Senhora Urrea - Mulheres da Máfia •Adaptação Urridalgo

XVII

Sabina Urrea:

          Outubro chegou trazendo as primeiras ondas de frio do outono, os dias mais curtos e a expectativa para o Halloween, as casas estavam começando a serem enfeitadas, as crianças contavam os dias para recolherem os doces, eu sempre adorei aquele feriado, era um dos únicos que nana deixava os seus compromissos de lado para sair com as filhas e recolher os doces. Meu casamento tinha altos e baixos, mais baixos do que altos, eu e Noah discordávamos de tudo e em algumas ocasiões acabávamos na casa, transando como dois coelhos e isso era delicioso, mas, péssimo, pois, nunca iriamos nos entender se continuassem naquela mesmice e eu não queria que as coisas continuassem daquele jeito. A impressa tinha saído do nosso pé, Sina tinha melhorado milagrosamente, fazendo com que todos a paparicassem por todos os cantos, se dependesse de mim ela ainda estaria presa naquela clínica, apenas para ela aprender a não fazer cena apenas para chamar a atenção do marido alheio.

_ Precisamos começar a decorar a casa para o halloween. – Avisei Abigail enquanto ela arrumava a mesa no jardim, Any tinha prometido que viria me visitar naquela tarde e eu queria que ela fosse recebida com um chá na beira da piscina, estava um dia bonito para ser aproveitado ao ar livre. _ Comprar doces, esculpir aboboras, quero que todos apreciem a minha decoração.

_ Acho que isso não é seguro Sabina. – Falou ela fazendo com que eu murchasse os ombros. _ Noah não aprovaria o entre saí que acontece no halloween, pessoas podem estar mal-intencionadas ao virem para o bairro pedir doces.

_ Imagine aquelas crianças fofas, vestindo as suas fantasias inusitadas, paradas no portão com aqueles olhos cheios de expectativas e receberem uma recusa na hora da frase mais esperada do ano. – Disse parando atrás dela e fazendo-a suspirar. _ Irei colocar você o portão para fazer isso Abigail, pois estarei com o meu coração partido, já que eu adoro o halloween e já fui uma daquelas criancinhas. Eu tinha cinco anos quando cheguei a Nova York, não falava uma palavra em inglês e era véspera de halloween, nana me comprou uma fantasia de princesa e saiu comigo para pedir doces, foi o meu primeiro feriado em um lugar desconhecido e um dos que eu mais aproveitei. Então isso é uma ordem Abby, eu quero a casa decorada, doces comprados e sorrisos no rosto de todos e se Noah reclamar de algo, mande com que ele venha falar comigo, ele passa a maior parte dos dias na cobertura, então não tem do que reclamar.

_ Você ainda vai se meter em uma confusão que não vai conseguir sair ragazza. – Avisou ela fazendo com que eu desse os ombros e beijasse o seu rosto carinhosamente. _ Estarei no jardim esperando por Any, a leve até lá quando ela chegar e pode servir o chá.

              Saí antes que ela pudesse reclamar de qualquer coisa e me refugiei no jardim, a piscina estava limpa, mesmo que não fosse ser usada, mas, Noah era chato e tinha contrato uma empresa em um dia na semana, o gramado estava aparado e o mar estava mais revolto que o normal, os meteorologistas falavam sobre uma tempestade que se aproximava da costa leste dos EUA, ela poderia virar um furacão ou quando chegasse a costa ser apenas uma tempestade tropical, mas, ainda traria destruição e toda a costa estava com alerta de ressaca.

        Suspirei quando vi uma movimentação estranha entre os arbustos e levei um susto quando o gato preto pulou de lá, não passava de um filhote, lindo, fofo e feroz, me encarando com aqueles olhos ambares cheios de medo. Pobre bichano, alguém deveria ter lhe feito mau para que ele estivesse daquele jeito, passei um bom tempo para conseguir o pegar e consegui alguns arranhões para contar a história e aquilo ardia, nunca pensei que um simples filhote teria a unha tão afiada.

_ Está tudo bem amiguinho. – Falei quando consegui o controlar e andei na direção de casa. _Iremos lá dentro ver se Abby tem algo para você comer,não iremos mais machucar você.