Capítulo 8

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SELIN

E como dizem nada como um dia após o outro.

— Que cheiro maravilhoso. —murmuro ao chegar na cozinha e encontrar a mesa repleta de comida.

— Bom dia, sente-se para tomar o seu café. —disse a minha irmã enquanto puxa uma cadeira para se sentar.

Norah tem o dom que eu gostaria de ter, o dom de cozinhar. Amo comer, mas não sei cozinhar absolutamente nada.

Me viro comprando comida, quando não é isso como na casa dos meus pais.

— Você colocou veneno? —questiono apontando para o belíssimo bolo de chocolate.

Norah revira os olhos.

— Nem quando eu tento te agradar você não dá uma trégua, sua ingrata.

— E posso saber porque você está querendo me agradar? —estreito os olhos para ela, enquanto pego uma torrada.

— Porque eu quero te agradecer por ontem. —dá de ombros enquanto beberica o seu café. — E também por quê quero que você me conte tudo do porque estava com o ricasso.

— Que ricasso? —franzo a testa enquanto fecho os olhos apreciando a comida. — Nossa irmã você tem mãos de fada. Ou de bruxa.

— Sua ridícula! —exclama jogando uma maça em minha direção mas me esquivo. — E não se faça de tonta, estou falando do Théo LeBlanc.

— Ah. —faço pouco caso. — É que ontem fui fazer a entrevista.

— E...?

— Foi só isso, mas nada.

— Mas... —à interrompo.

— Não tem mas, eu sei muito bem o quê você está pensando e vou logo avisando que você está muito enganada, eu já tenho namorado e amo o Jhon.

— Mas será que ele também te ama? —questiona me olhando sériamente.

— Qual é a sua Norah? —me irrito. — Por acaso está tentando destruir o meu relacionamento?

— Claro que não. —se defende. — Eu só acho que ele se mostra perfeito demais, e você sabe que perfeição não existe. Só estou dizendo para você tomar cuidado, não quero que ele te machuque.

— Quer parar com esse papo? Só porque você escolheu errado não quer dizer que também escolhi.

— Me desculpe. —pediu enquanto desviava os seus olhos dos meus. — Você não sabe como eu me arrependo de tê-lo conhecido.

Norah suspirou fundo, seus olhos estavam tristes. Droga! Eu não tive a intenção de magoá-la.

— Me desculpa. —seguro as suas mãos por cima da mesa. — Eu entendo que você esteja preocupada comigo mas eu sei me cuidar está bem?

Ela assente e voltamos a comer, assim que terminamos Norah voltou para a casa dos nossos pais. Ontem ela enviou uma mensagem para eles explicando que iria dormir aqui.

Claro que ela omitiu toda a briga com o Chris ou era bem capaz do meu pai ter um ataque do coração ou até mesmo matar o ex genro. Então achamos melhor não contar nada a ele.

Combinei com a minha irmã que se caso Chris voltasse a perturbá-la procuraremos a polícia.

Às dez da manhã estou totalmente entediada, então decido ir até a Agência do senhor LeBlanc para pedir a minha bolsa.

— Posso saber onde você estava ontem há noite? —pergunto cruzando os meus braços para o porteiro.

Ele se assusta com a minha voz e sobressalta.

— Nossa você me assustou, Selin. —coloca as mãos no peito. — Eu fiquei sabendo pelos inquilinos que houve uma discussão em frente ao prédio ontem.

— Pois é, aposto que nessa hora você estava de namorinho em?

As bochechas do homem de quarenta anos ficam coradas.

Safadinho. —solto uma risada o deixando ainda mais constrangido. — Agora vou indo, bom dia para você Anthony.

— Bom dia, Selin.

Pego um ônibus até a empresa assim que chego lá avisto a recepcionista aproveito que ela está ocupada com uma senhora e sigo sorrateiramente para o elevador.

Aperto no último andar, assim que saio do elevador não perco tempo em correr para que a uma mulher atrás do balcão não me veja, mas acho que a loira está ocupada demais no telefone.

Vou olhando porta por porta até que finalmente encontro uma que tem o nome CEO escrito. Sorrio vitoriosa e bato na porta.

— Entre.

Giro a maçaneta e vejo Théo sentado em sua cadeira atrás de uma mesa com alguns papéis sobre ela.

Assim que ele ergue a cabeça o seu olhar se encontra com o meu.

— Por quê a minha secretária não anunciou a sua chegada? —pergunta confuso.

Sorrio meio sem graça.

— É que sem querer eu entrei escondida. —aviso, para a minha supresa ele solta uma risada.

— Sinceramente você não tem jeito. —confessou cessando a risada. — Agradeça por ser amiga do Lucas, ou você já estaria bem encrencada.

Acabo sorrindo também e me aproximo da sua mesa.

— Vim buscar a minha bolsa.

— Ah claro, eu imaginei que você viesse por isso não à tirei do meu carro. —explica. — Sente-se ai, vou só terminar de ler esses documentos e já vou saindo para almoçar aproveito e te entrego a sua bolsa.

Assinto e me sento em um sofá vermelho que havia na sua sala.

— Vamos. —disse ele depois de alguns minutos.

Me levanto rapidamente e saio da sala com ele, a mulher loira que suponho ser a sua secretária me olha confusa ao me ver sair da sala com o Théo.

A coitadinha deve estar se perguntando como foi que eu entrei. Aceno para ela que me olha ainda surpresa.

Ao sairmos da empresa Théo vai até o estacionamento da sua Agência e abre a porta da frente do seu carro onde a minha bolsa está em cima do banco.

— Eu estou indo almoçar em um restaurante aqui perto. —avisou coçando a nuca me olhando sem jeito. — Não quer vir junto?

Pensei em recusar, mas logo lembrei que comida não se recusa. Abro um sorriso largo para ele.

— Acho que você está falando a minha língua.

Entramos em seu carro, não demora para chegarmos em um restaurante aparentemente chique. Fomos guiados até uma mesa, me senti sem jeito por não estar vestida tão bem.

— Se eu soubesse que seria um restaurante desse eu não teria aceitado.

— Como assim um restaurante desse? —perguntou confuso ao desviar a sua atenção do cardápio que segurava.

— Você sabe, esse restaurante parece chique, e estou vestida com uma calça jeans velha que parece até que foi herança da minha avó.

Théo não se contêm e solta uma alta gargalhada, algumas pessoas até olham em nossa direção.

— Ih... Por acaso você está rindo de mim? —cruzo os meus braços e olho chateada para ele.

— Não, claro que não. —negou se recompondo. — É que as vezes você fala cada coisa, mas não se preocupe você está ótima assim.

— Tem certeza?

Ele fica sério e olha bem no fundo dos meus olhos fazendo com que um frio se espalhe na minha barriga.

— Tenho, você está ótima.

Limpei a garganta me sentindo desconfortável, ele também estava já que para de me encarar e volta a olhar o seu cardápio.

Estou me perguntando porque o meu coração traidor acelerou algumas batidas assim que o encarei nesse momento.

Um Pouquinho De Felicidade [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora