Domingo de sol

3.2K 264 100
                                    


Penelope já estava pronta para o café da manhã com a família Bridgerton, mas não tinha a mínima vontade de descer. Não queria olhar para a cara de Colin. Estava muito chateada por ele ter descoberto o seu segredo. Aquele bisbilhoteiro! Ela sentia uma raiva dele como nunca havia sentido de ninguém. Ele não deveria ter lido suas coisas, foi realmente errado da parte dele. Como iria descer para comer fingindo que nada tinha acontecido? Odiava a si mesma por ter permitido que ele descobrisse. Estava ficando descuidada. Se não fosse mais cautelosa, todo mundo poderia descobrir. E ainda tinha o fato de que ele a acusava de ser manipuladora e mentirosa. Ela apenas escreveu comentários sobre o comportamento da sociedade. Não tinha culpa se as pessoas usavam isso para agir de forma desprezível umas com as outras. Colin não entendia isso. Ele podia até ser um homem, mas agia de forma muito infantil. Bastava observar o comportamento dele com as pessoas. Sempre fugia para viajar quando se sentia frustrado, além de sempre esperar que Penelope estivesse ali, à espera dele para serem amigos. E se tornava insuportável quando ela não agia como ele achava que deveria agir. Mimado, pensou ela com raiva.

Depois de muito hesitar, ela resolveu descer. Apesar do comportamento de Colin, ela não poderia fazer uma desfeita com a família Bridgerton, que sempre a tratava bem e a tinha convidado para aquele final de semana. Ela deveria aproveitar, apesar dele.

                                                                                         *******

Ainda deitado em sua cama, com as janelas fechadas, no escuro, Colin refletia sobre os acontecimentos da noite anterior. Haviam tido uma discussão muito calorosa. Ficou imaginando como não acordaram todo mundo na residência. A acústica dessa casa é realmente boa, pensou ele.

Estava muito chateado com Penelope. Chateado não, furioso e por muitos motivos. Começou a enumerá-los: Primeiro: ela escondeu dele por muito tempo o segredo. Segundo: arruinou qualquer chance que ele teria tido com Marina Thompson, fazendo-os passar vergonha. Terceiro... Terceiro. Não sabia agora qual seria o terceiro motivo, mas com certeza ela faria algo para lhe irritar. Ultimamente ela estava tendo muito sucesso nisso. Colin nunca achou que ficaria com tanta raiva de uma pessoa assim. Nem com Marina foi desse jeito. E agora o que ela havia falado de Penelope não fazia mais sentido nenhum. Era mentira que ele sempre poderia contar com ela. Estava entretido nesses pensamentos, quando o irmão Benedict entrou em seu quarto.

— bom dia, querido irmão! — e foi correndo abrir as janelas, fazendo com que um sol irradiante invadisse o quarto. Colin colocou as mãos na frente do rosto para não ficar cego e vociferou:

— você não sabe mais bater na porta?!

Benedict não respondeu, pois estava ocupado agora pegando roupas no armário de Colin e atirando para ele.

— tome, vista-se. Vamos aproveitar o dia! Está um dia maravilhoso!

Colin se sentou e ficou encarando-o, incrédulo, ao passo que Benedict perguntou:

— O que foi? Por que essa cara?

— Irmão, por acaso, você andou tomando aquele chá de novo? — falou, estranhando toda aquela alegria dele.

Benedict abriu um largo sorriso:

— não, irmãozinho. Aquela experiência foi suficiente para mim. Agora se arrume, vamos! — vendo que o irmão não se mexia, completou: — não quer aproveitar o dia com Penélope?

Colin fechou a cara antes de falar, sério:

— por que pergunta isso?

— não sei... apenas falo, pois ontem parecia muito à vontade com ela. Melhor dizendo, parecia muito necessitado da presença dela...reparei nisso — insinuou.

Penelope e Colin: descobrindo o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora