Senhora Urrea - Mulheres da Máfia •Adaptação Urridalgo

XXXI

Sabina Urrea:

      O pior de ficar sozinha era o silêncio, para alguém como eu que passava o dia inteiro resolvendo problemas e discutindo com as pessoas o silêncio absoluto daquele quarto me deixava sufocada e um tanto ansiosa, quando Noah veio com aquela ideia eu pensei que ele iria me jogar em um local minúsculo e fedorento, mas, eu estava enganada, não era uma suíte presidencial, mas, o local era aconchegante e tinha um banheiro onde eu pude tomar banho e tirar aquele vestido sujo de sangue, parece que os Urrea gostavam de estragar com as minhas roupas, aquela era a segunda ou a terceira peça exclusiva que iria parar no lixo. Além disso tinha uma cama de casal e uma televisão ligada ao sistema de câmeras central da cobertura, eu podia fazer um reality show com aquelas imagens caso  alguém aparecesse ali, mas, agradeci quando percebi que eu poderia fazê-la apenas de televisão para me entreter com alguma coisa. o frigobar estava cheio e os armários cheios de besteiras, ainda estávamos falando de Noah e da sua péssima alimentação, parecia um quarto de hotel pequeno e de segunda mão, mas, eu não podia reclamar, pois, aquilo poderia ser considerado férias, já que eu não tinha problemas para resolver, pessoas para discutir ou ordens para dar, podia apenas deitar na cama colocar um filme e comer besteiras como uma adolescente, eu consideraria um paraíso se não fosse por todos os italianos na minha cola querendo a minha cabeça e com certeza que Tio Dimitri estava surtando e colocando toda a máfia russa atrás de mim, Nova York iria virar o caos e tudo por conta de uma crise de ansiedade que me fez presenciar um crime, isso daria um livro.

       O celular que Noah tinha me dado tinha apenas o número de Alvin na agenda e não aceitada nenhum aplicativo comercial, não sei onde ele tinha conseguido aquele aparelho, mas, tinha alguns dispositivo militar que o impedia de funcionar corretamente, aquilo era um saco, pois, eu não podia nem ao menos baixar um daqueles joguinhos chatos para passar o tempo. As horas pareciam intermináveis, a televisão não chamava mais a minha atenção, eu nunca fui uma pessoa que perdia o meu preciso tempo na frente de eletrônicos, o quarto parecia ainda menor quando eu encarava aquelas paredes fakes e nem a yoga estava ajudando a fazer com que eu mante-se a calma. Estava a ponto de surtar quando meu marido abriu a maldita porta passando por ela com uma calma que me deixou com um ódio mortal dele.

_ Espero que já tenha prendido a sua cunhada. – Falei fazendo com que ele
sorrisse e se aproximasse mais de mim com aquele ar predador que me deixava com as pernas bambas. _ Não aguento mais ficar trancada neste quarto, isso é a pior tortura que eu já sofri nos últimos anos, prefiro ficar trancada escutando tio Dimitri falar que eu preciso de um novo marido e ele está me enchendo o saco a muito tempo por conta disso.

_ E se eu falar que irei me trancar com você e podemos passar o resto dos nossos dias aqui juntos. – Disse ele fazendo com que eu risse enquanto ele tirava o meu casaco e beijando o meu pescoço perigosamente enquanto puxava a minha blusa de dentro da calça. _ Com certeza eu irei ajudar você com a sua crise de ansiedade.

      Dei uma gargalhada quando ele soltou o meu cabelo e me puxou para cima fazendo com que eu enrolasse as minhas pernas na sua cintura e me deitou na cama enquanto beijava os meus lábios apaixonadamente, eu estava com saudades daqueles beijos e daquele momentos a sós, parecia que tinha anos que nós não dávamos um amasso safado. Puxei o seu paletó com força
fazendo com que ele risse e atacasse o meu pescoço fazendo com que eu gemesse quando ele mordeu a curva do meu ombro, estava começando a desabotoar a sua camisa quando o maldito celular começou a tocar fazendo com que eu suspirasse e passasse as mãos pelo rosto enquanto ele se levantava e atendia o aparelho.

     Suspirei e me sentei na cama fazendo um coque desajeitado nos meus cabelos e arrumando as minhas roupas, nosso momento tinha ido para o espaço, acho que nós só teríamos um pouco de paz quando Sina finalmente pagasse por todos os seus crimes. Tentei entender o que Noah falava, mas, ele estava falando tão rápido que eu não conseguia acompanhar a conversa, então era melhor esperar caladinha até ele desligar o telefone e me contar o que estava acontecendo.