Senhora Urrea - Mulheres da Máfia •Adaptação Urridalgo

XXIV

Sabina Urrea:

             Como era de costume dentro da Bratva naquele dia eu passei na casa de meu pai, mas, aquela mansão não era a mesma sem nana, tudo parecia frio e distante, mas, era o último dia do luto, a família tinha que estar reunida para a cerimônia de nomeação do novo Dom da máfia, depois da missa todos esperariam pelas palavras de lealdade de Noah, depois ele passaria pela sabatina do concelho e só depois disso ele daria a sua primeira ordem como o chefe da Bratva.

_ É um belo vestido. – Comentou Any entrando no meu antigo quarto e
encarando o vestido que estava pendurado na minha frente.

_ Tem brilho demais, mas, tia Irina não deixou com que eu escolhesse realmente o modelo. – Comentei fazendo com que ela se sentasse na minha frente. _Precisa de alguma coisa Any? Eu realmente quero ficar um pouco sozinha.

_ Me desculpe por estar partindo com mamãe, mas, ela precisa de mim no momento e eu quero me distanciar um pouco, ficar nesta casa apenas faz com que eu me lembre dele. – Pediu ela fazendo com que eu a encarasse, não a culpava por estar fugindo faria o mesmo se fosse possível, mas, eu não tinha aquela alternativa. _ Eu finalmente irei conhecer a Rússia como ele sempre quis, entender as minhas origens e mamãe precisa de apoio neste momento, ela também está sofrendo.

_ Não estou lhe culpando por isso Any, nunca faria isso, na verdade também fugiria se fosse possível. – Disse apertando a sua mão delicadamente. _ Mas, o nome Hidalgo tem que continuar a se perpetuar, nana não iria querer as minhas lágrimas, mas, é tão difícil continuar sem ele, nunca pensei que isso iria acontecer desta maneira. Ele morreu por minha culpa.

_ Ninguém está lhe culpando por isso Sabina, ele morreu salvando uma das suas filhas, morreu como um herói. – Afirmou ela limpando o meu rosto delicadamente. _ Seu marido me deu a tarefa de não sair do seu lado durante o dia inteiro, então eu irei obedecer, já que eu não quero problemas com o novo Dom da Máfia e Joalin está arrumando as coisas para começar a arrumar os seus cabelos, você ficará linda.

        Sorri e a abracei, pelo menos eu estava cercada de pessoas que me davam carinho e compreendiam a dor que eu estava sentindo. Any preparou o meu banho e prometeu que iria fazer uma maquiagem memorável que eu seria a primeira dama mais bonita da máfia. Entrei na banheira e suspirei a sentir a água quente me envolver, as festas de final de ano se aproximavam e eu sabia que logo nas primeiras semanas do próximo ano mamãe e Any partiriam, Joalin iria morar com tio Dimitri e eu teria as minhas responsabilidades como primeira dama.

_ Podemos pentear os seus cabelos pra cima, deixar o seu rosto em evidência. – Propôs Joalin enquanto escovava os meus cabelos delicadamente. _Todos iram querem vê-la nesta noite, por mais que o seu marido seja o astro da noite, todos estarão de olho em você, para ver se fez a lição corretamente.

_ Não podemos apenas fazer uma escova? – Perguntei encarando-as, eu não queria chamar atenção, Noah era o astro da noite como Joalin tinha comentado. _ Aquele vestido já chama atenção o suficiente, quero algo discreto. Não sou eu quem tem de brilhar está noite.

_ Só acho que você deve brilhar tanto quanto o seu marido. – Disse Joalin colocando a escova sob a penteadeira. _ Mas, se você quer uma escova é isso que faremos, mas, ainda acho que merecia um penteado esnobe e poderoso, para todos verem o quanto você é bonita.

         Sorri com aquele comentário, mas, mantive a minha palavra de que queria apenas uma escova, não estava com clima para festas, penteado ou maquiagem, tudo que eu queria naquele momento era poder ficar na minha e ter espaço para passar por todas as fases do luto, mas, dentro da máfia as coisas eram diferente, um mês era tempo demais sem um novo Dom, sem alguém para cuidar da família e dos negócios. Deixei com que minhas irmãs me fizessem de boneca, eu sabia que elas não iriam estragar aquela noite e muito menos fazer com que eu passasse qualquer tipo de constrangimento. Quando elas terminaram eu agradeci e pedi para que fossem se arrumar, não podíamos ter atrasos na programação ou tudo poderia ir por água abaixo e aquela cerimônia acabar em um desastre, já que os russos não pareciam muito felizes com um italiano comandando a Bratva.