Segredo descoberto

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Penelope continuava sentada aguardando ele retornar. Estava se sentindo realmente feliz ultimamente. Achava que as coisas não iriam melhorar depois daquela fatídica noite, porém havia se enganado.Tinha se resolvido com Colin, ganhara a amizade de Benedict e Lady Danbury e agora faltava apenas que Eloise e ela voltassem a se falar. O que podia dar errado?

A resposta para essa pergunta havia acabado de descer as escadas e se encontrava parado na porta da sala, com uma sombra em seu rosto. Penelope se assustou com aquilo e perguntou suavemente:

— Colin, você está bem?

Silêncio.

Ela observou-o bem e reparou que ele não trazia pomada na mão, mas sim um papel. Vacilante, perguntou novamente:

— você está bem?

Em resposta, ele fechou a porta atrás de si e caminhou em direção a ela, com o rosto lívido, e fez um gesto lhe entregando o papel, enquanto dizia com frieza:

— acho que isso pertence a você, lady Whistledown — frisou bem as duas últimas palavras.

O efeito nela foi instantâneo, pois assim como ele, ela também perdeu toda a cor do rosto. Branca como era, havia ficado praticamente um fantasma. Seu coração parecia ter parado por um segundo. Sentiu o chão fugir de seus pés e uma sensação de pânico começou a lhe invadir. Ela engoliu em seco antes de gaguejar:

— Co...Colin... como, como você pegou isso?

— Para quem gosta de divulgar os segredos dos outros, parece que você não consegue esconder os seus muito bem, não é? — falou sarcástico.

— Isso não lhe pertence. Não tinha o direito de ler — conseguiu articular ela.

— não me venha falar sobre direito. Você não tem direito sobre a vida dos outros, mas ainda assim sai escrevendo insultos por aí...

— o que? você não entende...

— então, está gostando de rir da cara da sociedade e manipular a todos com seus comentários mordazes? Arruinar a vida das pessoas parece algo que lhe apetece, então? — ele parecia fazer um grande esforço para não explodir, mas as palavras ainda assim saiam como se fossem adagas cortando a pele de Penelope.

— O que? Nunca quis arruinar a vida de ninguém!

— E o que você fez comigo e com Marina, hein? Você nos arruinou!— vociferou ele, não conseguindo se conter. Ela sentiu como se tivesse levado um tapa de tão lívida que ficou. Fechou os olhos e respirou fundo para se acalmar, encarando-o em seguida. Nunca o tinha visto com aquela feição de desprezo e raiva.

— Colin, ela não amava você. Não podia permitir que fizesse isso. Você seria infeliz e eu não conseguiria viver sabendo que poderia ter impedido isso. Marina estava te usando. — ela explicou de forma suplicante. Ele não entendia?

— e por que você não veio falar diretamente comigo? Por que teve que arruinar a reputação dela perante toda a sociedade? Me fazer parecer um tolo diante de minha família! Como você foi cruel! — ele parecia cuspir as palavras com todo o desprezo que conseguia.

— você não acreditaria em mim! — agora ela estava gritando — você estava cego, acreditando estar apaixonado. E eu havia lhe dito que o coração dela pertencia a outro e você me ignorou e estava preparado para fugir com ela, caindo direto no plano armado. Eu tinha que agir rápido para evitar algo pior!

— "acreditando estar apaixonado"? Como você pode julgar meus sentimentos? Você não me conhece!

— conheço-o melhor do que imagina. Se estivesse apaixonado mesmo, iria atrás dela. Casaria com ela independente da opinião da sociedade e de sua família. Você é um homem que corre atrás do que acredita e teria se casado com ela, mesmo com o que foi divulgado na coluna! Mas você não foi, não é? Aparentemente sua paixão era tão fugaz quanto uma chama — zombou ela.

Penelope e Colin: descobrindo o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora