CAPÍTULO 19

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                         CARLOS SCOTT

Depois que deixei a Wanessa dormindo e fui embora, senti meu coração doer em um nível que eu nunca conseguiria explicar, mas sentir, já está me matando.

- Vamos? - Donatella me chama.

Estou no aeroporto, voltando para Nova York com ela. Decidi que deixar tudo de lado agora, seria a melhora opção para mim, quero meu filho e farei tudo por ele.

- Sim! - Pego minhas malas e as dela e caminhamos para o portão de embarque.

Seguimos em silêncio, no fundo, nós dois sabemos que nunca seremos uma família, mas Donatella quer se apegar a algo, mesmo que seja mentira.

O voo foi tranquilo e logo na saída do aeroporto, os seguranças abutres estavam nos esperando. Entramos no carro e seguimos até a casa da Donatella.

- Estou tão feliz de te ter comigo novamente! - Donatella sorrir, enquanto segura minha mão.

Olho para ela lentamente, será que ela não percebe que isso não é amor? Apenas sorrio para ela e fico olhando o caminho pela janela.

Depois de uns minutos, chegamos a sua casa e subimos para o quarto.

- Vou ficar no quarto de hóspedes - Falo dando meia volta do quarto dela.

- Por que isso? - Ouço sua voz me questionando - Sempre dormimos juntos - Ela diz.

Me viro devagar, ainda com minhas malas na mãos.

- Concordei em voltar com você, em tentar ser uma " família" - Minha voz saí em um tom de zombo - Mas eu quero meu filho, até lá, não espere nada de mim - Falo e a deixo sozinha.

Já no quatro de hóspedes, tranco a porta do quarto, deixo minhas malas no chão e me jogo na cama.

- Que grande merda você se meteu em Carlos! - Falo bagunçado meu cabelo.

Não saí do quatro durante a noite e até estranhei a Donatella não me fazer sair a força, não sei se gosto de todo esse silêncio vindo da parte dela. Já de manhã, tomo um banho rápido, coloco uma calça moletom e uma camisa branca, desço as escadas de cabelo molhado e chinela nos pés, se bem me lembro, Donatella está tomando café da manhã.

Caminho até a cozinha e a encontro sentanda sozinha, comendo sua salada de frutas com iogurte, seu preferido.

- Bom dia! - Falo me sentando na cadeira ao seu lado.

- Bom dia! - Ela sorri - Não sabia que iria acordar tão cedo - Fala.

- Não dormir bem - Digo tomando um gole de café.

- Mandei buscar o Rafael, ele deve chegar hoje ainda - Ela me informa, me fazendo abrir um sorriso, finalmente terei meu filho comigo.

- Obrigado Donatella, não vejo a hora de poder abraçá-lo - Falo animado.

Ela não não nada, apenas continua a comer calada, ela está diferente do normal e isso definitivamente não me agrada em nada.

Durante a tarde, pego um dos carros da garagem e dirijo pela cidade, eu até que senti falta daqui. Ligo para Matteo, avisando que estou de volta e marco de encontrá-lo amanhã, preciso desabafar um pouco.

Vou até um clubes de box que eu costumava frequentar quando morava aqui, continuo sendo sócio, então entro sem dificuldades. Coloco minha roupa de treino, luvas e começo a bater no saco de box, me sinto vivo novamente.

Não sei quantas horas passei aqui, mas chego em casa já de noite, está tudo muito calmo e pacífico. Vou direto ao meu quarto, tomo um banho demorado e me pego lembrando da Wanessa, seu sorriso, seus olhos, sua voz, seu beijo, seu corpo.

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