CAPÍTULO 14

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                         CARLOS SCOTT

Tudo me parece louco, meus pensamentos estão embaraçados, minha cabeça dói, tem um lado meu que está me dominando, o lado sombrio, frio e cruel. Não gosto desse lado meu, nunca gostei, na verdade eu não o tinha até conhecer a Donatella ou talvez já estivesse em mim e eu só precisava de um gatilho.

Depois que cheguei em casa da minha noite frustrante com a Wanessa e o encontro terrível com Donatella, desci direto para a minha sala de treinamento. Tirei minha roupa, coloquei um calção e as luvas e comecei a socar o saco de box pendurado no meio do porão. O box se tornou meu escape, o esporte que faz com que eu alivie minha raiva e não cometa besteiras, mas últimamente não está funcionando.

Durante a noite incrivelmente longa, liguei algumas vezes para Wanessa e também mandei mensagem, mas ela não me atendeu e nem respondeu, totalmente compreensível, considerando que eu a deixei sozinha e fui embora com outra mulher.

Eu me odeio por tê-la deixado lá, sozinha e confusa, seus olhos tristes estão me atormentando desde a hora que fui embora. Não tinha como ser diferente, eu não... não queria que acontecesse com ela o mesmo que aconteceu com Bianca...

NOVE MESES ANTES

- Droga! Por que essa mulher não me atende? - Reclamo puto dirigindo pela cidade feito louco.

Estou sem paciência e muito preocupado, Bianca não me atende, ela sumiu desde ontem e isso não é boa coisa, não mesmo. Conheci a Bianca em uma festa que fui na casa de uns conhecidos do William. Assim que a vi, fiquei louco por ela, Bianca era linda, gentil e muito engraçada. Suas madeixas loiras eram perfeitas, olhos grandes, boca pequena, seu corpo não era padrão, ela não era magra, mas também não era gorda. Ela tinha um corpo cheios de curvas, pernas grossas, seios e banda avantajados.

Passamos a festa toda conversando e por mais que eu quisesse beijá-la, não avancei, percebi que ela queria apenas alguém para ouvi-la a noite toda e rir das suas piadas Idiotas. Duas semanas depois estávamos ficando, um mês depois, estávamos namorando. Eu estava feliz, bem feliz na verdade.

Fazia dois meses que eu tinha conseguido me livrar da Donatella, pelo menos eu achava que sim... mas não.

Estou no carro pensando um monte de besteira, não sei mais onde procurar. Ouço meu celular tocando e logo identifico o número, é ela.

- Onde ela está Donatella? - Pergunto com raiva.

- Calma meu menino! Estou apenas conversando com seu novo brinquedinho! - Ela diz calma.

- Nunca vai me deixar em paz? Será sempre assim, você acabando com a minha vida? - Grito com ela pela chamada e paro meu caro no acostamento.

- Não diga isso, assim irei pensar que não me ama! - Sua voz manhosa me irrita.

- O que quer para deixá-la ir embora? - Pergunto sabendo a resposta.

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