidiu mudar de assunto.

— Fico feliz pelo Jem estar do seu lado. Eu não gostaria de ser inimigo desse cara — disse Jace, afastando Alexander de seus pensamentos. — Então, o que vamos fazer com a Alicante?

Casado até quarta - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora