Penelope e Colin: descobrindo o amor

Reconciliação

Nas semanas seguintes, Penelope, Lady Danbury e Benedict trabalharam incansavelmente na organização do evento. Tudo tinha que estar perfeito. E todos na cidade só falavam disso. Havia boatos de que até a rainha poderia aparecer. O que não era improvável, já que ela e Lady Danbury compartilhavam amizade. Mas o alvoroço maior era por conta do duque. Lady Danbury havia informado que ele chegaria no dia do sarau e ela passaria o dia com ele até a hora do evento, por isso estavam Benedict e Penelope na casa dela, na véspera do sarau, fiscalizando os últimos detalhes, enquanto a anfitriã havia ido se recolher.

— eu tinha até pensando em ser organizador de eventos, sabe...mas agora desisto — falou Benedict exaurido, enquanto revisava, pela décima vez naquele dia, a lista de convidados comparando-a com a disposição das mesas. Penelope riu:

— não gostou do trabalho, sr. Bridgerton?

— Do trabalho eu até gosto, só acho ruim é ter que trabalhar.

Penelope riu mais ainda:

— Agora não adianta reclamar. Você foi quem aceitou a ideia dela de primeira.

— mas eu não tinha noção de onde estava me metendo — ele colocou as mãos na cabeça agoniado — certo, preciso de alguma bebida. Isso vai me animar

E prontamente se levantou indo até o bar da casa para se servir.

— deseja algo para beber também, Penelope?

— não, estou bem assim — ela estava entretida, dando os últimos retoques no roteiro que seria usado no cerimonial.

Os últimos dias tinham sido frenéticos e ela tinha ficado absorta em todos os detalhes do evento. Chegava em casa tão cansada, que só queria banho e cama. Aquilo tinha sido ótimo para fazê-la esquecer de Colin. Além disso, havia sempre a companhia de Benedict, que estava se mostrando um ótimo amigo, muito atencioso. Em nenhum momento forçou ela a falar sobre Colin ou o que havia acontecido entre eles. Em vez disso, sempre a fazia rir e conversavam sobre tudo, principalmente sobre as artes. Era fascinante o que ele sabia sobre pinturas, esculturas e seus artistas. Ele tinha uma queda pelas pinturas de Gustave Coubert e Caravaggio, com seu realismo gritante, já Penelope se sentia mais atraída pelo romantismo de Delacroix e pela genialidade de Da Vinci. Logo Benedict voltou com sua bebida e exclamou:

— acabou de me ocorrer a melhor ideia!

— sim? — ela respondeu sem tirar os olhos do papel.

— Se você olhar para mim, eu falo.

— desculpe — falou ela, soltando o papel — qual é a sua ideia?

— por que não deixamos esse trabalho todo de lado e fugimos daqui?

Penelo riu, achando graça, mas resolveu entrar na conversa dele:

— e para onde iríamos, posso saber?

— para qualquer lugar. Essa é a parte boa. Não precisamos ficar em um só lugar.

— isso é ótimo para despistar em caso de Lady Danbury mandar pessoas atrás da gente.

— Isso! Você já está pensando no plano todo. Por isso gosto de você. E então, para onde quer ir primeiro?

— pensei que poderíamos ir para a Espanha e, quem sabe, de lá partimos para Roma? Sempre quis conhecer a Torre de Pisa.

— eu poderia estudar arte em Roma. Lugar melhor não há. Imagine eu ser o próximo Michelangelo?

— Melhor ainda: você seria o primeiro Benedict Bridgerton!