Senhora Urrea - Mulheres da Máfia •Adaptação Urridalgo

XXIII

Sabina Urrea:

      Noah cumpriu o que me prometeu e convenceu o médico de me deixar ver nana, por mais que tivesse vários procedimentos chatos envolvendo a minha saída do quarto, Joalin iria me acompanhar por um pedido meu, eu queria conversar com minha irmã em particular e aquele quarto estava me sufocando eram pessoas demais falando palavras doces de compreensão, eu queria apenas gritar a mandar todos para o inferno, porém, aquilo iria ser deselegante e eles só queriam o meu bem.

_ Eu não consigo fazer isso. – Sussurrou Joalin quando paramos na porta do necrotério. _Me desculpe Sabina, mas, isso é demais.

_ Tudo bem. – Falei apertando a sua mão delicadamente. _ Peça para que alguém me ajude a entrar e me espere aqui, ainda preciso conversar com você e se voltarmos para o quarto Noah não me deixará em paz, ele está me rondando como um pombo tonto.

         Joalin deu uma leve risada depois de dias e foi a procura de alguém que pudesse me ajudar, a patologista foi muito explicita ao meu explicar a causa da morte antes de abrir uma das gavetas e abriu o saco deixando com que eu visse meu pai pela última vez, eu sabia que ele não seria enterrado na Rússia ao lado dos seus pais, como era a tradição da Bratva e por conta dos meus ferimentos eu não iria conseguir fazer uma viagem até San Peterburg. A patologista me deixou sozinha por alguns minutos.

_Eu sinto muito nana, não queria que tivesse terminado assim. – Sussurrou levantando a minha mão com dificuldade acariciando o seu rosto gélido._ Eu sei que a culpa foi minha, mas, eu prometo a você que irei fazer de Noah o herdeiro que você merece, ele não irá desonrar o seu legado e nem o nome Hidalgo, darei o meu sangue para que tudo continue como sempre foi. Irei cuidar de Joalin, Any e de mamãe, não deixarei com que nada aconteça a elas. Eu amo você nana, você sempre será o meu herói.

         Beijei a sua mão e limpei o rosto para não deixar rastros do meu choro, eu tinha que ser forte, aquela família dependia de mim para desmoronar. O enfermeiro entrou e me levou para fora, deixando-me com Joalin que esperava nervosamente do lado de fora do necrotério, ela me encarou e limpou o rosto.

_ Prometa-me que ele terá o enterro que merece. – Pedi enquanto o seu olhar estava conectado ao meu. _ Eu sei que tio Dimitri está cuidando de tudo, mas, você precisa me prometer que ele será honrado Joalin, mamãe é louca e não sabe mais o que fazer, Any ainda é muito jovem para cuidar disso e por mas que eu quisesse, o médico não irá me liberar para fazer uma viagem para a Rússia. Por favor Joalin prometa-me isso.

_ Nana terá o enterro que merece. – Garantiu ela segurando a minha mão boa. _ Ele será honrado como o pai e chefe que foi, prometo a você que irei cumprir o meu papel como filha. Ele terá todas as honras que merece, será enterrado ao lado de nossos avos e nós iremos cumprir um mês de luto, até que o seu marido esteja preparado para assumir o posto dele.

_ Obrigado. – Agradeci apertando a sua mão delicadamente._ Obrigado.

_ Tenho que levar você de volta, antes que seu marido pense que eu a sequestrei. – Falou ela limpando o rosto e levantando-se. _ O médico disse que você não deveria ter emoções fortes, iremos cumprir o que ele ordenou, não quero que a sua recuperação seja ainda mais lenta por conta dessa pequena aventura.

             Voltar para o quarto foi um inferno, eu queria ter alta de uma vez, mas, o médico disse que eu não iria receber alta tão cedo, pelo menos não até que os meus resultados voltassem melhor e todos os meus ferimentos superficiais sumissem e isso iria demorar pelo menos uma semana e eu não tinha paciência para esperar todo esse tempo. Noah tentou me fazer entender que aquilo era o melhor para a minha saúde, mas, eu apenas o mandei para o inferno, preferia quando ele gritava e brigava comigo, pois, ele era menos insuportável e não ficava coloca em mim vinte e quatro horas por dia.