Senhora Urrea - Mulheres da Máfia •Adaptação Urridalgo

XLIII

Sabina Urrea:

      Se eu soubesse que ficar gravida era tão cansativo eu teria contratado uma barriga de aluguel, minhas costas doíam incessantemente, meus pés estavam inchados como dois pães e quase não entravam mais nos meus sapatos que pareciam machucar todas as minhas articulações, meu humor oscilava constantemente e eu tinha vontade de chorar sempre que alguém me cumprimentava, isso sem falar na irritabilidade, na vontade de ir ao banheiro a cada cinco minutos, a fome exagerada, nos chutes doloridos e no meu apetite sexual, eu não podia colocar os meus olhos sobre Noah que já queria dar uma rapidinha, ele nunca reclamou disso, mas, eu estava me sentindo uma maníaca.

_ Lucy, preciso de todos os documentos que o jurídico me mandou. – Pedi quando passei por ela depois do meu almoço,_ A reunião com os investidores árabes terá de ser remarcada, já que eles não conseguiram chegar na cidade a tempo. Por favor, avise isso para todos os acionistas, não quero burburinhos na minha cabeça e eu estou esperando o meu tio, então deixe ele entrar assim que chegar.

_ Ele já chegou senhora. – Avisou ela encarando-me._ Está lhe esperando a meia hora, achei melhor que ele esperasse na sua sala, pois, essa recepção este andar está uma loucura hoje e um homem como o seu tio não merece ser aborrecido por conta dos problemas na empresa.

      Eu quase gargalhei quando ela terminou de falar, acho que as mulheres que me cercavam tinha a tendência de se apaixonarem por homens errados, Shiv apaixonada por Bailey lhe que tratava com cortesia apenas por conta dos desmando de Joshua para que a máfia não perdesse um dos seus colaboradores mais fieis, agora a minha secretaria apaixonada por meu tio, ele nunca olharia para outra pessoa que não fosse tia Irina, quando ela passou pela histerectomia todos queriam que ele estava se separasse dela, pois, era uma mulher que nunca iria lhe dar filhos, porém, ele se manteve firme e nunca a abandonou, eles já tinham passado por muita coisa juntos e não iria ser uma garotinha apaixonada que iria mudar isso.

_ Obrigado Lucy. – Agradeci. _Por favor, nos traga dois cafés e algumas daquelas bolachas com cobertura de chocolate. Jesus! Até o final desta gravidez eu não passarei mais nas portas.

        Ela concordou e eu entrei na sala, vendo que tio Dimitri estava com um dos meus porta-retratos nas mãos e tinha uma expressão nostálgica no rosto.

_ Ele estava orgulhoso de você. – Comentou ele deixando-me chocada, eu sabia que os dois eram muito próximos e a morte dele foi tão dolorida para meu tio quanto para todos nós ou ainda mais._ Sabia que seria a única que conseguiria domar o italiano ou pelo menos conseguiria ter uma vida tranquila ao lado dele, acho que ele seria o avô mais babão de todos, principalmente se fosse outra garotinha, todos sempre o criticaram por ser pai de três mulheres, mas, vocês eram a luz da vida dele e acho que ele partiu para não ver o que aconteceu com Joalin ou a rebeldia de Any.

_ Any é jovem, a morte de nana foi difícil para todos nós, mas, Joalin foi como se tivesse arrancado o seu chão, elas eram melhores amigas, uma não vivia sem a outra e uma separação tão brusca fez com que ela se rebelasse, mas, com o tempo ela vai perceber que não conseguimos nos separar da máfia, é como se ela fosse sua segunda pele. – Disse sentando-me e suspirando, aquele era um assunto que faria com que eu me debulhasse em lagrimas e deveria ser proibido._ E eu prefiro não entrar no assunto Joalin, isso ainda é dolorido demais. Então vamos focar os negócios que é o que o trouxe até aqui. Como estão os preparativos para o coquetel de abertura da imobiliária?

_ Sua tia está cuidando dessa parte, então tudo deve estar andando bem, pois, ela ainda não ligou surtando. – Respondeu ele fazendo com que risse._ A ideia da imobiliária foi uma jogada de mestre, lavar dinheiro em aluguéis e venda de casas e apartamentos em Nova York, é o negócio mais lucrativo da cidade, principalmente quando a empresa está no nome de um laranja e se algo acontecer, ninguém chegará até nós.