Furor musical

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A comida estava horrível como sempre. Depois de voltarem das maravilhosas praias da Califórnia, Thaís criou um portal para a casa das meninas, com a promessa de entregar a tradução do feitiço em um dia.

Lucas decidiu ficar para ajudar a cozinhar enquanto Ana atualizava Erick sobre o ocorrido na Sibéria, mas Giovanna insistiu em cozinhar, dizendo que estava super disposta depois de se sentir inútil na missão. Agora estavam todos sentados na mesa da cozinha comendo um macarrão super cozido com molho aguado.

— Por que Lucas não cozinhou hoje? – Gabriel disse comendo o macarrão com muito molho de pimenta em cima. Ana colocou um copo de leite para o menino.

— Hoje estava inspirada, então decidi cozinhar, só que não fizemos compras, então era o que tinha na dispensa – Giovanna retrucou.

— Pelo menos está comestível – Ana disse comendo uma montanha de macarrão – Não sei porque, mas ultimamente estou sempre com fome.

— Deve ser a magia – Erick respondeu comendo quase a mesma quantidade que a menina – Gastar muita magia dá fome.

— O que fizeram enquanto estávamos na Rússia? – Giovanna perguntou para o irmão.

— Lili e eu estamos criando um robô.

— Procurei alguns contatos meus do submundo, a maioria disse para ficar longe do assunto ANE, diziam ser algo mais perigoso que as trevas e os demônios.

— Nenhum deles disse sobre seu poder? – Lucas perguntou, entendia que o único a fazer perguntas diretamente para Erick seria ele, já que a estranheza dos Guimarães causava ansiedade em Ana e Giovanna não tinha razões para confiar nele.

— A senhora da barraca 9 disse algo sobre o fim dos mundos, qualquer um que tente usá-la será transformado em cinzas – Erick disse se levantando para pegar mais macarrão – Depois disso fechou a barraca como se estivesse fugindo, mas não sei dizer ao certo, pode ser que tenha esquecido alguma coisa no fogão... sempre esqueço.

— Já sabemos que essa arma não é coisa boa, nem mesmo o senhor Dean queria nos falar sobre... mas também não podemos deixar que alguém a pegue – Lucas disse olhando para os amigos.

— Ou talvez devêssemos deixar tudo isso para trás – Erick disse.

— O que? – Giovanna que não olhou para Erick desde que chegou, encarou o menino com espanto.

— Quero dizer, todos falaram para não procurar e quando explicaram porque – Erick fez um sinal como se estivesse morto – Todos que procuram morrem, todos que tentam usar morrem, destruição total, se essas pessoas querem tanto uma arma para se matarem... porque não deixar que peguem?

Lucas entendeu o ponto do amigo, da mesma forma que entendeu o quanto ANE era uma arma perigosa que deveria ser guardada em um lugar seguro.

— Não podemos – Ana respondeu e olhou diretamente para Erick, era a primeira vez que Lucas a viu olhar diretamente para Erick nos vários anos que se conheciam – ANE... não sei o que essa arma é capaz, mas não podemos simplesmente deixar que continuem matando tantas pessoas... o que não entendo até agora é como estão tirando poder matando qualquer um.

— Por enquanto podemos focar nisso – Lilian comentou entregando o restante do macarrão de seu prato para o irmão que comeu sem reclamar – Que tal um plano? Podemos tentar bolar um para cada situação, como não sabemos quem são nossos inimigos.

— Quais as chances de serem os bruxos? – Giovanna perguntou.

— 80% com base nos acontecimentos, o fácil acesso às dimensões demoníacas e seus contratos.

Mundo espelhado: O brilho da graçaOnde histórias criam vida. Descubra agora