SELIN
— Isso é tudo culpa sua! —Norah reclama mais uma vez enquanto joga os seus saltos preto na sala de qualquer maneira. — Boa samaritana.
Ela me olha feio, enquanto vai em direção ao banheiro do meu pequeno apartamento. Depois de termos discutido na rua, resolvemos vir á pé até a minha casa que ficava quarenta minutos de distância do restaurante.
Acabei contando a ela como eu havia usado o nosso dinheiro, e ela não achou o meu motivo justo o suficiente. O pobre daquele homem estava sendo chifrado e sem sabia.
— Liga para os nossos pais. —ela grita do banheiro. — Avisa que eu vou dormir aqui, eu esqueci o meu celular em casa.
Me sento no meu sofá e tiro os meus saltos que estão me matando e suspiro aliviada. Em seguida pego o meu celular que eu havia deixado em cima do sofá e ligo para a minha mãe que logo me atende.
— Graças a Deus menina, eu já estava quase chamando a policia! —disse aliviada. — Estou tentando ligar para você já que o celular da sua irmã está aqui, mas você não me atende.
— Acabei esquecendo o celular em casa também senhora Júlia. —brinco achando graça do seu drama. — Aposto que o papai já teve dez infartos não foi mesmo?
— Não brinque com isso menina. —me repreende. — O coitado acabou de dormir depois que tomou uns calmantes já que amanhã ela trabalha logo cedo na padaria.
O meu pai é dono de uma paderia juntamente com a minha mãe.
— Vocês dois são muito dramáticos. —afirmo deixando o meu corpo relaxar sobre o sofá.
— Um dia quando você for mãe a gente conversa sobre isso. —rebate.
— Está bem, liguei para avisar que Norah irá dormir aqui em casa.
— Por quê? —questiona rapidamente. — Ela está bem? Não vai me dizer que o tal encontro deu errado? Se ele fez alguma coisa com ela eu...
— Calma. —eu à interrompo. — O Lucas é um cavalheiro, acontece que a minha irmã quis dormir aqui oras.
Eu não quis contar para a minha mãe que voltamos à pé para casa, ela surtaria com certeza. Os meus pais sempre foram bem paranóicos, se preocupam a toa.
Às vezes eles me sufocavam com tanta proteção, por isso resolvi viver a minha própria vida, aluguei esse pequeno apartamento há alguns meses, ele é bem simples e pequeno mas me viro muito bem por aqui.
— Tudo bem então. —ela finalmente cede. — Amanhã eu quero que venha jantar conosco. — Pode trazer o Jhon.
— Não vou nem me dar ao trabalho de negar, sei que você não vai deixar mesmo. —dou de ombros e me levanto quando vejo a minha irmã sair do banheiro enrolada a uma toalha. — Amanhã nos falamos então, beijo amo a senhora.
Me despeço da minha mãe e vou até o banheiro que fica em um pequeno corredor. Depois de tomar banho visto o meu pijama rosa e escovo os dentes.
Quando volto para o quarto Norah já está deitada na minha cama. O meu apartamento tem dois quartos no entanto o outro ainda não tem uma cama.
Ela está usando um dos meus pijamas enrolada ao meu lençol, me deito ao seu lado, ela está de costas para mim.
— Vira essa bunda pra lá. —peço fazendo uma careta. — Não quero correr o risco de morrer com o mal cheiro do seu pum durante a noite.
— Bobona! —ela gargalha se virando ficando de frente para mim. — Boa noite.
— Boa noite.
A verdade era que eu e Norah brigamos como cão e gato, mas nos amamos desesperadamente. Apago o abajur ao meu lado e fecho os meus olhos.
— Selin?
— Hum? —resmungo com os olhos fechados.
— O quê você achou do Lucas?
Abro os olhos e acendo novamente o abajur e encaro a minha irmã que me olha séria.
— Sinceramente ele me mostrou que é bem mais do que só um rostinho bonito. —confesso e sorrio para ela. — Ele me pareceu ser alguém honesto e de bom coração eu gostei dele.
— Gostou mesmo?
— Sim. —assevero. — Agora será que que dá para você me deixar dormir? Eu estou cansada, passei a noite inteira segurando vela.
— Você é uma velha resmungona nem parece ter apenas vinte e quatro anos parece mais ter uns setenta.
— Me deixa dormir... —suplico apagando novamente o abajur. — Boa noite, Norah.
— Boa noite, Selin.
Não demora muito para que eu durma, já que eu realmente estava exausta.
[...]
— Como eu amo essa comida! —falo de boca cheia, comendo igual uma desesperada a comida deliciosa da minha mãe.
— Calma, querida, coma devagar ou pode se engasgar. —o meu namorado me alerta. — Não quero ficar viúvo.
Dou um empurrão nele com o meu ombro já que ele está do meu lado, ele apenas sorri enquanto os seus belos olhos azuis me encaram com carinho.
Jhon e eu namoramos há três anos, nos conhecemos na Universidade em que estudo, como ele já tem vinte e cinco já terminou a sua faculdade de veterinário.
A família dele mora na Austrália, ele veio morar aqui sozinho apenas para fazer faculdade.
— Olho só para vocês, são tão fofinhos. —disse a minha mãe nos olhando alegre. — Não canso de dizer o quanto esse rapaz é bonito.
E a minha minha tinha toda razão, Jhon era um príncipe. Seus olhos são tão azuis que consigo facilmente compará-los com o próprio mar, seus cabelos claros e lisos caiam sobre o seu rosto o deixando ainda mais atraente.
— Realmente, um rapaz tão bonito namorando uma megera como essa. —Norah provoca.
Abro a boca indignada.
— Megera é a sua mãe!
— Selin! —mamãe me repreende, me olhando sériamente com os seus olhos verdes. — Mais respeito sua abusada.
— Vocês duas nem parecem adultas. —diz o meu pai coçando a sua cabeça com vários fios grisalhos. — Parecem duas crianças.
— Concordo plenamente, Richard. —mamãe sorri para o marido. — Me pergunto onde foi que nós erramos.
Eles riem, apenas reviro os olhos e volto a devorar a minha refeição. Quando terminamos de almoçar lavo a louça com o meu namorado.
— Será que a gente pode conversar quando sairmos da casa dos seus pais? —pergunta me entregando mais um prato para eu secar.
Ele me parecia sério, o que me preocupa de imediato.
— Está bem.
Assim que terminamos me despeço da minha família, e agradeço a eles pelo o domingo maravilhoso que tivemos.
Durante o caminho para a minha casa Jhon dirigia em silêncio, seja lá o que for que ele quer conversar deve ser bem sério. Suspiro fundo enquanto observo o caminho até a minha casa.
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Um Pouquinho De Felicidade [COMPLETO]
RomanceThéo LeBlanc é dono de umas das maiores Agência Publicitária de Nova York, ele é um homem solitário e que se fechou para qualquer sentimento após alguns fatores do passado, Théo cuida sozinha de Mariana sua filha uma garotinha de sete anos, a vida m...