🧭Capítulo 17🧭

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         Antes de acontecer a festa houve algumas coisas na vida de Genya, que meses passado havia brigado feio com seu irmão, o jogando pra fora de casa.

        — Sanemi pela amor de Deus! Me escute uma só vez! — Gritava tentando chamar a atenção de uma vez de seu irmão, que estava com a mão na testa com seus cotovelos apoiados na mesa.

        — Aika, quantas vezes já não disse pra entrar desse jeito na casa? Puta que pariu Aika, vive perambulando por aí e me menospreza, sendo que EU coloco a PORRA da comida na sua mesa. — Disse Sanemi olhando seu irmão com um olhar de raiva, estava com um dos punhos fechados por pura raiva.

        — Você deveria pelo menos me tratar com respeito! Seu merda, parece até nosso pai! — Isso fez com que Sanemi se levantasse e segurasse a camisa de Genya, olhando ele nos fundos dos olhos com uma raiva imensa, era visível a expressão daquele ser.

        — Não me compare à ele... Fora de casa, agora. — Assim soltou o Genya o empurrado para o lado da porta, aquilo mexeu com nosso personagem ficando totalmente incrédulo.

        — M-Mas...

        — FORA! Quer brincar de ser adulta então vai embora! — Assim Genya foi para seu quarto, preparar sua mochila para finalmente ir embora, ele estava com o coração na mão, e não sabia o que fazer, mas sabia aonde decorrer.

        Quando finalmente estava saindo de casa pela noite, ele soltou uma última frase para seu irmão que estava o encarando:

        — Vai em porra irmão. Primeiro acerta meus pronomes, depois a gente conversa. — Assim saiu, o que deixou Sanemi um pouco pensativo sobre aquilo, com seus olhos fixados na porta.

        Genya se sentia estranho andando de rua, mas sabia exatamente o caminho para ir na casa de Tokito. Incrivelmente começou a chuviscar, até a chuva aumentar e começar a trovejar de forma intensa.

        — Aaah, só pode estar brincando comigo! — Gritou Genya para si mesmo começando a correr para casa de seu amigo, o que acabou caindo e ficando todo molhado e sujo pelo barro.

        A sorte que estava já na frente da casa de Muichirō, que a mãe do mesmo abriu a porta e foi correndo ajudar o garoto.

        — Shinazugawa! Está tudo bem?! O que faz tarde da noite aqui? — Perguntou a mulher levantando-o e levando para dentro de casa para esquentar.

        — Eu fui expulso de casa... — Respondeu Genya tirando seu casaco sujo de barro.

        — Oh Deus... Meus pêsames meu querido, o que aconteceu meu doce? Fez alguma coisa tão horrível para ser expulso assim? — As perguntas daquela mulher enchiam a cabeça de Genya, que acabou transbordando começando a chorar.

        — S-Senhora... Eu não sou um homem de verdade... E-Eu nasci mulher, como você... — A mulher ficou um pouco sem reação, mas logo abriu-se um sorriso gentil no rosto da mesma.

        — Está tudo bem Shinazugawa... Fique um tempo aqui em casa, eu e o Muichirō vamos resolver isso, certo? — Genya apenas acenou com a cabeça diante do que aquela moça falou, secando suas lágrimas com o seu moletom de lã.

        — Mãe, quem tá aí.... Genya? — Muichirō logo se aproximou de seu amigo, que estava se secando agora com uma toalha seu cabelo.

        — Seu amigo vai ficar um tempo com a gente, ele pode dormir no seu quarto enquanto isso? — Muichirō não entendia nada sobre aquilo, mas compreendia que por um mês teria que ficar o abrigando.

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