Penelope e Colin: descobrindo o amor

O plano de Penélope

Penelope estava em seu quarto escrevendo. Havia perguntado à mãe o teor da visita de Anthony Bridgerton, mas ela foi evasiva na resposta. Isso deixou ela preocupada. Presumiu que a mãe estivesse tentando complicar as coisas para ela e Colin. Então, Penelope tomou uma decisão: iria dar um empurrãozinho na situação. Ela tinha tido uma ideia ousada e poderia muito bem não dar em nada, mas precisava tentar. Conhecia bem a própria mãe para saber como funcionava a mente dela e sabia onde atingi-la. Escrevia tão freneticamente que os seus dedos estavam cheios de tinta. Estava apressada, pois precisava colocar a ideia em prática naquele mesmo dia. Não teve nem tempo de enviar um recado para Colin, alertando-o. Refletiu que assim seria melhor. O elemento surpresa era essencial naquela situação. Além do que, não podia arriscar ter o seu plano revelado. Por enquanto não podia pensar nisso, precisava se concentrar no que estava escrevendo. Quando terminou, aproveitou que a mãe estava no escritório vendo as contas da família e saiu escondida de casa. Voltaria antes que a mãe percebesse sua ausência.

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O duque apareceu na sala de visitas de Lady Danbury, onde Colin já estava sentado. Cumprimentou-o, demonstrando certo incômodo e, ao mesmo tempo, curiosidade com a visita dele.

— Sr. Bridgerton! Como vai? Não posso deixar de expressar surpresa pela sua presença aqui. Ainda mais que solicitou falar comigo. Estou curioso pelo motivo.

Colin não tinha gostado de ter ido até ali, era meio constrangedor conversar com o duque então, decidiu ser breve:

— Vim informá-lo que pedi a Penelope que se casasse comigo. E ela aceitou.

Se o duque ficou surpreso com aquela notícia, não demonstrou. Perguntou, calmamente:

— Por que se deu ao trabalho de vir aqui me informar isso?

— Para que saiba que não há mais nenhuma chance sua com ela. Quis ter o prazer de lhe dizer isso — respondeu Colin, com um sorriso cínico.

— Foi para isso que veio mesmo, sr. Bridgerton? Presumo que não tenha vindo apenas para cantar vitória, uma vez que, eventualmente, eu ficaria sabendo do noivado.

Colin percebeu que estava sendo infantil. Não havia mais necessidade disso. Penelope seria sua esposa e só isso era importante. Tinha que falar seriamente com Hoffman.

— Não. Na verdade, ainda não estamos noivos formalmente...

— Ah, é? E por que não? — interessou-se o duque, interrompendo a fala dele.

— ... a mãe dela ainda não deu a resposta final. Mas o que importa é que Penelope já aceitou — apressou-se a completar Colin para não deixar margem para dúvida.

— E o que deseja de mim, então?

— A mãe dela acredita que você pretende pedir a mão de Penelope e ela quer deixar as opções em aberto... — ele esforçou-se para falar isso. Não queria pensar em nenhuma opção aberta.

— Interessante... deveras interessante — murmurava o duque.

— Você pretende pedir a mão dela? — inquiriu Colin.

— Você veio aqui para me impedir de fazer isso? — questionou o duque, por sua vez.

— Eu vim aqui para pedir que não o faça. Nós nos amamos, Hoffman. De verdade. O que eu mais desejo é me casar com ela. E ela também deseja isso.

O duque apenas avaliou Colin com seus olhos verdes claros. Seu semblante era impenetrável. Finalmente, após um momento, ele respondeu:

— Não farei.