Capítulo 2:

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Magnus olhava as fotografias e os arquivos das três mulheres que Alexander tinha enviado. Todas eram perfeitas: cultas, refinadas e lindas. Então, por que é que haviam se registrado em uma agência de relacionamentos para encontrar um marido temporário? Tinha que existir uma ligação entre elas e o senhor casamenteiro, mas Magnus não conseguia entender.

Candidata número 1: Heidi... Sem sobrenome. De acordo com a ficha, estava no segundo ano da faculdade de direito, com os típicos financiamentos estudantis. Adorava artes e passava o tempo livre correndo maratonas. Magnus olhou de novo a foto. A semelhança com Jacqueline era assustadora. Alexander havia pensado em tudo. Ele até colocou as medidas e o peso das mulheres no rodapé da página. Em um texto explicativo, Alec escreveu que os serviços de encontros frequentemente usavam fotos antigas do colégio, photoshopadas, mas a Alliance atualizava suas fotos a cada seis meses.

Candidata número 2: Ettta... Mais uma vez, sem sobrenome. Secretária de um médico, cursando o preparatório para a faculdade de medicina. Adorava velejar e conhecer lugares exóticos. Já tinha viajado bastante, mas os documentos de Alexander não diziam como ela bancava esse seu hobby.

Candidata número 3: Aline... Magnus não se incomodou em procurar um sobrenome; sabia que não haveria. Aline deveria ter sido modelo. Seus deslumbrantes olhos azuis e os cabelos loiros, quase brancos, faziam qualquer homem perder o fôlego. Aline não estudava e não tinha nenhum financiamento estudantil. Ela gerenciava um tipo de casa de repouso e era orientadora infantil em um clube de meninos e meninas.

As mulheres eram perfeitas, então por que Magnus tinha a profunda sensação de que eram todas erradas?

Ele se inclinou para frente e pegou o telefone. Quando seu assistente atendeu, Magnus disse: 

— E aí, Kyle?

— Eu ainda tenho duas ligações sem resposta, mas encontrei algumas coisas interessantes sobre o Sr. Lightwood.

— Ótimo. Traga-me essas informações.

Magnus caminhou até as janelas de seu escritório, que iam do chão ao teto, e olhou a cidade abaixo. Dirigir sua empresa de navegação de quatro pontos do globo lhe dava vantagem sobre seus concorrentes. Ele havia começado o negócio do nada, apesar da desaprovação de seu pai. O desejo de Magnus de provar ao pai que não precisava do dinheiro dele, nem do título, alimentava sua motivação.

No entanto, o sobrenome Bane havia aberto muitas portas ao longo dos anos, e abrir mão da maior parte de sua herança não era algo que ele estava disposto a fazer, especialmente porque o velho já estava morto havia muito tempo. Kyle bateu na porta do escritório antes de entrar. Magnus virou e acenou com a cabeça, indicando a mesinha no canto da sala, para ver as pastas que o assistente carregava.

— Vamos ver isso aqui. — Kyle se sentou e rapidamente estendeu os papéis para que Magnus examinasse.

— Alexander Lightwood, vinte e sete anos, natural de Connecticut, filho de Robert e Maryse Lightwood.

Magnus se sentou.

— Por que esses nomes me parecem familiares?

— Porque são. Robert esteve sob os holofotes da mídia há vários anos, quando foi acusado de evasão fiscal e apropriação indébita. Ele e a família moravam em uma mansão de vinte milhões de dólares, tinham casas de férias na França e no Havaí... O pacote completo do sonho americano.

Magnus se lembrou. O grande empresário de Nova York havia multiplicado seu capital através de esquemas de investimento fraudulentos. Ele emitia apólices de seguro de casas, terras, empresas e propriedades para as vítimas inocentes, sem nenhuma intenção de pagá-las.

Casado até quarta - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora